quarta-feira, 27 de setembro de 2017

DIRCEU E PALOCCI

Dirceu e Palocci: martírio e colaboração


REUTERS/Rodolfo Buhrer
"Entre 2003 e 2005 eles foram os dois pilares fortes do governo Lula. Dirceu comandava a articulação política e a coordenação de governo, Palocci pilotava a economia.  Apontados como possíveis sucessores, disputavam poder e influência mas colocavam “o projeto” acima de tudo.   Os adversários miraram primeiro em Dirceu, que começou a cair em 2004, com o caso Waldomiro, e foi abatido no ano seguinte, com o mensalão. Em 2006, foi a vez de Palocci, seguidamente acusado de ter feito negócios ilícitos quando prefeito de Ribeirão Preto. Caiu em 2006 no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo. Sem os dois pilares, Lula perderia o prumo, calculavam os adversários.  Erraram. O crescimento e a distribuição de renda garantiram sua reeleição.  Por coincidência, nesta quarta-feira, dez anos depois, seus destinos e biografias separaram-se irreconciliavelmente.  Dirceu, que na prisão manteve comportamento de preso político, não admitindo qualquer hipótese de delação de companheiros de partido, foi condenado pela manhã a 30 anos de prisão pelo TRF-4. Como ele tem 71 anos, é caso de prisão perpétua,  embora a Constituição a  proíba.  No início da noite, circulou a carta de Palocci, em que rompe com o PT e faz a Lula as mais pérfidas acusações, “queimando os navios” em busca da delação premiada.
Sempre houve em Dirceu um culto respeitoso ao martírio político. Um fascínio pelos que são capazes de pagar até com a vida pelas convicções.   No  dia 2 de janeiro de 2003, em seu discurso de  posse como ministro-chefe do Gabinete Civil de Lula, declarou com olhos marejados. "Um bom dia a todos. Estou muito emocionado, vou falar de improviso. Vejo aqui, praticamente, várias fases, vários momentos da minha vida e das nossas vidas. Quiseram o protocolo e o destino que eu subisse, ontem, a rampa junto com o general Jorge Armando Félix, que é o responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional. E, ao subir a rampa, evidentemente que, em primeiro lugar, subir com a minha geração. Então, a minha primeira palavra, sem rancor, sem ressentimento, é para aqueles que viveram, lutaram e não puderam estar conosco no dia de ontem.  Não os esqueço, trago em meu coração, em minha memória, a imagem de cada um e os ideais de todos. E quero dizer, hoje, aos seus familiares, que sintam todos, aqui, nesta cerimônia.”
Referia-se aos que tombaram com ele na luta contra a ditadura, como os companheiros do Molipo, que foram abatidos como pássaros pela repressão ao regressarem ao Brasil depois de um treinamento em Cuba.  Preso após a condenação na AP 470, e depois por Sergio Moro, na Lava Jato, portou-se como preso político. “É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”. Ele gosta do verso.  Ontem, logo depois da condenação, distribuiu nota em que agradece à militância petista e à presidente  Gleisi Hoffmann pelo apoio e solidariedade.  Sem queixar-se da própria sorte, declarou-se feliz pela absolvição de João Vaccari.  Jamais reclamou do pouco que o  PT fez por ele, tanto agora como  em 2012, quando foi condenado pelo STF com base na teoria do domínio do fato. Acusado de ser o comandante dos esquemas de arrecadação do PT, jamais disse que acima dele havia Lula.
Há dois meses, Dirceu vaticinou sobre Palocci. “Vai virar cachorro”.  Cachorro era como os presos políticos da ditadura chamavam os quem se passavam para o lado da repressão.   Haviam sido massacrados pela tortura,   passado pelo pau de arara e por sessões de choques elétricos. Alguns resistiram, outros não. Palocci, preso há mais de um ano, sucumbiu.   A carta, como disse Gleisi Hoffman, foi endereçada ao PT mas parece haver mesmo nela um claro esforço para convencer a Lava Jato a aceitar sua delação.  É possível que ela seja aceita, e que ele consiga reduzir sua condenação, agora que diz ter optado apenas pela família, embora se contradiga numa passagem. Ele o faz quando tenta explicar sua opção pela delação  como uma atitude política, pautada por certo civismo:  “por acreditar ser este o caminho mais correto a seguir, buscando acelerar o processo em curso de apuração de ilegalidades e de reformas na legislação de procedimentos públicos e na legislação partidária-eleitoral, que reclamam urgente modernização”. Esta parte era dispensável. Bastava dizer que o fez no interesse próprio e no da família. Palocci, como os presos que a ditadura 'quebrou',  sucumbiu à maquina da Lava Jato.
Dirceu será lembrado como mártir. Palocci, como colaboracionista. De todo modo, são duas vidas moídas pelos tempos estranhos que vivemos.  "     
Pensem    nisso  enquanto  eu  vos digo  até  amanhã.



A PALAVRA CAÇADA PELA JUSTIÇA



UMA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA OMISSA

A LAVA JATO AFUNDOU O BRASIL

Pensem   nisso  enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.

LEWAWDOWSKI - O ESTADO DE EXCEÇÃO

terça-feira, 26 de setembro de 2017

UM POLÍTICO LIXO, PARA O LIXO DA HISTÓRIA

domingo, 24 de setembro de 2017

BRASIL, UM PAÍS DESIGUAL

Seja bem-vindo ao país mais desigual do mundo!

A injustiça social é a mesma da França do fim do século XIX!

publicado 24/09/2017
Sem Título-3.jpg
Vista aérea da casa de João Doria, de 7 mil m2, no Jardim Europa (sic) em SP
Conversa Afiada reproduz da Fel-lha trechos da entrevista de Mariana Carneiro e Flavia Lima com o economista irlandês Marc Morgan Milá, 26 anos, que veio ao Brasil trabalhar no IPEA sobre a distribuição de renda.
(...)

"Quem são os ricos no Brasil?
O grupo dos 1% mais ricos tem cerca de 1,4 milhão de pessoas, com renda anual a partir de R$ 287 mil. O 0,1% mais rico reúne 140 mil pessoas com renda mínima de R$ 1,4 milhão. Enquanto isso, a renda média anual de toda a população é de R$ 35 mil. É uma discrepância muito grande. Esse é o ponto importante no caso brasileiro: a concentração do capital é muito alta.
O Brasil é um caso extremo?
O Brasil é um animal diferente. É o país mais desigual do mundo, com exceção do Oriente Médio e, talvez, da África do Sul. Um ponto importante é que todos os governos brasileiros das últimas décadas têm responsabilidade por isso.
Em que sentido?
A história recente indica que houve uma escolha política pela desigualdade e dois fatores ilustram isso: a ausência de uma reforma agrária e um sistema que tributa mais os pobres. Para nós, estrangeiros, impressiona que alíquotas de impostos sobre herança sejam de 2% a 4%. Em outros países chega a 30%. A tributação de fortunas fica em torno de 5%. Enquanto isso, os mais pobres pagam ao menos 30% de sua renda via impostos indiretos sobre luz e alimentação.
(...)
O ajuste fiscal pode impactar a desigualdade?

O congelamento das despesas públicas por 20 anos pode ter impacto negativo sobre a desigualdade porque são os mais pobres que dependem mais dessas despesas. Também pesam na conta a legislação sobre terras e a política fiscal, seja na criação de uma tributação mais justa, seja na retirada de renúncias que beneficiam os mais ricos.
Quais renúncias?

A principal é a taxação de lucros e dividendos. O Brasil é um dos únicos que não taxam dividendos distribuídos à pessoa física. Obviamente, isso favorece as pessoas de renda mais elevada.
(...)
Melhor combater a pobreza em vez da desigualdade?

Pobreza e desigualdade estão relacionadas. Há políticas que podem atacar ambas, não devemos restringir o foco em apenas uma delas.
Nos últimos 15 anos, a pobreza foi reduzida, é inquestionável. Ao mesmo tempo, a desigualdade melhorou um pouco porque muitas pessoas pobres ascenderam.
Mas os pobres ainda são muito pobres e a diferença de renda entre os dois extremos é muito elevada. Ao se excluir os 20% mais ricos, a renda dos 80% restantes no Brasil é equivalente à dos 20% mais pobres na França. A desigualdade é semelhante à da França do final do século 19."

O  que  se  quer  realmente  é um  PAÍS   para  todos    e  não  para  poucos, um  País  aonde  as oportunidades  para   os  que  estão  embaixo  de  nossa  pirâmide tenha  suas  oportunidades.
Nesse  contexto  dos  dias  atuais, após  a  derrubada de  DILMA  ROUSSEFF,  O  Brasil é um  PAÍS  mais  desigual,  mais  desumano, mais concentrador  e  sem  oportunidades   para  a  grande  maioria  de  nossa  população.
Os  tempos são  outros, são duros  mas  o  futuro  próximo  não  sabemos aonde está.
Pensem  nisso  enquanto eu  vos  digo  até  amanhã,

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

UMA CARTA PARA O GENERAL

O TEMPO

O TEMPO MOISÉS MENDES Para lembrar ou para esquecer no fim do ano: uma lista de fatos que parecem ter ocorrido anteontem. 11 de dezembro d...