terça-feira, 26 de abril de 2016

BUNDAS E FALTA DE VERGONHA

A Miss Bumbum, a cunhada “não-recatada” e o rabo de palha de Cunha

indecente
"Eu não tenho nada a ver com a autoexposição alheia, mas quando isso toma conta da mídia, vale refletir.
Aliás, as famílias mais moralistas da mídia sempre ganharam muito dinheiro com a exposição feminina.
Não aquela da Leila Diniz, expondo o barrigão da gravidez num biquini, linda e valente.
Falo da mulher “formato” – formato frequentemente ajudado pelas artes do Photoshop – do exibicionismo.
Ainda assim, nada tenho a ver com isso, mas o dever obriga a não fugir de uma questão que, embora seja deprimente, é parte do mundo da notícia (ou melhor, do que vira notícia).
Portanto, não me escandalizo com a Miss Bumbum, casada com um neoministro de fim de feira.
Nem com a história da irmã da “bela, recatada e do lar” senhora Temer de ter fechado um contrato e tirado fotos para a Playboy no tempo em que era conveniente um escandalozinho  com o vice de Dilma.
Ou como foi quando a mesma Editora Abril ofereceu uma “bolada” à falecida Neusinha Brizola posar para a hoje moribunda revista – sem chance de concorrer com o mundo pornô da internet – para atingir o pai que a amava (e a quem ela amava).
É tudo – fora da intimidade – uma bobagem sem o menor valor, senão o da exploração do que o dinheiro faz.
O que me estranha é que outras nudezes não merecem tanto destaque.
Estado de Minas publica, nesta segunda-feira, as contas do Ministério Público da Suíça que indicam que Eduardo Cunha transacionou R$ 411 milhões em negociatas nas suas contas naquele país.
Não há bundas e peitos que igualem esta exposição de vergonhas, embora tenha repercutido muito menos.
E com a diferença essencial de que peitos e bundas expostos são de quem os expõem e os R$ 411 milhões – quase meio bilhão – são nossos.
Essa diferença é tudo.
Os decotes da Miss Bumbum, as poses sensuais da primeira-cunhada do golpismo são apenas o gozo irresponsável do parentesco do poder, misturado com a compulsão exibicionista destes nossos tempos.
Em matéria de despertar os “instintos mais primitivos” o strip-tease de Eduardo Cunha  deveria ser mil degraus acima.
Mas não é.
As nossas moralíssimas instituições dão-lhe o direito de ser o Alexandre Frota de nossa democracia.
É possível falar que silicones, decotes, rendas e bumbuns – à parte o mau gosto de vê-los exibidos assim – possam ser páreo para a vergonha de  vê-lo presidir um poder da República e atirar no lixo o voto dos brasileiros?
Francamente, a política brasileira tem muito mais do que corar do que das moças desinibidas."
Grande  parte das pessoas,  tanto  homem ou mulher cultuam o  narcisismo  explícito pois  vivemos numa sociedade  em que a  capa  vale mais que o conteúdo  mas como dizem,  hoje  são outros tempos,  é a vida  moderna,  tudo pode.
As  amostragens para sermos admirados  de uma forma ou  de outra é meramente  fugaz, num  outro olhar desaparecem  porque não  há conteúdo suficiente de qualidade  que possa prender alguém, a continuar o olhar.
Sim,  a  beleza  sempre deve  ser admirada, o  belo  deve ser  visto, mostrado, mas muitos  não tem  a noção do que fazem.
Enquanto famosos  e não  tão  famosos mostram-se ao mundo da orgia visual, outros roubam  descaradamente da nação, e estão ali e acolá desfilando  com  os seus, rindo  de  nossas  caras  de babacas, roubando  o  povo  brasileiro.
Pensem nisso  enquanto eu vos digo  até amanhã.

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