terça-feira, 11 de abril de 2017

A CIGANA

Era  uma  senhora  que tinha uns  quase  setenta  anos, um  lenço  nos  cabelos branqueados  pelo  tempo, uma  saia  vermelha, estilo  floral, e  uma  sapatilha, caminhava   pela  calçada, ela  vinha  em sentido  contrário  ao  meu,e  a  chuva   forte que  batia  no  meu  chapéu,  marca marcatto, e  que  ao  mesmo  tempo ensopava  o chapéu  que  me  protegia do  aguaceiro, na  tarde  pintada  de  nuvens escuras, umas mais  outras  menos.
Eu  no meu  estilo meio  chucro, vi  aquela  mulher sorrindo que  vinha  em  minha  direção,sotaque  acastelhanado   me  dizia,  "vamos  vier  suorte  gaúcho  guapo",  "vamos  ver as  linhas  de  sua  mão".
Eu    já  tive  experiências  com  ciganas, foi  em  PORTO  ALEGRE, já  fazem  algumas luas, e  confesso   na minha  lembrança   foi  impactante  o  que  ouvi  quando   não  quiz   na ocasião que  a  cigana,  em pleno  parque   farroupilha,  lesse minha  mão, e  as palavras  dela,  ecoavam  e ainda  por  muito  tempo fizeram   morada  na minha lembrança.
Fiquei sim, temoroso   mas o  tempo  passou,  e  sempre  quando  ciganas   se  aproximavam, eu  as  evitava,  talvez  com um  medo  que  não  entendia   o  porque.
Mas  aquela  chuva  que  caia,  eu   me  sentia abençoado,  lavado, e  quando a  cigana  tocou  em  meu  ombro,   eu  aceitei  o  desafio   para  ela  ler  a minha  mão.
Bem,  o  que  ela disse, foi  impactante, fiquei com  uma  sensação, de que   diante   dela,  ela  me  deixou completamente  nú, me  dizendo  coisas  que realmente  ocorreram, nesses   últimos  dois  anos, o  que  eu  iria  passar,  e  passei, dizendo  apenas que "eu   me  cuidasse,  que  os  caminhos  são  muitos, mas  temos  que  saber  qual  que  temos   que  percorrer ".
Agradeci, de uma  maneira  educada,   pelos  presságios, o  que ela   disse-me, lógico  que  não  posso  externar, fica  comigo.
Retomando  o  caminho   de   meu  objetivo, e ainda  a  chuva  caindo em  caldos  grossos pensava nas palavras  da  cigana,  cada  palavra, cada  olhar  daqueles  olhos  negros  em  mim.
Sempre  fica  no  nosso   imaginário   a figura,  a  magia, a  história dessas  pessoas.

Pensem  nisso   enquanto   eu  vos  digo até  amanhã.

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