quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A LUTA E A ESPERANÇA

Meu  corpo, minha  alma, eu choro  esses  dias  que  são tão  tristes.   Dias em  hospital, em corredores, na capela de orações, muitos  momentos  só, esperanças,  uma sensação de  abandono em  muitas  horas.
É  triste,  um  hospital  ainda  mais  vivenciando  dramas  de  vidas, que ali  estão.Muitas  esperanças em camas, sem  saber  se  dali  sairão.
Hoje, vi  um  corpo  passar  coberto em  cima de  uma maca, falaram que  era de  uma  senhora  de  88  anos, pensamos  tantas coisas,  e  vem  e sentimos muito  medo.
O  médico fala  para nos dar  o  quadro, e  sabemos  que  é difícil mas  eu  queria  apenas  imaginar  que isso  é  um  pesadelo mas  não  é,   é  a realidade  da  vida  que  nesse  momento,  e  nessa  hora a gente vive.
Meu  Mano,  está  em  dificuldade, e  o  que  mais quero,  peço,  e  desejo,  é o  não sofrimento dele, mas  isso  sabemos  que  não depende de nós.
Hoje, as  notícias  não  são nada  boas, numa CTI, pelo  simples fato  de  adentrarmos em seu  interior  se  reveste  de uma  imensa  tristeza,  uma  grande  incógnita  do  que pode  vir  a  ocorrer.
Entubado, apenas observo, por  alguns segundos  o  meu  Mano, olho  pra trás, e  um  filme corre solto  em mim, de  tempos  outros, triste,  triste,  triste.
Me  agarro  na fé, peço  aos céus,  porque  não  posso   fazer  nada,   mãos, amarradas, sinto  uma impotência que  toma conta de  mim.
Não  somos  nada  aqui  nesse  plano, somos  passageiros   nesse  teatro  que  se vive  aqui.
É  tão  pouco o  tempo  agora, ficou  escasso, está  como  que uma  fina tela que  pode  se romper a  qualquer  momento.
Vivo,  e  vivemos numa sensação medrosa  a  cada  momento, força,  tiramos na fé,  na esperança.

A  luta  continua,  deve continuar, o  tempo  não  pára, ele  segue,  a  cada assovio  do  vento, a  cada sol, a  cada  lua, daqui  a pouco    é outro  dia,  e  vamos  com  fé.

Pensem  nisso   enquanto  eu  vos  digo até  amanhã.

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