sexta-feira, 31 de julho de 2020

O É DA COISA, 31/07/2020

O  É  DA COISA,  COM  REINALDO AZEVEDO


Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo até amanhã.

O É DA COISA, 30/07/20

O  É  DA COISA, COM REINALDO AZEVEDO


Pensem  nisso enquanto eu  vos digo até amanhã.

A GUERRA COM OS NOSSOS VIZINHOS ?

Mário Vitor classifica como "delirante" militares cogitarem guerra com os vizinhos

Em participação no Boa Noite 247, o jornalista Mário Vítor Santos destacou que a formação militar no Brasil "é de péssimo nível", o que leva generais a não "ter uma visão estratégica do país e da defesa nacional". "Daí advém essa possibilidade simplesmente delirante de fazer guerra com os vizinhos", enfatizou
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247 -" Durante participação no Boa Noite 247, nesta sexta-feira (31), o jornalista Mário Vítor Santos comentou as declarações de generais das Forças Armadas que consideram que a política desastrosa de Jair Bolsonaro frente à pandemia do novo coronavírus desgasta a imagem dos militares.

"Agora os militares vieram a descobrir que o governo Bolsonaro tem um problema de imagem e de competência e de eficiência? isso é um escândalo!", disse.
"A declaração de que as Forças Armadas não estão comprometidas institucionalmente com o governo Bolsonaro é digna do atraso mental que prevalece no comando das Forças Armadas brasileiras", acrescentou o jornalista.
Mário Vitor classificou como "delirante" a possibilidade de conflito com países vizinhos aventada pelo Ministério da Defesa ao reivindicar mais verbas para uma Política Nacional de Defesa.
"A gente sabe que a formação militar no Brasil dos oficiais e dos generais é de péssimo nível. Eles são muito ruins de fazer cenários e construir planos, ter uma visão estratégica do país e uma visão estratégia da defesa nacional. Daí advém essa possibilidade simplesmente delirante de fazer guerra com os vizinhos ou de conflito com os vizinhos", enfatizou.
O jornalista destacou que o Brasil há décadas vem construindo uma relação de convivência pacífica com seus vizinhos e ao longo desse período assumiu um papel exemplar no seu continente.
"Agora, justamente no governo Bolsonaro e com militares no governo, a gente vê falar algo inaceitável que é considerar a possibilidade de conflitos com nosso vizinhos. Existe alguma ideia da gravidade desse tipo de consideração em termos regionais para imagem do pais e mesmo para as consequências que isso tem para a população?", questionou Mário Vitor.
"Conflitos com nossos vizinhos significa colocar a vida de brasileiros, de jovens, certamente pobres das periferias, em risco para lutar. Por quê? Com que vantagem para o país? É mais uma prova do desprepararo estratégico, intelectual, literário, cultural e político dessa liderança militar do Brasil. Totalmente equivalente ao compromisso tão atrasado e anticivilizacional ao governo Bolsonaro",. frisou."
Confira a entrevista completa na TV 247:

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NA PANDEMIA GOVERNO DE BOLSONARO É PENÚLTIMO

Governo Bolsonaro fica em penúltimo lugar no ranking nacional de transparência na pandemia

Ceará está em primeiro lugar. Ranking publicado pela ONG "Transparência Internacional" aponta desempenho dos estados e governo federal na transparência com a divulgação dos contratos emergenciais feitos durante a pandemia de Covid-19
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Jair Bolsonaro e Camilo Santana.
Jair Bolsonaro e Camilo Santana. (Foto: ABr)
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247 - "O governo de Jair Bolsonaro é o segundo menos transparente na divulgação dos contratos emergenciais feitos durante a pandemia de Covid-19, ficando na frente apenas o Estado de Roraima. 
O ranking foi divulgado nesta sexta-feira (31) pela ONG Transparência Internacional. É a primeira vez que o governo federal é avaliado no levantamento. 
Segundo reportagem do Portal G1, a Transparência Internacional avaliou que o principal portal de informações sobre coronavírus do governo, que encontra-se desde maio sem ministro da Saúde, mostra poucos detalhes sobre as contratações e não tem os dados em formato aberto, o que é considerado importante para a transparência porque permite o cruzamento com outras informações. 
A reportagem indica que o péssimo índice do governo contrasta com os bons desempenhos apresentados por estados e prefeituras, que melhoram consideravelmente seu desempenho no ranking.
Ceará é o estado mais transparente
O ranking também apontou que o estado mais transparente na divulgação de contratos emergenciais foi o Ceará, governado por Camilo Santana (PT-CE), seguidos por Espírito Santo e Rondônia. "
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segunda-feira, 27 de julho de 2020

MARIELLE FRANCO, ATÉ QUANDO A IMPUNIDADE ?

Mais  de  oitocentos  e   poucos dias após o  assassinato  de MARIELLE, fica  essa  mancha elitizada da  justiça brasileira,  esse desrespeito,  não  só  com  ela,  mas  de  tantos outros assassinatos, principalmente de negros,  pobres, favelados, desamparados  desse  PAÍS uma impunidade a céu  aberto.
Para dizer algo,  a  todos  vocês, eu  sinto  vergonha, desse  PAÍS   chamado BRASIL,    sinto  vergonha  em  morar  em  um  BRASIL racista,machista,  aonde  a elite  podre está  encastelada no  poder  em  vários  segmentos da  sociedade.
É    o  BRASIL     que  até  pouco  tempo  era  um  símbolo de pujança, políticas sociais  aplaudidas  pelo  mundo  todo  civilizado, e que hoje é um  PAÍS   desmoralizado  pela sociedade democrática mundial.
Hoje,    somos um  PAÍS    que  perdeu  sua dignidade como NAÇÃO,  BRASIL  esse  que  se atrelou a um  outro PAÍS, chamado, ESTADOS  UNIDOS  DA  AMÉRICA, e  somos  o  seu  quintal, o  seu brinquedo, estamos  de calças  arriadas ao poderio americano, desmoralizados  como  NAÇÃO,    por  interesses  outros,lá  na frente a  história irá  contar,  ao  menos  é o  que  se  espera  que isso  aconteça.
Até  quando   os verdadeiros   culpados   por  esse  crime  serão realmente levados  ao  crivo  da justiça, até  quando os  cidadãos  ficarão  sabendo,  quem  matou,  quem mandou matar,  e   quais  os motivos  desse   crime  hediondo ?
Hoje, MARIELLE,  estaria fazendo  41  anos,  em  plena  juventude,  em pleno mandato de  carreira política  como  vereadora  no  RIO DE JANEIRO, sua  vida e de seu  motorista ANDERSON foram tiradas  por  assassinos,  e  os  outros  assassinos  que  tem  suas  mãos  manchadas   por  esse  assassinato  cruel.

Sabemos,  que  nossa  justiça  é  seletiva, há muitos  interesses, e  esses  interesses  servem apenas  as  classes  dominantes  que pintam  e  bordam nos  porões da justiça.
Quando,  digo  eu,  perdemos  a confiança no  sistema judiciário de um  PAÍS,  esse  PAÍS, acaba.
No meio desse crime  que  ceifou  as vidas  da MARIELLE,  e  ANDERSON, outros milhares, estão  ainda com  suas  valas abertas, em becos de nossas cidades, por  esse  BRASIL,  e  até  quando  isso?
Hoje, não  é  retórica,   é  realidade, quem  governa esse  PAÍS,   é a  milicia armada, infiltrada em  nossos  corpos policiais,  todos  sabemos  disso ,  é fato.
Uma  pergunta  que  faço: POR QUE   ESSE  CRIME  AINDA  NÃO  FOI  SOLUCIONADO ?
SERÁ  MEDO ?  Eu, como cidadão, afirmo, que é sim,  medo.
Meu DEUS! Tanta  impunidade, de tantos crimes, BRUMADINHO, BOATE  KISS,OS  MENINOS DO FLAMENGO,  no  NINHO  DO  URUBU, e tantos..tantos..tantos  outros.
Será que  é esse o  BRASIL    que  queremos ? Ou fazermos  arminha resolve a questão ?

Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo  até  amanhã.

sábado, 25 de julho de 2020

O ERRO É SEU NESSA PANDEMIA

Se você está passando dificuldades na pandemia, o erro é seu, pois o governo está batendo um bolão na economia

Hildegard Angel, do Jornalistas pela Democracia, destaca que, enquanto milhares sofrem com a Covid-19, subiram as vendas de carros Porsche no País. "Quem está comprando, tão avidamente, esses brinquedinhos?", questiona ela, citando como exemplos "banqueiros, milicianos, agronegócio, desmatadores, empresários da cocaína, youtubers e blogueiros financiados pela Secom"
(Foto: Divulgação - Reuters)
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Por Hildegard Angel, do Jornalistas pela Democracia
Você, que está esquentando a cabeça numa fila da Caixa Econômica, para receber a ajuda emergencial de R$ 600; você, que perdeu, ou vai perder, seu emprego na Petrobras, nos Correios, na Caixa, na euforia das privatizações; você, que acreditou na cloroquina, comprou, e não viu os esperados bons resultados; você, que perdeu sua pessoa amada, porque não conseguiu vaga em leito ou em UTI, e quando conseguiu não havia mais tempo para a salvação; você, que teve seu salário reduzido em 30% durante a pandemia; você, que ficou desempregado, pois, sem obter o apoio governamental para subsistir, a micro ou média empresa em que trabalhava fechou as portas; você, que é operário da construção pesada desempregado, e viu as maiores empresas brasileiras quebrarem, pela ação da Lava Jato em conluio com o FBI, para criar mercado para as americanas…
Você, você, você e você têm agora grandes motivos para estar satisfeitos com a gestão econômica do Brasil, que se tornou “case” internacional de sucesso, durante esse duro período da pandemia, batendo todos os recordes de vendas de carros de luxo Porsche no Brasil.
Um crescimento de 90% em relação a 2019. Foram 1.535 veículos da marca alemã vendidos no primeiro semestre de 2020, um número próximo às 1.849 vendas realizadas em todo o ano de 2019. A grande estrela entre as linhas da marca negociadas foi o Porsche 911. Um crescimento de 432% em relação a 2019, com 601 veículos comercializados.  O 911, em suas variadas versões, custa de R$ 519.000 a R$ 769.000.
E quem está comprando, tão avidamente, esses brinquedinhos? Vamos imaginar… Podem ser os quatro banqueiros brasileiros, os milicianos de Rio das Pedras, os plantadores de laranjas, o agronegócio que exporta para a China, os desmatadores invasores de terras, os bispos evangélicos, os grandes empresários da cocaína, os youtubers e blogueiros financiados pela Secom, os atravessadores das vendas de EPIs, os gestores da saúde, alguns sendo agora presos, os bem aquinhoados do Judiciário, o fabricante da cloroquina…
Enfim, que o dinheiro existe, existe, você é que está no segmento errado."
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
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quinta-feira, 23 de julho de 2020

AS EMAS DO PLANALTO

O homem e a ema

Bolsonaro será bicado de novo? As emas sucumbirão ao encanto rústico do “mito” ou ele só afeta o gado? O presidente desistirá das aves e adotará um gato? Ema, ema, ema, este é o menor dos nosso problemas


Bolsonaro dá de comer às emas do Palácio da Alvorada
Bolsonaro dá de comer às emas do Palácio da Alvorada (Foto: Igo Estrela/Metrópoles)

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Por Cynara Menezes, para o Socialista Morena e o Jornalistas pela Democracia -"Na quarta-feira, 15 de julho, como tem feito todas as tardes desde que foi diagnosticado com Covid-19, Jair Bolsonaro saiu pela porta da frente do Palácio da Alvorada acompanhado de um ajudante de ordens e quatro seguranças para tomar seu banho de sol. Sempre de calça e camisa social, ele costuma dar uma caminhada pelos jardins da residência oficial. Naquele dia, com ar pensativo, se aproximava do espelho d’água que isola o palácio dos visitantes, quando de repente se abaixou, recolheu uma pena de ema do gramado e enfiou no bolso direito do jeans.
A cena flagrada pelo fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, torna-se ainda mais inusitada quando se sabe que, três dias antes, Igo Estrela, do site Metrópoles, havia fotografado a bicada que uma das aves dera na mão presidencial que tentou alimentá-la com uma banana. E que, exatos três dias depois, Bolsonaro seria bicado novamente por uma ema ao repetir a tentativa de aproximação. Estaria o “mito”, após o fracasso da adoção do cão Augusto, determinado a adestrar as emas do Alvorada, conquistar sua afeição e por conseguinte angariar alguma simpatia popular?


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Bolsonaro tenta dar uma banana para a ema…(Photo: Igo Estrela/Metrópoles)




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... e é bicado(Photo: Igo Estrela/Metrópoles)

Não será uma tarefa fácil. Embora estejam sendo acusadas por línguas maldosas de serem “comunistas”, as emas do Alvorada nunca demonstraram interesse nos ocupantes humanos do palácio, estivessem eles ao centro, à direita ou à esquerda. Mesmo porque são elas as reais donas do pedaço, por antiguidade e sem depender de reeleição: já estavam na área muito antes de todos os civis e militares que habitaram ali pelo menos a partir de 1961, quando um casal delas teria sido dado de presente a Eloá Quadros, mulher de Jânio.
Outra versão para a presença das aves diz que o ditador Castello Branco teria levado algumas para dar cabo das cobras nos jardins do palácio. Emas são predadoras naturais de cobras, escorpiões, insetos e pequenos roedores. Não encontrei, porém, nenhuma referência histórica sobre estas ou outras explicações para a origem das emas no Alvorada.
Embora estejam sendo acusadas por línguas maldosas de serem “comunistas”, as emas do Alvorada nunca demonstraram interesse em seus ocupantes humanos, estivessem eles ao centro, à direita ou à esquerda. Mesmo porque são elas as reais donas do pedaço
Em um pedido de informação de 2016, a presidência da República atribuía algumas das 22 emas a “apreensões do IBAMA”, assim como os papagaios, araras, mutuns, canários, periquitos e jabutis do Alvorada e da Granja do Torto. Mas não é impossível que já estivessem nos arredores do palácio quando Brasília foi construída, quando emas, tatus e lobos-guarás eram avistados com frequência –a propósito, foi Juscelino Kubitschek quem criou em 1961, bem ali pertinho, em Goiás, o Parque Nacional das Emas.
Rhea americana, nhandu ou nhanduguaçu para os indígenasé endêmica da América do Sul e aparece nos relatos de viajantes no Brasil desde o século 17. Uma das gravuras do mapa Brasilia qua parte paret Belgis, elaborado em 1643, durante a dominação holandesa de Pernambuco, por George Marcgraf e Frans Post, mostra, entre outros animais da fauna nordestina, algumas emas, inclusive sendo flechadas por indígenas.


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O mapa de Marcgraf. Foto: Brasiliana Iconográfica(Photo: Brasiliana Iconográfica)




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No detalhe, as emas sendo flechadas

No brasão do Rio Grande do Norte desenhado por Mauricio de Nassau figurava uma ema, “ave que se encontra em abundância naquelas paragens”, segundo Gaspar Barléu, o narrador da expedição. Já o brasileiro Câmara Cascudo sustentava, ao contrário, que “a ema nunca foi em tempo algum característica da fauna norte-rio-grandense e especialmente no domínio holandês”. Atribuía a presença da ave no brasão a uma alegoria em homenagem ao chefe indígena Janduí, corruptela de nhanduí, ema pequena.
O naturalista Langsdorff relatou em seus diários, durante a expedição a Minas Gerais, em 1824, que coletara vários espécimes de emas e empalhado para enviar à Rússia. “Estou ansioso para que as espécies de maior porte, como o avestruz (ema) e a siriema, fiquem secos”, escreveu. “Com esse acréscimo de material de grande porte, vi-me obrigado a permanecer mais alguns dias aqui. Tive que mandar fazer caixas especiais para empacotar e enviar as mais de 700 espécies de plantas e cerca de 800 pássaros que havíamos colecionado desde Santa Luzia e que pretendíamos remeter ao mesmo tempo.”
“As emas que transitam soltas no Alvorada não são tão plácidas quanto parecem. Elas detestam gente fardada. Não se sabe, ainda, qual é a reação das emas a barbudos”, escreveu Zózimo em 1989. O barbudo se tornaria hóspede do Alvorada em 2003 e jamais foi bicado por elas
Uma esperança para Bolsonaro: o jesuíta português João Daniel defendia que estas aves “não tão lindas” são facilmente domesticáveis, no livro Tesouro Descoberto no Máximo Rio Amazonas, escrito em 1757 e 1776, em que narra suas andanças pelo Maranhão e pelo Pará. “Tem o pescoço comprido, e a cauda respectiva ao corpo muito curta, que a desfeia demasiado”, escreveu. “Domestica-se a ema como qualquer outro pássaro, e seria uma grande conveniência se se introduzisse entre as aves domésticas, ao menos por regalo, e raridade.”
Por outro lado, parece que as emas não são lá muito chegadas em militares. Em 1989, ano da primeira eleição à presidência após a ditadura, o colunista Zózimo Barrozo do Amaral, contou, no Jornal do Brasil, que as aves andaram atacando soldados. “As emas que transitam soltas nos amplos gramados do Palácio da Alvorada não são tão plácidas quanto parecem. Elas detestam gente fardada e já deram muita corrida nos soldados do Batalhão de Guardas”, publicou Zózimo. “No último domingo, o deputado Luiz Inácio Lula da Silva cismou de cruzar a pé o longo espaço entre a guarita do palácio e a residência presidencial. Foi vivamente desaconselhado pelos funcionários da presidência. Não se sabe, ainda, qual é a reação das emas a barbudos.”
Bem, o barbudo em questão passou a ocupar o Alvorada a partir de 2003, e, ao que consta, jamais foi bicado por suas vizinhas emplumadas. Pelo contrário, aparece em imagem de Ricardo Stuckert, seu fotógrafo oficial, alimentando as emas tranquilamente –mais esperto que Bolsonaro, Lula preferiu permanecer a uma distância segura.


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Lula no Alvorada. Foto: Ricardo Stuckert(Photo: Ricardo Stuckert)

A fama de encrenqueiras sempre acompanhou as emas do Alvorada. Elas foram acusadas de perseguir os dálmatas do ditador Ernesto Geisel e de, durante o governo Dilma Rousseff, bicar o labrador da presidenta, Nego.
Dilma, que nunca demonstrou especial simpatia pelas emas, foi zoada por se impressionar com a forma como elas se reproduzem: é o macho que choca o ovo. “A primeira palavra que eu acho que ele falou é ema”, contou a recém-empossada presidenta à jornalista Patricia Poeta, da Globo, sobre o netinho Gabriel, então com um ano de idade. “Além do netinho presidencial, o palácio hospeda hoje outros 9 bebês. Filhotes de emas que nasceram na semana passada”, disse Patricia. E Dilma soltou a frase que faria a internet explodir: “É o emo que choca”.
A fama de encrenqueiras sempre acompanhou as emas do Alvorada. Elas foram acusadas de perseguir os dálmatas do ditador Ernesto Geisel e de, durante o governo Dilma Rousseff, bicar o labrador da presidenta, Nego
Certamente um macho chocando ovo não seria algo digno de nota para um machão como Bolsonaro. Mas, 18 anos antes da petista, outro presidente mineiro também havia mostrado espanto com esta característica da reprodução das emas: Itamar Franco, que um dia chegou ao palácio do Planalto alardeando a descoberta entre os repórteres, sem que por isso virasse alvo de chacota. A partir daí, toda vez que se falava das emas da residência presidencial, os jornalistas escreviam que eram “os bichos favoritos de Itamar”.
Ao longo dos anos, as desengonçadas aves foram até incorporadas ao jargão dos repórteres e colunistas de política na capital federal, que volta e meia sapecam em seus textos um “até as emas do Alvorada sabem…” ou “até as emas do Alvorada desconfiam…” A própria Dilma fez isso. “Até as emas do Alvorada sabem que a lei é uma pra Cunha, outra pra mim”, disse, durante o processo de impeachment, em 2016. “Até as emas do Alvorada sabem que se tratou de um golpe”, repetiu, em 2018.
Até as emas do Alvorada sabem que a cloroquina não funciona, diria alguém em 2020, ao ver o patético vídeo de Bolsonaro erguendo, diante do espelho d’água do palácio e da habitual claque de bolsominions, uma caixinha do remédio que alardeia como a panaceia para o coronavírus, mesmo ele tendo sido descartado pela OMS e mais recentemente pela Fiocruz. A insistência do presidente com a medicação só é comparável à sua insistência em ficar amigo das emas.
Pouco antes de saudar a cloroquina, naquele mesmo domingo, novamente Bolsonaro resolveu se aproximar das aves. E elas novamente não mostraram o menor entusiasmo em fazer amizade com ele, que saiu sacudindo a mão como se tivesse levado outra bicada. O fotógrafo Igo Estrela, do Metrópoles, voltou a registrar a cena.
Bolsonaro será bicado de novo? As emas sucumbirão ao encanto rústico do “mito” ou ele só afeta o gado? O presidente desistirá das aves e adotará um gato? Ema, ema, ema, este é o menor dos nosso problemas."
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segunda-feira, 20 de julho de 2020

E O FUNDEB, COMO FICARÁ ?

Colunista Tereza Cruvinel alerta para o fato de que o "governo da destruição nacional apresentou uma proposta indecente: no ano que vem, não terá Fundeb". "Começará na Câmara uma batalha sobre algo que de fato importa para o futuro deste país cujo presente é o desalento", afirma
BRASIL  247
Jair Bolsonaro e sala de aula
Jair Bolsonaro e sala de aula (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Pillar Pedreira/Agência Senado)
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"Depois de passar um ano e meio sabotando a aprovação da emenda constitucional que prorroga o Fundeb, no sábado, com a votação marcada para esta segunda-feira, o governo da destruição nacional apresentou uma proposta indecente: no ano que vem,  não terá Fundeb. Não haverá ajuda federal aos estados e municípios para manter e melhorar os ensinos fundamental e médio, já profundamente afetados pela pandemia. E para completar, em 2022, ano da eleição presidencial, Bolsonaro quer garfar metade do fundo para turbinar o programa social Renda Brasil, o Bolsa Família despetizado, ampliado e rebatizado.
Com a tragédia econômica e social que se avizinha, mesmo um governo anti-povo como o de Bolsonaro vê-se na contingência de instituir um programa social mais robusto, para quando acabar o auxílio emergencial. A esquerda não poderá ficar contra. Não poderá, como diz corretamente Aloizio Mercadante, colocar “os interesses partidários acima dos interesses do povo brasileiro, especialmente dos negros e periféricos”. Terá que apoiar. Mas que Bolsonaro e Guedes busquem outros recursos, sem garfar os que devem ser garantidos à educação.
Essa é a primeira indecência: a proposta do governo é deixar os estados e municípios sem a contribuição federal no ano que vem, o que levaria a um colapso no ensino público. E em 2022, quando Bolsonaro pretende disputar a reeleição, metade dos recursos seria usada para turbinar o novo programa de transferência de renda.
O auxílio emergencial de R$ 600 está rendendo apoio a Bolsonaro nas
camadas mais pobres, embora a proposta inicial de Guedes fosse de R$
200. Como nem esta o governo havia apresentado, o Congresso tomou a
iniciativa de aprovar um auxílio de R$ 500. E aí o governo pegou carona e colocou mais R$ 100 para disputar a paternidade do programa. Para quem recebe, o mérito é de quem paga, não importando quem aprovou. Tendo achado o caminho das pedras, Bolsonaro quer garfar o Fundeb para turbinar seu programa no ano da reeleição. Vamos ver se o Centrão segura esta.
A segunda indecência da proposta é a de deixar o ano que vem sem Fundeb. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, criado no governo Lula em 2006,  expira em 31 de dezembro. Ele garante aos estados e municípios uma contribuição federal de R$ 4 para cada R$ 10 gastos no ensino fundamental e médio, beneficiando 43 milhões de estudantes. A União entra com 10% do gasto total, algo em torno de R$ 16 bilhões anuais. Em um ano e meio de governo, os dois ministros da Educação de Bolsonaro, Vélez e Weintraub, não quiseram tratar do assunto com o Congresso.
A PEC está em debate há três anos, passou por 50 audiências públicas foi acordado com as entidades de educação e as que representam o magistério. O texto da relatora, professora Dorinha (DEM-TO), transforma o fundo em permanente, financia o piso salarial de professores, a infraestrutura das escolas e a aquisição de material pedagógico. O governo, com sua proposta, quer desmontar a educação pública por pressão do setor privado. Importante que todos se mobilizem, cobrando dos deputados a aprovação do texto da relatora e derrotando a manobra do governo – diz a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ).
A nova proposta do Congresso amplia a participação da União, de 10% para 20%, e altera a regra de distribuição, incluindo estados e municipios que hoje não são beneficiados. Guedes é contra, alegando que a proposta não aponta a fonte de recursos. Este é um problema dele. Na semana passada, ele tentou forçar a relatora a mudar seu texto. O novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, participou da conversa mas não tomou partido. Agora veremos a que veio: se estiver mesmo interessado em resolver os problemas da Educação, terá que trombar com Guedes, brigar pela prorrogação do Fundeb a partir de
janeiro de 2021 e não aceitar a garfada nos recursos para financiar o Renda Brasil.
Se a PEC for aprovada, o valor mínimo gasto com cada aluno passará de R$ 3.427 para R$ 4.778, segundo cálculos de técnicos da Câmara. E o número de municípios atendidos saltará de 1.699 para 2.284. Isso é investir em educação.
Veremos também se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fará mais um favor a Bolsonaro ou apoiará a relatora, professora Dorinha, que é de seu partido. Ela resistiu às pressões de Guedes e refuta a proposta de usar o Fundeb para financiar as ambições eleitoreiras de Bolsonaro, dizendo:
- Não cabe transformar a PEC do Fundeb em hospedeira de proposta de outra natureza, por mais relevante que seja, porque perde-se em termos de desenho de política educacional.
Hoje, portanto, começará na Câmara uma batalha sobre algo que de fato importa para o futuro deste país cujo presente é o desalento.'

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O TEMPO

O TEMPO MOISÉS MENDES Para lembrar ou para esquecer no fim do ano: uma lista de fatos que parecem ter ocorrido anteontem. 11 de dezembro d...