sábado, 29 de abril de 2017

A GREVE POLÍTICA E A GREVE TRABALHISTA

A Greve foi política, sim!

E tem a "greve João Doria"

publicado 29/04/2017
Bandeira.jpg
Terminal de ônibus Bandeira, um dos principais de São Paulo, sem movimento na manhã de ontem (Reprodução: Brasil de Fato)
"O Conversa Afiada tem o prazer de publicar esclarecedor artigo de notável professor sobre a inútil tentativa da Fel-lha e de um economista de quinta que a Fel-lha quer promover a economista de quarta de garantir que não foi greve, a maior da História.
Parte desse país realmente perdeu a conexão com a racionalidade.

Existem várias definições de greve em razão de seu objetivo e da sua forma de realização.

A greve pode ser trabalhista e pode ser política.

É trabalhista quando visa atingir um empresário ou um conjunto de empresários para obtenção ou manutenção de direitos trabalhistas, na esfera de governabilidade dos empresários atingidos pela greve.

Ela é política quando o objetivo afeta os empregadores, mas vai além deles (uma proposta de aumento de impostos, um projeto de reforma trabalhista, de reforma previdenciária etc).

Neste caso, pode ser que a greve surta seus efeitos (impedir a concretização das medidas contra as quais foi realizada), pode ser que não, e pode até ser que ela configure condições objetivas para saltos políticos qualitativamente maiores e mais intensos.

A Greve de ontem foi política mesmo!
Melhor que eles entenderam. 

Mas existem várias formas de realizar uma Greve.

Isso faz parte da cultura de greve historicamente construída pelos trabalhadores em todo o mundo.

A paralização pode ser direta, quando os trabalhadores simplesmente cruzam os braços e não trabalham.

Pode ser também indireta.

Nesta, os trabalhadores não trabalham porque são impedidos por algum fator externo de trabalhar (seja pela falta de materiais essenciais na empresa, seja pela falta de transporte, ou, ainda, por qualquer outro fator em que ele, trabalhador, não atue diretamente).

Mas, no final do dia, o resultado é sempre o mesmo: não há trabalho.

Isso tudo faz parte da inteligência (sim, há inteligência nisso!) dos organizadores da Greve.

Só existe Greve quando há paralização da produção.

Não há greve sem paralização de produção.

Logo, quando tem produção, a manifestação pode ser enquadrada como tudo, menos como Greve.

Agora, a pergunta fundamental sobre o que aconteceu ontem no Brasil: o Brasil trabalhou normalmente?

Evidentemente que não, que não produziu nem 1/3 do que produziria em dia normal.

Faz parte da cultura das lutas dos trabalhadores a identificação das formas de greve pelo nome das táticas adotadas –as forças policiais copiaram isso nas operações deles— como operação padrão, greve tartaruga etc.

Ontem, as Greves não ganharam nova definição, mas o anedotário nacional sim: “greve João Dória”, aquela feita em domingos e feriados...

Já tivemos dias melhores."
Pensem   nisso   enquanto  eu  vos  digo  até   amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O TEMPO

O TEMPO MOISÉS MENDES Para lembrar ou para esquecer no fim do ano: uma lista de fatos que parecem ter ocorrido anteontem. 11 de dezembro d...