É 2015, ultimamente tenho como faço periodicamente já é
uma mania minha que faço há muito tempo, pedalar, sair, pegar minha magrela e me sentir um
senhor livre, já nos 60 anos,
Agora, tenho pra minha alegria, a companhia de minha netinha que sai ao lado do vovô pedalando sua bici, faceira, sorridente como que engolindo cada
gota de vento de vida que bate sobre ela.
É a vida, eu muitas vezes, e agora mais presentemente, fico pensando quando eu guri aprendi a pedalar pela primeira vez, foi uma alegria só, a boca ia de
,um lado ao outro de tanto contentamento.
Agora com minha parceirinha que pedala comigo reflito meu tempo, e muitas vezes fico a imaginar eu sem ela daqui a pouco, sem sentir o vento tocar
meus cabelos grisalhos que cada vez mais branqueiam ao sabor do tempo que avança pro fim.
Sei, é a vida, e ela tem o seu tempo de duração mas confesso
e o digo sem medo de dizer eu queria mais vida, mais pedaladas, queria sentir muito mais vento
na cara, ver o sorrisinho dela, me chamando, " vovô espera eu,"" não sei se terei tempo de esperar, e se amanhã estarei aqui, em cima de uma bici curtinho minha neta, nós pedalando pra
vida.
Mas temos um limite, temos um relógio da vida, o meu já
desgastado, tendo que dar corda nele, pra seguir o rumo de tempo que sobra, e se tem. mas
como sempre digo, é o que temos, e vamos pra luta.
Hoje, vendo minha neta feliz, sorrindo, dando suas pedaladinha na bici, me veio essas considerações de um velho.
Sim a gente tem medo de ir embora, de partir, confesso que quando eu me for, não sei pra onde, se no lugar que estarei, terá bici pra pedalar. Será que tem?
Enquanto tenho algum tempo, enquanto forças minhas pernas
tem, meus músculos de vida com certeza vão procurar pedalar mais e mais.
Vamos pedalar minha netinha?
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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