domingo, 10 de janeiro de 2016

O CHEIRO DO CAMPO

Não sei  se você tem  saudades  mas  me percorreu pelas minhas retinas  imagens  de um  filme    que não  dá  para esquecer, meu  tempo de guri  na fazenda  do meu  avô,
Pra falar  a  verdade essa  saudade  veio  de repente  habitar  os meus  sensores de vida ainda bem que os tenho em  boas  condições.
Lembro   dos banhos  no açude   que eu  e  primos e primas íamos  correndo para brincar  na água em
verões que  não  dá para esquecer.
As voltas a cavalo que fazíamos pelos campos  acompanhado pelos cuscos da fazenda e invariavelmente começávamos uma carreira  em  cancha reta., eram  gritos de  viva..vamos lá..  era
gostoso  ver o  vento  bater em nossos  rostos com  aquele  ar  de liberdade plena, nos achávamos  os
donos do  mundo...poxa  e erámos pequenos, calça curta,  mas os calções com  elásticos era o  nosso
vestuário  mais comum.
No pomar, íamos comer frutas,  sentados na grama, na companhia dos gansos, das  galinhas, da cachorrada, e  do lado  da cerca   o  gado  nos espiávamos como  querendo também  participar daquela comilança  nossa.
Éramos guris e  gurias  e fazíamos sim  nossas bagunças, e vovó  Tutucha   que  pequenininha era saia  nos tamancos  quando  a gente fazia  arte, o  meu avô era calmo,  sempre pitando no seu banquinho  de madeira o  seu palheiro.
Lembro  que  quando estávamos no pomar,  poxa  éramos sapecas  mesmo,  a gente pedia  pra nossas
primas subirem nas bergamoteiras, laranjeiras, pereiras, havia  diversas  qualidades de  frutas  no campo, e elas subiam  e nós  safadinhos, na nossa  inocência víamos aqueles vestidos que o  vento
sacudia só  pra   ver  as pernas, coxas  de nossas  primas, será que eu já pecava  naquele tempo?
Quando  fazíamos arte, era uma tropa de  guri  e guria,  nossa  vovó,  saia atrás de nós   com  uma maçã  e  colocava inteira em nossa boca,  ela não  gostava  que  disséssemos   nomes feios, e  hoje né
tudo  é normal, me parece, o tempo  mudou.
Na mangueira ajudávamos a levar as vacas  pra coletar o  leite, eu adorava pegar as tetas das vacas muitos coices  levei  de algumas  vacas.
A  noite, iluminado  pelos lampiões, nossa  janta,  e  os causos que  nossos avós, tios e tias nos contavam,  e  nossas  cabeças ficavam povoadas   de imaginações,  depois  vinha aquele  momento
do sono  e  íamos  nos recolher.
Sempre  gostei do  cheiro  do  campo, do  cheiro  do mato, ver os bichos na invernada, sempre  amei
o  campo, amei as minhas coisas,  e  aprendi  muito  com  os meus avós,  tios e  tias.
Nesse  domingo, meus olhos voltam para trás, buscando esse  filme que meus pensamentos revivem.
Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo até amanhã.

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