segunda-feira, 28 de setembro de 2015

PAULISTANOS, VAMOS TODOS NOS MUDAR ?

Paulistanos, vamos todos nos mudar?


Sao_Paulo_Copan01
Rogerio Oliveira em seu blog em 15/9/2015
Nós, paulistanos, somos curiosos. Vivemos ou sobrevivemos em uma cidade reconhecidamente caótica. Apesar de sua vergonhosa desigualdade, somos iguais no tanto que reclamamos dela.
Reclamamos de seu trânsito, de seu tamanho, de seus alagamentos, de suas secas, de sua poluição, de seu ruído, de sua violência. No mínimo.
Nos mais de 30 anos que vivi nesta cidade, onde nasci, sempre tive a certeza de que todos queriam mudar. Mudar de cidade ou mudar a cidade. Mas mudar. Para ninguém estava simplesmente bom do jeito que estava.
A cidade é óbvio reflexo do que fizemos dela. Estão aí os bons e velhos posts de pessoas tirando fotos do trânsito, dos carros parados a sua frente, sem perceber que o carro detrás também está fazendo a mesma foto reclamação com você à frente dele. Você é o trânsito, resumia a brilhante campanha.
Vamos além? Você é a seca. Você é o alagamento. Você é o ruído. Você é a poluição. Sinto muito dizer paulistano, mas você é o problema. Nós somos o problema.
Mas o problema maior é outro.
Se reconhecermos que nós somos São Paulo, que nós somos o que ela tem de bom (sim, há coisas incríveis), mas também o que ela tem de ruim, se reconhecermos que nós somos o problema, significaria dizer que, para São Paulo mudar, os paulistanos teriam de mudar.
Complicou. É aqui que começa nossa grande armadilha.
Ao mesmo tempo em que todos gostariam de ver a cidade mudar, fica nítido o quanto somos avessos ao processo de mudança.
Paulistano, tenho uma má notícia: somos conservadores.
Acreditamos ser possível ir do ponto A ao B, sem percorrer o caminho de testes, erros, inovações, que nos leva de um ponto ao outro.
Acreditamos que é possível simplesmente eliminar o que a cidade tem de ruim e manter o que há de bom (para poucos) sem que uma mudança maior, sistêmica, de modelo de cidade, aconteça. Mudança que sim acabará afetando como você vive hoje, mas que, no longo prazo, pode ser melhor para todos.
Qualquer processo de mudança de modelo exigirá sempre que você de uma forma ou outra tenha de inovar. Fazer coisas que nunca foram feitas antes na cidade. Testar. Errar. Corrigir. Aprimorar. Sair da zona de conforto.
O processo de mudança, de inovação requer sempre que você erre antes de acertar. Por quê? Porque você precisa justamente experimentar, prototipar, testar antes de ter a solução perfeita.
Mas São Paulo é uma cidade que não aceita protótipos. Não aceita testes. Não aceita erros. Não aceita, portanto, inovação e mudança.
Nesse contexto, não dá pra não comentar a relação do atual prefeito da cidade com seus moradores. Sei que é difícil em tempos atuais, mas tentemos não entrar em questões partidárias e mais difícil ainda, tentemos isolar um olhar sobre o que acontece na cidade e o que acontece no plano federal. Pra facilitar te digo, não, NÃO sou petista. Não, também não recebi dinheiro para escrever isso.
Longe, muito longe de querer defendê-lo ou dizer que é um prefeito perfeito ou próximo a isso. Mas é inegável que o atual prefeito da cidade criou impacto (negativo para sua popularidade) e polêmica entre nós paulistanos.
Encrencamos com ele (corretamente ou não) de uma maneira que qualquer iniciativa vinda da Prefeitura já parece ser ruim de largada, mesmo antes de ser entendida, testada, profundamente avaliada.
Dizem que São Paulo não é uma Amsterdã para o prefeito tentar implementar algumas de suas iniciativas. Não é mesmo. E nunca será, enquanto nós não formos mais holandeses.
Precisaríamos em primeiro lugar parar de avaliar a gestão da Prefeitura pelo viés do próprio umbigo. A Prefeitura de São Paulo tem inúmeros problemas em sua gestão. Muitos. Mas curiosamente os mais graves deles nunca aparecem nos posts birrentos dos reclamantes porque não os afeta diretamente. Arcos do Futuro, creches não entregues por falta de verba etc. etc. Isso não gera polemica. Isto não está nos posts birrentos.
Em segundo lugar, para sermos mais holandeses poderíamos investigar e valorizar coisas que foram feitas e que são pouco noticiadas. Inaugurações de usinas de reciclagem que fazem São Paulo ter capacidade de reciclagem maior do que sua população separa de lixo reciclável (quando formos mais holandeses esse número deve aumentar). São Paulo fez demarcação das (poucas) terras indígenas restantes. Pela primeira vez São Paulo tem um Plano Diretor aprovado que confronta a especulação imobiliária e valoriza praças, valoriza o caminhar, o pedalar, o encontrar. E se ainda assim ao pegarmos no pé da Prefeitura e dizer que faltou diálogo nestas implementações poderíamos perceber que os conselhos consultivos foram reativados por toda a cidade, onde várias iniciativas são discutidas, debatidas, melhoradas antes de serem implementadas.
E finalmente para tentar nos tornarmos mais holandeses e quem sabe um dia fazer de São Paulo uma Amsterdã, antes de massacrarmos as iniciativas que viram grande polêmicas nas redes sociais poderíamos tentar ser neutros, pelo menos no início. Respirar antes de reagir. Dar um tempo, sabe? Entender. Esperar. Deixar testarem. Deixar errarem. Deixar corrigirem e então evoluir. Não?
Se não formos neutros em nossas apressadas análises super-assertivas e quase descontroladas corremos o risco de ter de mudar de ideia e dar razão para o tal do prefeito, o que seria o pior que poderia acontecer.
As faixas de ônibus, por exemplo, quando instaladas foram violentamente criticadas. Hoje além de não se ver mais reclamações, vemos o contrário. Várias pessoas reconhecendo que de fato as faixas aumentaram a velocidade média dos ônibus, que elas melhoraram para várias pessoas, reduziu a jornada e a travessia de pessoas que moravam nas periferias da cidade.
O último híper, súper e gravíssimo problema foi a diminuição da velocidade nas marginais (se é que já não surgiu algum novo hoje). Histeria de nós, paulistanos, nas redes no dia do anúncio. Hoje, com cálculo simples, já se entendeu que se você fosse percorrer uma das marginais inteira com a nova velocidade comparada a anterior você perderia não mais do que 4 a 5 minutos. Já se entende que coisas semelhantes foram implementadas em Nova Iorque, Paris, Londres e que todas reduziram o número de acidentes e, pasmem, aumentaram a velocidade média dos carros.
Fico imaginando se nosso prefeito fosse de fato inovador.
Imagina ele ter sido o primeiro a tentar a redução da velocidade sem ter casos comprovados de nenhum outro país? Imagine ele ser o primeiro a apostar na ciclovia como complemento de um sistema de transporte? Imagine ser ele o primeiro a fechar ruas para carros no fim de semana? Imagine ser ele o primeiro a piorar o trânsito para os carros para melhorar para os coletivos? Imagine ser ele o primeiro a criar limites para o setor imobiliário? Teríamos de ser muito holandeses para apoiar. Tão holandeses que talvez não tivéssemos nascido aqui.
A pior notícia é essa. Somos conservadores com coisas que não são nem inovação. Nosso prefeito infelizmente só está copiando, atrasado, iniciativas que já deveriam ter sido implementadas há muitos anos. E mesmo assim ainda resistimos as mudanças.
Aliás, se no nível federal falamos em estelionato eleitoral fazendo de tudo para se reeleger, em casa temos alguém que parece fazer o inverso. Faz de tudo para incomodar o paulistano e não ser reeleito. No auge de sua impopularidade, próximo das eleições, reduz as velocidades das marginais. Maluco, não? Estaria ele tendo a audácia de pensar e implementar o que é melhor pra cidade sem pensar em reeleição? Aí seria ousadia demais. Inaceitável.
Mas, para o bem de nosso conservadorismo, para nossa adoração pelo status quo e preservação de nosso umbigo, podemos ficar tranquilos. Ele obviamente não será reeleito. Com tantas polêmicas e com uma reação tão violenta contra o teste, contra o erro, contra o novo (ou cópias), sua campanha para mais um mandato nascerá morta.
Durmamos em paz paulistanos. Logo logo José Luís Datena, Celso Russomano ou João Dória Jr., um desses, assumirá o comando do programa, ops…, da cidade, para garantir dias com menos invenções e tudo permanecerá como sempre. Assim não precisaremos mudar.
Bastará mudar de cidade. Isso, claro, se o trânsito permitir.

Parabenizo, esse brilhante  texto, de Rogério Oliveira ,em seu  blog /Limpinho e Cheiroso

Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo até amanhã.

O DISCURSO DE DILMA ROUSSEFF NA ONU

Senhor Morgens Lykketoff, Presidente da Septuagésima Assembleia Geral das Nações Unidas

Senhor Ban Ki-moon, Secretário Geral das Nações Unidas

Senhores e Senhoras Chefes de Estado, de Governo e de Delegações

Senhoras e Senhores

É um privilégio poder dirigir-me à Assembléia Geral neste ano em que as Nações Unidas celebram seu septuagésimo aniversário.

Minhas primeiras palavras, Senhor Presidente, são de congratulações por sua escolha para presidir esta Assembleia-Geral.

Reitero, em especial, o apoio do Brasil à sua disposição de adotar medidas que fortalecem a agenda de desenvolvimento da Organização.

Setenta anos são passados da Conferência de São Francisco. Buscou-se, naquela ocasião, construir um mundo fundado no Direito Internacional e na busca de soluções pacíficas para os conflitos.

Desde então, tivemos avanços e recuos. O processo de descolonização apresentou notável evolução, como se pode constatar contemplando a composição desta assembleia.

A ONU ampliou suas iniciativas, incorporando a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ou seja, as questões relativas ao meio ambiente, ao fim da pobreza, ao desenvolvimento social e ao acesso a serviços de qualidade.

Temas como os desafios urbanos,as questões de gênero e raça, ganharam prioridade.

Não conseguiu o mesmo êxito ao tratar da segurança coletiva, questão que esteve na origem da Organização e no centro de suas preocupações.

A multiplicação de conflitos regionais —alguns com alto potencial destrutivo—, assim como a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade, expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas, mostram que a ONU está diante de um grande desafio.

Não se pode ter complacência com tais atos de barbárie, como aqueles perpetrados pelo chamado Estado Islâmico e por outros grupos associados.

Esse quadro explica, em boa medida, a crise dos refugiados pela qual passa atualmente a humanidade.

Grande parte dos homens, mulheres e crianças que se aventuram temerariamente nas águas do Mediterrâneo e erram penosamente nas estradas da Europa proveem do Oriente Médio e Norte da África, onde países tiveram seus estados nacionais desestruturados por ações militares ao arrepio do Direito Internacional, abrindo espaço para o terrorismo.

A profunda indignação provocada pela foto de um menino sírio morto nas praias da Turquia e pela notícia sobre as 71 pessoas asfixiadas em um caminhão na Áustria deve se transformar em ações inequívocas de solidariedade.

Em um mundo onde circulam, livremente, mercadorias, capitais, informações e idéias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas.

O Brasil é um país de acolhimento. Recebemos sírios, haitianos, homens e mulheres de todo o mundo, assim como abrigamos, há mais de um século, milhões de europeus, árabes e asiáticos. Somos um país multiétnico, que convive com as diferenças.

Senhor Presidente

Esse inquietante pano de fundo nos impõe uma reflexão sobre o futuro das Nações Unidas e nos exige agir concreta e rapidamente.

Necessitamos uma ONU capaz de fomentar uma paz sustentável no plano internacional e de atuar com presteza e eficácia em situações de crise, guerras regionais localizadas e quais quer atos contra a humanidade.

Não se pode postergar, por exemplo, a criação de um Estado Palestino, que conviva pacífica e harmonicamente com Israel. Da mesma forma, não é tolerável a expansão de assentamentos nos territórios ocupados.

Para dar às Nações Unidas a centralidade que lhe corresponde, é fundamental uma reforma abrangente de suas estruturas.

Seu Conselho de Segurança necessita ampliar seus membros permanentes e não permanentes, para tornar-se mais representativo, legítimo e eficaz. A maioria dos Estados-membros não quer que uma decisão a esse respeito possa ser adiada.

Temos a esperança de que a reunião que hoje se inicia, entre para a história como ponto de inflexão na trajetória das Nações Unidas. Quetraga resultados concretos no longo, e até agora inconcluso, processo de reforma da Organização.

Nossa região —onde imperam a paz e a democracia— se regozija com o estabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, que põe fim a um contencioso derivado da Guerra Fria. Esperamos que esse processo venha a completar-se com o fim do embargo que pesa sobre Cuba.

Celebramos, igualmente, o recente acordo logrado com o Irã, que permitirá a esse país desenvolver a energia nuclear para fins pacíficos e devolver a esperança de paz para toda uma região.

No âmbito do Brics, lançamos um Novo Banco de Desenvolvimento, que ajudará na ampliação do comércio e dos investimentos e possivelmentena consecução dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Senhor Presidente

A Agenda 2030 desenha o futuro que queremos. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável reafirmam o preceito da Rio+20: que é possível crescer, incluir, conservar e proteger.

Estabelecem metas universais, evidenciam a necessidade de cooperação entre os povos e um caminho comum para a humanidade.

Esta Agenda exige solidariedade global, determinação de cada um de nós e compromisso com o enfrentamento da mudança do clima, com a superação da pobreza e a construção de oportunidades.

Em Paris, em dezembro próximo, devemos fortalecer a Convenção do Clima, com pleno cumprimento de seus preceitos e respeito a seus princípios.

As obrigações que assumirmos devem ser ambiciosas —inclusive no que se refere a apoios financeiros e tecnológicos aos países em desenvolvimento e às pequenas ilhas—, em sintonia com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

O Brasil está fazendo grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sem comprometer nosso desenvolvimento.

Continuamos diversificando as fontes renováveis em nossa matriz energética, que está entre as mais limpas do mundo.

Estamos investindo na agricultura de baixo carbono.

Reduzimos em 82% o desmatamento na Amazônia.

A ambição continuará a pautar nossas ações.

Por isso, anunciei, ontem, aqui na ONU, nossa INDC. Será de 43%, a contribuição do Brasil para reduçãodas emissões de gases de efeito estufa até 2030, com base no ano de 2005.

Neste período, o Brasil pretende o fim do desmatamento ilegal; o reflorestamento de 12 milhões de hectares; a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas; a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas.

Em um mundo em que a participação das fontes renováveis de energia é de apenas 13% da matriz energética, pretendemos garantir o percentual de 45% de fontes renováveis na nossa matriz energética.

Vamos buscar a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade; a participação de 23% das fontes renováveis —eólica, solar e biomassa— na geração de energia elétrica; o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica; a participação de 16% de etanol carburante e das demais biomassas derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética.

O Brasil contribui, assim, para que o mundo possa atender as recomendações do Painel de Mudança do Clima, que estabelece o limite de dois graus Celsius de aumento de temperatura, neste século.

Somos um dos poucos países em desenvolvimento a assumir meta absoluta de redução de emissões.

Nossa INDC inclui ações que aumentam a resiliência do meio ambiente e reduzem os riscos associados aos efeitos negativos da mudança do clima sobre as populações mais pobres e vulneráveis, com atenção para as questões de gênero, direito dos trabalhadores, das comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais.

Reconhecemos a importância da cooperação Sul-Sul no esforço global de combater a mudança do clima.

Enfatizo que desde 2003, políticas sociais e de transferência de renda contribuíram para que mais de 36 milhões de brasileiros superassem a pobreza extrema.

O Brasil saiu, no ano passado, do Mapa Mundial da Fome. Isso evidencia a eficácia de nossa política chamada Fome Zero que agora se transforma no ODS nº2.

Na transição para uma economia de baixo carbono, consideramos importante assegurar condições dignas e justas para o mundo do trabalho.

O desenvolvimento sustentável exige a promoção do trabalho decente, a geração de empregos de qualidade e a garantia de oportunidades.

O esforço para superar a pobreza e promover o desenvolvimento tem de ser coletivo e global.

Em meu país, porém, sabemos que o fim da pobreza é só um começo de uma longa trajetória.

Senhor Presidente

Por seis anos, buscamos evitar que os efeitos da crise mundial que eclodiu em 2008, no mundo desenvolvido, se abatessem sobre nossa economia e sociedade.

Por seis anos, adotamos um amplo conjunto de medidas reduzindo impostos, ampliando o crédito,reforçando o investimento e o consumo das famílias.

Esse esforço chegou a um limite tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo.

A lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo das commodities incidiram negativamente sobre nosso crescimento.

A desvalorização cambial e as pressões recessivas produziram inflação e forte queda da arrecadação, levando a restrições nas contas públicas.

Diante dessa situação estamos reequilibrando o nosso orçamento e assumimos uma forte redução de nossas despesas, do gasto de custeio e até de parte do investimento.

Realinhamos preços, estamos aprovando medidas de redução permanente de gastos e restrição aos incentivos creditícios. Enfim, propusemos cortes drásticos de despesas e redefinimos nossas receitas.

Todas essas iniciativas visam reorganizar o quadro fiscal, reduzir a inflação, para consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentar a confiança na economia e garantir a retomada do crescimento com distribuição de renda.

Hoje, a economia brasileira é mais forte, sólida e resiliente do que há alguns anos. Temos condições de superar as dificuldades atuais e avançar na trilha do desenvolvimento.

Estamos num momento de transição para um outro ciclo de expansão profundo, sólido e duradouro. Além das ações de reequilíbrio fiscal e financeiro, de estímulo às exportações, também adotamos medidas de incentivo ao investimento em infraestrutura e energia.

No Brasil, o processo de inclusão social não foi interrompido. Esperamos, que o controle da inflação, a retomada do crescimento e do crédito contribuirão para uma maior expansão do consumo das famílias.

Essas são as bases para um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento, baseado no aumento da produtividade e na geração de mais oportunidades de investimento para empresas e de empregos para os cidadãos.

Senhoras e senhores

Os avanços que logramos nos últimos anos foram obtidos em um ambiente de consolidação e de aprofundamento da democracia.

Graças à plena vigência da legalidade e ao vigor das instituições democráticas, o funcionamento do Estado têm sido escrutinado de forma firme e imparcial pela Justiça e por todos os Poderes e organismos públicos encarregados de fiscalizar, investigar e punir desvios e crimes.

O Governo e a sociedade brasileiros não toleram a corrupção.

A democracia brasileira se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como o seu próprio limite.

Nós, os brasileiros, queremos um país em que a lei seja o limite. Muitos de nós lutamos por isso, justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura.

Queremos um país em que osgovernantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos.

Em que os juízes julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza e desligados de paixões político-partidárias, jamais transigindo com a presunção da inocência de quaisquer cidadãos.

Queremos um país em que o confronto de idéias se dê em um ambiente de civilidade e respeito. Queremos um País em que a liberdade de imprensa seja um dos fundamentos do direito de opinião e a manifestação de posições diversas direito de todos os brasileiros.

As sanções da lei devem recair sobre todos os que praticaram atos ilícitos, respeitados o princípio do contraditório e da ampla defesa.

Essas são as bases de nossa democracia e valho-me de recente manifestação do meu amigo José Mujica, ex-presidente uruguaio, que disse:

"Esta democracia não é perfeita porque nós não somos perfeitos. Mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la".

Que fique consignado que não abriremos mão das conquistas pelas quais o povo brasileiro tanto lutou.

Senhoras e senhores

Quero valer-me desta ocasião para reiterar que o Brasil espera, de braços abertos, os cidadãos de todo o mundo para a realização dos Jogos Olímpicos e Para Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Essa será oportunidade única para difundir o esporte como instrumento fundamental de promoção da paz, da inclusão social e da tolerância, por meio da luta contra a discriminação racial, étnica e de gênero.

Será também ocasião para que possamos promover a inclusão de pessoas com deficiência, uma das prioridades de meu Governo.

Uma última palavra.

Há poucos dias, foram reinaugurados aqui na sede das Nações Unidas os murais "Guerra e Paz", do artista brasileiro Cândido Portinari, doados pelo governo de meu país à ONU, em 1957.

A obra denuncia a violência e a miséria e exorta os povos à busca do entendimento. É um símbolo para as Nações Unidas quanto a sua responsabilidade de evitar os conflitos armados e de promover a paz, a justiça social e a superação da fome e da pobreza.

Portinari sempre afirmou que "não há nenhuma grande arte que não esteja identificada com as pessoas".

A mensagem dos murais permanece atual. Alude tanto às vítimas das guerras como aos refugiados que arriscam suas vidas em precários barcos no Mediterrâneo e a todos anônimos que buscam na ONU proteção, paz e bem-estar.

Esperamos que, ao ingressar neste recinto das Nações Unidas e ao olhar esses murais em sua entrada, sejamos capazes de escutar a voz dos povos que representamos e de trabalhar com afinco para que seus anseios de paz e progresso venham a ser atendidos.

Afinal, foram esses os ideais que estiveram, setenta anos atrás, presentes no ato fundacional desta grande conquista da humanidade que é a Organização das Nações Unidas.

Muito obrigada.

Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo  até amanhã.

domingo, 27 de setembro de 2015

O PODER DAS PALAVRAS

                                                            É  sabido  que  a palavra  solta de nossas  bocas  quando  saem
não  voltam  mais  é tipo um  arco  de flexa  que  sai  para atingir  o  seu alvo.
                                                            Mas  muitas  vezes não  temos  nós viventes  as consequências
que  tal ato   fará. Mas  com  certeza  pode  trazer  muitos  aborrecimentos.
                                                            Pois  quando  dizemos algo  para álguém  podemos  de uma  certa maneira   tenhamos  ou pensamos que  temos  razão  em dizer  algo, poderemos em  verdade
fazermos uma injustiça.
                                                           Reconhecer  sempre  que erramos  é  um  dever moral  que  sempre devemos  ter dentro  da gente  pois  não  temos  o  direito  de   soltar palavras  por mais que
possamos achar  que temos  o  direito   de dizê-las  a um  semelhante  nosso  ainda mais quando   sim
magoamos, ou  destratamos.
                                                          Sempre  procuramos  o equilíbrio  e dentro desse  equilibrio fazer
aquilo que achamos  certo esse  é o  caminho natural  mas  as realidades de momento  muitas  vezes  não  contemplo essa regra  natural  pois, não  somos máquina,  somos  movidos  dentro  de  nossas
realidades,  e sofremos naturalmente  as influências  boas ou más  do meio  que vivemos  ou daquilo
que  cada um  vive .
                                                         Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo até amanhã.

O TAMANHO DOS ANTI- DILMA

                               A  ENVERGADURA  POLÍTICA   DA CAMPANHA  ANTI-DILMA
                               Renato Rabelo - ex  presidente  nacional  do PC do  B / 26/09/2015

                               É grande a dimensão da crise política e econômica e das suas mutuas sinergias, pela qual atravessa o Brasil na atualidade. Entretanto, essa situação de crise é diminuta se comparada à campanha avassaladora e destruidora deflagrada contra a presidenta Dilma Rousseff, sobretudo, depois de sua segunda vitória eleitoral em 2014.
A oposição — que não aceitou a derrota — em interatividade com a mídia hegemônica nativa, com seus editorialistas e articulistas a soldo, seus agentes de poder e vasta rede "viral", perpetram inominável cruzada contra uma presidenta da República, seu papel, seu desempenho e até da sua própria personalidade.
O centro de gravidade de toda crise que ora vive o país é a aguda e polarizada luta política. A oposição visa atingir determinados objetivos estratégicos: no plano político, solapar a construção da base de sustentação do governo; no plano econômico, abalar a expectativa para realização dos investimentos, decisivos para a carente recuperação do crescimento.
Mas, em síntese, o gume do ataque está dirigido em desconstruir politicamente a presidenta Dilma e seu governo, abrindo a via da sua destituição.
O presidencialismo brasileiro, que tomou a forma de "presidencialismo de coalizão", é inerente à singularidade do nosso sistema político, no qual o presidente da República é eleito, mas não está garantido para ele maioria no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado.
Essa realidade cria um paradoxo: o presidente eleito não tem o apoio de pronto de uma maioria parlamentar para sustentar o projeto por ele assumido, que lhe deu a vitória. A coalizão para governar passa a ser assim uma construção complexa porquanto é realizada frequentemente numa situação política adversa, que consiste em unir uma base heterogênea e instável.
E eu pergunto ao distinto público: Conformar tal coalizão de governo no parlamento já é difícil em condições de "paz", imagine nas condições atuais, de grande crise, de acirrada guerra política. É exatamente por aí, por esse grande flanco, a principal investida antigoverno, procurando impedir a sua estabilização, é por aí a arremetida golpista, tentando sua destituição.
Mesmo porque a direita na atualidade não conta, como no passado, com o instrumento da intervenção militar. Os protestos de rua de camadas médias que saem aos domingos, como os da Avenida Paulista e mesmo crises econômicas, não derrubam governos.
Por isso que as forças conservadoras no Brasil e na região — o exemplo recente do Paraguai — buscam suas novas formas de golpe na combinação parlamento-justiça, associadas, como sempre, aos interesses alienígenas e imperialistas hegemônicos.
O centro de gravidade é na política. Agora, o motivo alegado de rebaixamento do Brasil pela S&P é a incapacidade do governo Dilma de reunir condições políticas para aprovação do ajuste fiscal e retomar o crescimento. A tensão do embate político é usada para alimentar a alta do dólar. E assim por diante.
O governo Dilma chegou a um momento decisivo: amplos setores do consórcio oposicionista almejando ansiosamente sua volta ao centro do poder, não somente se concentram em desconstruir o governo Dilma, mas, desesperadamente ousam até a desconstruir o país e instigar o caos econômico; e já conseguem dar fórum oficial ao rito processual do impeachment, buscando estabelecer manobras que permitam alcançar os seus propósitos.
É nesta hora que a presidenta Dilma, depois de muitos percalços e certos equívocos, começa dar passos positivos para recompor o seu governo a fim de paralisar a instabilidade política e a ameaça golpista. Os primeiros lances consistiram no êxito em manter os 26 vetos presidencias, evitando grave descontrole orçamentário. Nova votação de outros 6 vetos está anunciada para a próxima quarta feira.
Aos primeiros sintomas de que a iniciativa da presidenta estava sendo bem sucedida é a demonstração do berreiro negativo ressoado pelas forças oposicionista e seu aparato midiático dominante.
Assim é que, nestes últimos dias, o esforço desempenhando pela presidenta, através de persistente diálogo com os aliados, para reconstrução do governo, dando passos certeiros é solapada por eles, em versões vincadas pelo tom de que Dilma divide o PMDB, que é uma tentativa de rachar o Partido, que a presidenta não faz outra coisa senão inventar um confronto, ou arrastar Lula e o PMDB para o seu "labirinto", no qual estaria enredada.
É um apelo gritante à desconstrução permanente, ao impasse político, à trama favorável ao apelo golpista.
Tudo isso, já antes de uma versão verberada de que a última conversa de Lula com a presidenta teria tido como resultado a "rendição" de Lula, o qual impunha à presidenta a necessidade de sua "renúncia". Na realidade o verdadeiro labirinto é o estágio atual a que chegou o jornalismo político no país, impulsionado pelos interesses oposicionistas escusos e abertos da mídia hegemônica.
Não  é  de  hoje, que  os governos do PT  sofrem  uma campanha  muito  forte  por vários  setores em todas as áreas
e inclusive  da grande mídia   brasileira.
Os  derrotados na eleição  passada  não  se conformam  com a
derrota das  urnas  e querem a  todo  tipo  de manobras  ver
algo  para que  tirem  a presidente Dilma,  do  Palácio   do Planalto com um  golpe.
Esse  massacre  diário  ao  governo tenta  acima de  tudo  sim
desestabilizar   o  governo  e  dar uma sensação de anarquia
nas hostes  governamentais  para quem  sabe executar   um
golpe anti-democrático.
Pensem nisso enquanto  eu  vos digo até amanhã.

A TROCA DE LADO - PORQUE ?

Herman Melville é conhecido pelo seu fabuloso "Moby Dick", terminado em julho de 1851 e publicado no mesmo ano, em outubro, em Londres. O livro foi recebido friamente pela crítica, mas foi considerado mais tarde um dos grandes romances da literatura contemporânea. Fazendeiro-escritor, à época, Melville é também autor de um texto maravilhoso - que provavelmente hoje seria classificado como um "ensaio"- "Hawthorne e seus musgos". É um pacto de amizade e fraternidade com seu amigo, a quem dedica o ensaio, impelido pelo fervor da construção de uma literatura genuinamente americana, que ele defendia quase como anunciadora de formação da jovem nação.
Ao defender a criação de uma identidade própria, para a literatura americana, sem desdenhar da literatura inglesa do Século XIX, Melville lembra que os julgamentos do presente, centrados nas tensões do presente, nem sempre são os que fazem história e diz: "Não devemos nos esquecer de que, em sua própria época, Shakespeare não era Shakespeare, mas somente o sr. William Shakespeare da hábil e florescente firma Condell, Shakespeare e Co., proprietários do Globe Theatre de Londres."
Lembro este episódio literário, a partir deste grande autor que também diz, no mesmo ensaio, que "aquele que nunca fracassou em alguma parte, tal homem não pode ser grande, o fracasso é a verdadeira prova de grandeza". É uma frase que poderia servir para muita gente em todas as épocas, inclusive a presente, mas lembro-a, agora, com vínculo a duas opções políticas, feitas por dois líderes importantes do campo da esquerda, no Brasil, deputado Alessandro Molon e Senador Randolfe Rodrigues. Ambos deixaram os seus respectivos partidos e optaram pela Rede, da ex-Senadora Marina Silva, recentemente registrada.
Tanto o deputado Molon, como o Senador Randolfe - pelo que conheço de ambos - não estão fazendo esta opção por oportunismo ou vantagens políticas pessoais. São homens de esquerda, que se opuseram à natureza dos ajustes ortodoxos do Governo atual e que, me custa a crer o contrário, não estariam se trasladando para um campo político que caracterizou as últimas intervenções de Marina Silva, no cenário nacional: o campo demo-tucano, das reformas liberais, combinadas com a crescente vontade de desestabilizar e derrubar uma Presidente legitimamente eleita. Este campo, na minha opinião, jamais seria o campo destes dois quadros da esquerda que, independentemente de divergências, até ontem eram respeitados e elogiados por todos nós.
Se bem conheço os personagens deste cenário, ambos devem ter feito algum tipo de negociação política com Marina, de que a sua nova Rede não seria furada por "palometas", que abririam rombos pelos quais transitariam acordos com a direita e com a centro-direita, como ocorreu recentemente nas eleições presidenciais. Posso estar enganado, mas se este acordo ocorreu de maneira formal, Marina Silva, a quem conheço há décadas, sendo uma pessoa de caráter, como efetivamente o é, cumprirá o ajuste. E aí teremos um novo cenário partidário no país, que poderá permitir coalizões mais orgânicas e frentes mais programáticas, que até poderiam ser testadas, em algumas cidades, em 2016.
Temos assistido na vida democrática recente, as composições políticas mais esdrúxulas, as frentes mais atípicas, as coalizões mais originais, que às vezes redundam em cenários econômicos positivos, às vezes dramaticamente negativos para o país. Ocorre que este cenário histórico está chegando ao fim e os problemas que o mundo atravessa e o país atravessa, passam a dividir de forma mais clara, as posições de esquerda e direita, que se defrontam com um dilema que pode ser uma esfinge: a única forma de sair crises como a presente é pela via da destruição das conquista sociais, dos choques de desemprego e de sugamento das energias produtivas através dos juros altos?
A resposta a este dilema é que vai caracterizar, daqui para diante, as posições democráticas de esquerda e progressistas no país. Temos que buscar, nos diferentes espectros partidários, lideranças, grupos políticos, partidos, frações de partidos, que estejam dispostos a acordar um novo programa econômico e social, baseado na soberania alimentar, no crescimento com emprego, na sustentabilidade ambiental, na participação popular na gestão pública, na soberania nacional e no bloqueio à privatização do Estado para as forças do rentismo e do conservadorismo.
Se estou certo, na minha análise - posso estar redondamente equivocado - Molon e Randolfe não estão abandonando o barco da esquerda, mas procurando construir algo dentro de outros barcos. Parodiando Melville, barcos dos quais eles ainda não são capitães, mas podem vir a sê-lo, como Shakespeare, que não era Shakespeare na sua época. Talvez fracassem, mas, se mantidas as suas intenções originais, seu fracasso será uma prova de grandeza.
Tarso  Genro
Os  políticos tanto  os de  carreira  ou  como dizemos profisionais  ou  os outros  como  dizemos, que sonham, por
uma política mais coerente e  limpa, estão  na minha maneira
de  enchergar a política  procurando  esses  espaços  para quem  sabe  penso  também  eu respirarmos ares  da boa e
salutar  política.
O  Brasil,  sua  política  partidária  vamos assim  dizer  não
anda bem pois,  os interesses outros  e não o do povo sempre
ficam  em primeiro  lugar.
Torço  para que  haja   em  cada  político um mea culpa   para
que cada  um  realmente pense  no Brasil e no seu  povo.
Pensem  nisso  enquanto eu  vos digo até amanhã.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SOMOS CONSPIRAÇÃO PURA ?;

Conspiração

O maior mistério de todos para quem nos estudar de longe será o ódio. Nossa reputação de povo amável talvez sobreviva até 2050. Então, como explicar o ódio destes dia?
Coitado de quem, no futuro, tentar entender o que se passava no Brasil, hoje. A perspectiva histórica não ajudará, só complicará mais. Havia uma presidente — Vilma, Dilma, qualquer coisa assim — eleita e reeleita democraticamente por um partido de esquerda, mas criticada pelo seu próprio partido por adotar, no seu segundo mandato, uma política econômica neoliberal, que deveria agradar à oposição neoliberal, que, no entanto, tentava derrubar a presidente — em parte pela sua política econômica!
Os historiadores do futuro serão justificados se desconfiarem de uma conspiração por trás da contradição. Vilma ou Dilma teria optado por uma política econômica contrária a todos os seus princípios para que provocasse uma revolta popular e levasse a uma ditadura de esquerda, liderada pelo seu mentor político, um tal de Gugu, Lulu, Lula, por aí.
Como já saberá todo mundo no ano de 2050, políticas econômicas neoliberais só aumentam a desigualdade e levam ao desastre. Vilma ou Dilma teria encarregado seu ministro da Fazenda Joaquim (ou Manoel) Levis de causar um levante social o mais rápido possível, para apressar o desastre. Fariam parte da conspiração duas grandes personalidades nacionais, Eduardo Fuinha e Renan Baleeiro, ou coisas parecidas, com irretocáveis credenciais de esquerda, que teriam voluntariamente se sacrificado, tornando-se antipáticos e reacionários para criar na população um sentimento de nojo da política e dos políticos e também contribuir para a revolta.
Outra personalidade que disfarçaria sua candura e simpatia para revoltar a população seria o ministro do Supremo Gilmar Mentes.
Uma particularidade do Brasil que certamente intrigará os historiadores futuros será a aparente existência no país — inédita em todo o mundo — de dois sistemas de pesos e medidas. O cidadão poderia escolher um sistema como se escolhe uma água mineral, com gás ou sem gás. No caso, pesos e medidas que valiam para todo mundo, até o PSDB, ou pesos e medidas que só valiam para o PT.
Outra dificuldade para brasilianistas que virão será como diferenciar os escândalos de corrupção, que eram tantos. Por que haveria escândalos que davam manchetes e escândalos que só saíam nas páginas internas dos jornais, quando saíam? Escândalos que acabavam em cadeia ou escândalos que acabavam na gaveta de um procurador camarada?
Mas o maior mistério de todos para quem nos estudar de longe será o ódio. Nossa reputação de povo amável talvez sobreviva até 2050. Então, como explicar o ódio destes dias? 
Esse  artigo  acima  escrito  pelo  grande Luiz  Fernando  Verissimo  é sintomático  e duro   porque
ele  põem  o  dedo  na ferida, somos conspiradores  sim  quando  os nossos  interesses   não  são
atendidos, ou  de uma  certa maneira  não são  pra nosso  benefício próprio.
O  Brasil   é  maior  que o pode  pelo poder,  é  maior que  os homens   e mulheres que detem  o 
poder  nas casas  governativas.
Temos  que entender   que o Brasil  é  do povo,  do  povo  brasileiro  e sendo  assim  eu  começarei
a ter  cada dia mais esperança   de dias  melhores pra todos  nós.
Pensem nisso  enquanto eu  vos digo até amanhã.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

MORALIDADE CAOLHA



                                        Pensem  nisso  enquanto eu  vos digo até amanhã.

AS ARTIMANHAS DE UM GOLPE

O jornal Folha de S. Paulo, junto com Jornal do Brasil, O Globo e O Estado de S. Paulo, foi um dos pilares da ditadura militar de 1964. A Folha ficou famosa por emprestar suas camionetes para a OBAN transportar gente a ser torturada. Nos últimos tempos, a Folha vinha tentando não mostrar muito apetite por um golpe branco no Brasil. Mas cachorro comedor de ovelha não tem jeito. No último domingo, o jornal de Otávio Frias Filho, num editorial intitulado “Última chance”, voltou às suas origens golpistas: pediu a renúncia da presidente Dilma Rousseff ou o corte de programas sociais: ”O país, contudo, não tem escolha. A presidente Dilma Rousseff tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa”.

Forçar um presidente eleito a renunciar em função da crise é uma forma de fazer o jogo de uma oposição incapaz de ter paciência para esperar a eleição seguinte. É a obsessão pelo atalho. A mídia brasileira não se contém mais. Empurra a própria oposição a ser mais radical. A Folha de S. Paulo elegeu o seu bode expiatório: “A contenção de despesas deve se concentrar em benefícios perdulários da Previdência, cujas regras estão em descompasso não só com a conjuntura mas também com a evolução demográfica nacional. Deve mirar ainda subsídios a setores específicos da economia e desembolsos para parte dos programas sociais”. É uma confissão. A corrupção, que grassa e deve ser combatida, tem sido um pretexto para atacar o que realmente incomoda, os “desembolsos para programas sociais”. Eis.

Para salvar a turma dos camarotes, o editorial da Folha defendeu sacrificar a educação e a saúde: “As circunstâncias dramáticas também demandam uma desobrigação parcial e temporária de gastos compulsórios em saúde e educação, que se acompanharia de criteriosa revisão desses dispêndios no futuro”. Numa tentativa pífia de mostrar-se equilibrada, a Folha dispensa uma linha para aumentos de impostos com novas alíquotas “sobre a renda dos privilegiados”. Nada sobre taxar grandes fortunas ou pesar a mão sobre os lucros dos bancos. Nas redes sociais, o pau comeu. Simultaneamente, no site da Folha, quem clicou no malfadado editorial passou a receber a seguinte mensagem: “Erro 404 Desculpe, página não encontrada. A página que você procura não existe nos servidores da Folha de S. Paulo”.

Hummm!

No jogo de banco imobiliário da política brasileira, a oposição quer aproveitar a crise para chegar logo ao poder. Se fosse mais séria, ajudaria a equilibrar o país agora e se cacifaria para ganhar o próximo pleito. Do ponto de vista econômico, trata-se de aproveitar a situação para voltar várias casas atrás anulando o melhor dos governos petistas, a consolidação e ampliação dos programas sociais. A direita passou anos dizendo que não havia mais esquerda e direita. Nos últimos meses, desmentiu-se totalmente. Nunca a dicotomia esquerda e direita foi tão forte no Brasil no século XXI. O PT não é esquerda?

Não. Mas o que fez de melhor, na mira da direita, era.

No passado, o PT fez discurso moralista e atrapalhou os negócios seculares.

Ninguém o perdoa por isso.

Depois, entrou nos eixos e passou a fazer como todos.

Se não tivesse prejudicado as transações do passado e não tivesse mania de programas sociais, teria sido perdoado, faria parte do clube como qualquer um e viveria tranquilamente no reino encantado da corrupção. Não é o seu presente que incomoda os seus adversários, mas o seu passado.

O PT mudou. Para pior.

Só a mídia não muda. Muitos menos para melhor.

Juremir  Machado - Correio do  Povo  -  porto alegre -rs

Vivemos  tempos complicados na política  porque muitos  querem  o quanto  pior  melhor.
Quanto mais  falarem  e  fazerem orquestração  conta o governo  do PT  mais  se acirram os
ânimos  de nossa  política  que cá para nós  há muito  tempo deixou   de ser  uma boa política.
Vejo comentários,  aqui e ali,  de pessoas  rançosas, de pessoas  de muito  má  vontade com
a política  e principalmente  com o PT,  o  PT  é  o mau  do  Brasil  e tudo  de ruim  cabe só
ao PT,  a calupa é da Dilma  e nesse  tom  existem  os oportunistas de plantão   que querem
apenas  tirar  suas vantagens  pessoais.Olhando apenas   para os  seus  belos umbigos.
O    ódio  na política que vivemos  hoje no  Brasil  tem  raízes  facistas, principalmente  ao
PT.
O  que muita  gente  precisava seria voltar  a ler a história do Brasil  para  aprender mais
e  procurar  ser mais cidadão.
Pensem nisso  enquanto  eu  vos digo  até amanhã.

O TEMPO

O TEMPO MOISÉS MENDES Para lembrar ou para esquecer no fim do ano: uma lista de fatos que parecem ter ocorrido anteontem. 11 de dezembro d...