domingo, 3 de maio de 2020

MEUS DIAS DE PANDEMIA

Não sei dizer  o  certo  se são  os meus  dias  de pandemia, apenas  sei que  se vive,  ou  se procura  viver  cada  dia,  um  dia,  e,  assim, a  cada novo  amanhecer, notar que estou  vivo   e  a pergunta  que  não  cala, até quando  ?
Essa resposta  eu não  tenho, não  quero saber, não   importa  saber, porque o  tempo é  o  que  temos,  se for, mais umas horas,  mais um  dia,  um  mês, seja o  tempo  que  for,  sei  que fiz o  que  devia  fazer,  certo ou  errado,  fiz  com  a  minha  cabeça, com  as  crenças  que eu carrego dentro  de mim.
Não  podemos negar ,  eu não  posso negar, que  jamais   imaginei  passar  por  isso,  por  esse  tempo, o  mundo,    virou de cabeça pra  baixo,  e o  que mais  se vê, se  escuta, são notícias  de mortes,isolamento social,caixões descendo  nas  valas  amontoadas de cadáveres  que  até  ontem eram  vidas.
Ah,  meu DEUS!! Que  sofrimento saber  que  irmãos estão  indo,  não sei  se  era  a  hora  deles,  pois  sempre  se diz,  ou  ouvimos: - Era a  hora do JÚLIO CÉSAR ! POXA,   ERA  UM  CARA LEGAL,  outro dizia: - ERA  VELHO,  JÁ  VIVEU  O  SUFICIENTE.
Essa  é  a  ironia  nossa da  vida, desse  caminho,  que não  sabemos até  aonde iremos chegar. Uns  encontraram   o  seu caminho final no  encontro  com  o  CORONAVÍRUS ,  é  isso  mesmo  ?
É  ASSIM ?  E  DAÍ ?
São  os mistérios que  rondam  nossa trajetória de nossas vidas,  e não sabemos e não entendemos muita coisa, pois, muitas das coisas   que  acontecem, não  sabemos  quando  irão  acontecer.
Somos a  cada vento  que  desalinham    nossos  cabelos muitas  e muitas   respostas, que não  temos  as  nossas perguntas da vida.
Sei, que  as  vezes   não é bom  nem sabermos, talvez   pelo  medo que  nos dilacera  nossos  pensamentos , temos  medo, ou  quase sempre  temos, medo  de  atravessarmos nossas  fronteiras.  O medo  é inerente  ao  ser  humano,  e  quado  temos medo, também é uma  forma  de  nos protegermos.
Temos   medo  de   nossas coisas  irem embora, dos nossos voarem de  nós, e  não  pudermos  mais alcançá-los e  ficarmos  sozinhos.
São  as perdas  e  os danos,  aquilo  que  vai  e  aquilo  que  fica. Fica  um sorriso,um  jeito, um  olhar, que  só  quando  vai  embora sabemos  do  que  perdemos,  ou  do quanto  que  perdemos.
É tudo  é  vida, tudo  depois  vira  saudade, vai  virar pó, enquanto  nossa  memória guarda no arquivo  da mente, aquela vida, aqueles momentos, aquilo que  se viveu  e depois  partiu.
Nesses  dias  de isolamento  social,  vem  tudo  isso em nossa  mente ,  se poderíamos  fazer  diferente  lá  atrás, ou o  porque, aconteceu daquele   jeito,  e  o  porque  não  foi  de outra maneira.
Muitas vezes, não fomos  o  agente  ativo  de  tal situação de algo  que ocorreu inesperadamente,  ou por outro  motivos   porque  tudo  são elos,  correntes  que  se formam,  e  se desfazem  como um corte de uma  espada  e se divide,  e  outros  caminhos aparecem.,  é  a vida.
Ficamos  nesse  limbo,  dessas  incertezas,  de nossas  contradições, de nossos  sonhos, sonhados, que  muitas  vezes  ficam,  ou  ficaram  pelo  caminho ,  sem  o  ato final, como  numa peça de teatro,  ou  como um  acorde  final  de uma  guarânia que  não  teve o  seu final.
Agora,  iremos  mudar ?  O mundo  vai mudar ? Os  seres  humanos  irão  mudar ? Com  todo  esse horror que  todas as horas nos  acompanham   nessas  incertezas humanas  que  vivemos  ?
Eu  não tenho  essa  certeza, talvez penso mais  no  sentido  de  que  cada  ser vivente  poderá responder eu  particularmente acredito que não.

Somos  seres  humanos,  somos falhos, estamos  aqui  numa passagem,  somos  aprendizes de vida, nos reformando em  todos os  sentidos de  nossa  complexidade  humana.
E DAÍ ?   É  que  apesar  de tudo  que estamos  vivendo, temos  sim  a oportunidade de  refletir   nosso  caminho,  nossa  vida, a nossa  relação com  os nossos  irmãos  de  caminhada.
É notório  ressaltar  que não  estamos  só  nesse  universo, a  nossa casa,  é o  planeta terra, devemos  cuidar  ela, interagir com  toda sua  beleza  e magnitude, o  ar, nossas  florestas,  nossos rios,  a terra, os  animais todos, tudo  que  compõem esse  ciclo  da  vida, e nós  estamos  dentro desse  sistema.
Meus  dias  de pandemia,  são  de  esperança  que  possamos depois  disso  tudo,  termos um mundo  melhor, pois a vida  é  bela, e nós  não  temos o  direito,  de deixar  ela  feia, e sim  cuidarmos  dela.

Pensem  nisso  enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.

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