segunda-feira, 13 de junho de 2016

SANGUE, LÁGRIMAS E PRECONCEITO


© Steve Nesius / Reuters: <p>Amigos se abraçam após ataque a tiros em boate de Orlando, que deixou ao menos 50 mortos. REUTERS/Steve Nesius</p>
"O que leva um ser humano a invadir uma boate e assassinar 50 pessoas e ferir outras tantas? O que leva alguém a discriminar e a se incomodar tanto com a raça, com a sexualidade, com a condição social, com a religião e com vida pessoal do outro? Por que eu preciso matar Maria porque ela quer namorar Joana e matar João porque ele quer namorar José? Por que algumas pessoas não conseguem controlar os seus sentimentos mais primitivos e acaba por descarregar o seu ódio sobre outras, que são ou vivem de maneira diferente? Por que a cor da pele é sinônimo de superioridade para algumas pessoas? Quem são esses seres humanos que habitam nas trevas do preconceito? Onde vivem? O que eles comem? Como se reproduzem? Com quem se relacionam?
São inúmeros os questionamentos que podemos fazer, mesmo sabendo que nenhum deles nos dará uma resposta que justifique atitudes raivosas de preconceito e intolerância. A humanidade sempre procurou se especializar em diversas formas de oprimir, marginalizar, segregar e diminuir, quem ou aquilo, o qual é visto como diferente ou foge dos padrões de "normalidade". Mas o que é normal para um preconceituoso? Para todo Narciso que se preze, o espelho é o seu paradigma de beleza, moral, conduta, ética, religiosidade e bons costumes. Tudo o que não reflete a sua própria imagem será alvo de críticas, preconceito e repulsa.
O preconceituoso pode citar Deus, Buda, Maomé, a Bíblia, o Alcorão e até o Kama Sutra, entre outras coisas, para justificar a sua intolerância e a sua aversão ao que não lhe é o espelho. Nunca ele irá admitir que o preconceito esteja dentro dele, tornando o seu coração e a sua mente, oficinas de maldade e de maus sentimentos. A mesma mão que se considera justa e perfeita para apontar um possível pecado do outro, é capaz de agredir e matar, cometendo assim o pior de todos os pecados, que é tirar a vida de um ser humano. Da mesma boca que sai um pedido de paz, sai xingamentos e ofensas contra quem os padrões não lhe satisfazem. Está na hora de Narciso trocar de espelho.
A tragédia na Boate em Orlando, o maior atentado com vítimas fatais da história dos Estados Unidos, acende um alerta na sociedade. Fica claro que a homofobia existe, assim como o racismo, como o machismo, como o preconceito social. O que não pode continuar existindo, é a omissão e a conivência de boa parte da sociedade, que insiste em justificar e atenuar casos de preconceito, tratando-os como uma normalidade do comportamento humano. Até quando acharemos normal julgar negros como marginais, mulheres como vadias, gays como a escória do mundo e pobres como insetos a serem dedetizados? Quem ter á coragem de quebrar o espelho da ignorância e da hipocrisia?
Eu tenho os meus princípios, minhas opiniões e os meus conceitos e cada um tem e deve ter os seus. O que não podemos é impor a nossa realidade a quem quer viver uma realidade diferente da nossa. Eu não tenho que achar feio ou bonito, a orientação sexual de ninguém, simplesmente porque isso não me diz respeito. Ainda que a minha religião, a minha crença, a minha formação familiar ou a minha convicção me direcione para sentido contrário, eu devo respeitar as diferenças. Não é preciso levantar a bandeira de nenhuma causa par a se posicionar contra qualquer tipo de preconceito, basta saber se colocar no seu devido lugar. Normatizar comportamentos e escolhas pode ser mais complexo do que possa parecer.
O atirador de Orlando fez uso de armas compradas legalmente para cometer o crime, o que suscita mais uma questão a ser debatida. Muita gente é favorável ao porte de armas para cidadãos de bem. Qual espelho nos dará a definição precisa do que seja um cidadão de bem? Uma arma legalizada nas mãos de um cidadão de bem que seja racista, homofóbico, sexista, xenófobo, clubista, preconceituoso social ou nas mãos de qualquer outro que vive reprimindo a sua ojeriza a aquilo que lhe é diferente, terá a mesma finalidade que uma ar ma nas mãos de um bandido. Ou será que não temos cidadãos de bem preconceituosos?
Tanto o bandido, quanto o cidadão de bem preconceituoso são seres nocivos à sociedade. O que os difere é a legitimidade que o dito cidadão de bem possui, sob a argumentação mascarada de estar defendendo o seu ponto de vista, a sua "ética", a sua "moral", os seus "bons costumes", a sua classe social e os seus conceitos pré-concebidos. Um bandido mata por não obedecer à lei e um preconceituoso é capaz de matar por ter a sua própria lei dentro de si. Ambos são foras da lei e precisam ser punidos co m o rigor que se fizer necessário. Se o seu espelho não lhe mostra quem você é de verdade, as suas atitudes farão com que todos saibam quem você é. A verdadeira noção da realidade pode dar outro sentido a sua vida e poupar a vida de muitas pessoas."
CHEGA DE ARMAS! CHEGA DE SANGUE! CHEGA DE PRECONCEITO!

Realmente, muitas vezes  chego  e me pergunto  se somos realmente  seres racionais,  somos ou não somos ?
Eu  digo que não, temos o  arbítrio para  o  mau e para o bem mas  as escolhas do  ser  humano, são  as mais  nefastas  possíveis, é  guerra, é ódio, intolerância, maldade, injustiça, vidas tiradas, vidas atiradas.
O  que  ocorreu  na cidade  de ORLANDO,  nos EUA,   é um ato
grotesco  de  maldade e  falta de amor.
Não  sou  médico,  apenas quero  colocar algo, que penso  é oportuno  para esse  caso  e muitos outros  que já aconteceram,  e muito  provavelmente ocorrerão porque  a sede  de violência do homem  é infinita.
Geralmente quando  ocorre  esses fatos de grande repercussão mundial,  ou  até mesmo local, aparecem  hipóteses  que  tal  e tal acontecimento  se deu porque  o  indivíduo tinha problemas  mentais.  
Digo, será isso mesmo?   Isso  não  seria muita benevolência ?
A  esses  atos selvagens  de mortes  de inocentes ?
Será que esses  indivíduos tem  mesmo  problemas pessoais ?
É muito triste o  caminho que  estamos  nós  seres humanos  trilhando, penso que o homem está perdendo sua identidade.
Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo  até amanhã.

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