quarta-feira, 20 de novembro de 2019

ALGO NO AR?

As vezes aquela sensação  estranha nos chega até  nós  como um pressentimento de que algo está  no ar, e algo vai acontecer.
Inúmeros,um  sem fim de alternativas passeiam por nossos neurônios como fazendo uma viagem de aviso prévio.
Talvez essa sensação vem acompanhada de algum abandono, aquela sensação  de frio na alma, e que nos fragiliza, nos amordaça, e ficamos sem pensar para aonde ir, fugir talvez.
É  um labirinto de sensações, de múltiplos medos entermeados de  uma tênue  esperança que isso, essa sensação,  seja uma bobagem, algo de momento que nos torna frágeis, nos sentindo acorrentados nesses pensamentos.
Vem lembranças povoadeiras que pipocam nesse momento de sensações que dão  medo.
Lá  no fundo de minhas gavetas de minhas lembranças,  vejo um guri em cima de uma égua vermelha, a rainha, os raios do sol tonalizando, raios multicores, na pampa verde do campo que começa a se aproximar da noite, e  o Sol  não  poderá  mais uma vez, ele e a lua, se encontrarem é  um desencontro que a natureza fez, o sol ,e  a lua, nunca se encontram.
O guri altivo, um moleque, franzino se achando um guerreiro em cima do lombo do cavalo e nesse instante ele se acha, o dono daquele lugar.
Os quero -queros ensaiam seus últimos  alaridos, o mugido do gado , as garças,  os pássaros,  cada um a seu modo vão  para o descanso do dia.
Belas lembranças que me veio,  na fazenda do meu tio e padrinho Peri.
Dou um sorriso que não entendo porquê  mas é  com certeza reviver tempos bons..a levar o gado para beberem a água  do açude, as madrugadas  frias de inverno,  e aquele calor no verão ajudando meu tio na ordenha, tirando o leite das vacas, as plantações de batata inglesa, trigo, feijão, os legumes  em geral, plantando moranguinhos,  melancia, depois  do almoço,  subir nas árvores frutíferas,  saboreando,  bergamota, mangas,  laranjas, pitangas, peras, uvas, e tudo que podemos  imaginar que a terra cuidada, pode nos dar.
A noite, a luz de lampiões,  os causos que eu ouvia, sabendo de histórias que muitas trago até hoje na memória.
Tempo  bagual, macanudo, que o filme da memória  não apagou, e até sorri, de uma saudade vivida que meu caminho timbrou.
De repente  volto  ao que vivo hoje, um suspiro, e agradeço,  ao Deus da vida.
Afinal ele é  o dono de tudo, sei que sou passagem, nesse caminho, até quando ele deixar  eu caminhar.

Pensem nisso  enquanto eu vos digo até  amanhã.

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