domingo, 7 de setembro de 2014

PORQUE MARINA NÃO FALA DA SUA NEGRITUDE NA CAMPANHA

                                                                            Somos um  País  onde  se  destaca   a  mistura de raças, onde  a raça  negra, os afro-descendentes  tem  um significado  e forte percentual  estatístico  na matemática
racial  em percentual,  sem  falarmos  no que  representou os afrodescendentes  na  na nossa história.
                                                                          O  jornalista Marcos Sacramento,  teceu  um  comentário
no DCM, Diário do  Centro  do Mundo, sobre o  porque  a candidata Marina, não  fala  abertamente sobre
sua  cor,  ou  não  fala  com profundidade desse  tema  tanto  em programa do  seu  governo  se  eleita for.
                                                                          Acredito   que  é uma oportunidade que se  tem para   se
conhecer  um pouco mais sobre  a presidenciável  Marina,  eis o comentário do citado  jornalista:

Postado em 07 set 2014
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Ela
Uma coisa na candidatura de Marina Silva chamou minha atenção. Não a vi destacar nesta campanha o fato de ser negra. Apesar de ter declarado no registro da candidatura ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que é preta, a questão racial aparece com discrição em sua campanha.
No discurso de lançamento da disputa à Presidência no pleito de 2010, Marina declarou que o Brasil poderia “ter a primeira mulher negra, de origem pobre, presidente da República Federativa do Brasil”.
Hoje essa ideia quase não aparece. Caetano Veloso, ao postar no Facebook seu apoio à candidata, toca no assunto. “A segunda mulher presidente e – detalhe de grande força que não tem sido lembrado – o primeiro postulante de pele escura”.
Filha de pai negro e mãe de pele clara (ela filha de mãe negra e pai branco), Marina tem uma biografia de superação. Apreendeu a ler aos 16 anos, trabalhou como empregada doméstica, teve hepatite, malária, leishmaniose e sofreu contaminação por mercúrio. Mesmo assim conseguiu estudar, concluir um curso superior e ingressar na política até se tornar a mulher influente de hoje.
O perfil no site oficial cita a origem miserável, mas não destaca o fato de Marina ser negra. Em um país onde mais da metade da população é preta ou parda e está excluída dos principais postos de liderança, ser negra não é uma característica para ser ignorada por uma postulante ao cargo de presidente da República.
O site lista 40 razões para votar em Marina. Entre elas estão o fato de conhecer a pobreza e de ser mulher. Citaram até obviedades com “dispensa o caixa dois”, como se isso fosse diferencial e não obrigação.
Sobre ela ser negra, nenhuma referência. O motivo de número 21 diz que ela é “contra a discriminação”, embora o texto explicativo seja vago: “acredita que os direitos civis, políticos e sociais devem ser garantidos a todos os cidadãos do país, sem qualquer tipo de discriminação”.
Deixar de mencionar a identidade racial soa estranho na campanha de Marina, principalmente por ser calcada em ideais de modernidade e mudança em relação a práticas políticas viciadas. Seria medo de perder votos junto à parcela branca da população? Este pensamento beira a tolice depois que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos em 2008.
O político americano não se desviou do assunto, apesar da população negra ser minoria no país. Além disso, os ataques não partiam só de brancos radicais. Obama, cujo pai era queniano e a mãe branca, sofreu críticas de não ser negro e sim multirracial.  Obama respondeu que se identifica como afro-americano. “É como eu sou tratado e como eu sou visto. E tenho orgulho disso”.
Se Obama pôde assumir durante a campanha, por que Marina não poderia?
Na biografia “Marina – A vida por uma causa”, escrita por Marília de Camargo César, relançada agora, o assunto é tratado superficialmente. No livro, Marina diz que só conheceu o preconceito contra negros e mulheres quando mudou para a cidade.
Em outra passagem, ela afirma ser a favor da política de contas raciais nas universidades e admite ser uma exceção por ter estudado na universidade pública sem a ajuda das cotas.
Por que, então, Marina não leva a questão racial para o debate eleitoral? Ela pede, na sua fanpage, que os eleitores doem dinheiro para campanha ou tirem um tempinho para ajudar a desmentir boatos nas redes sociais. Por que não há posts pedindo votos a mulheres negras e com histórias de superação parecidas com a dela? Não são poucas a ponto dos seus votos não pesarem nas urnas.
Para Confúcio, “o silêncio é um amigo que nunca trai”. No caso de Marina, porém, silenciar sobre a própria cor da pele pode não ser a melhor estratégia na corrida ao Palácio do Planalto.
Pensem nisso  enquanto  eu  vos digo  até amanhã.

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