sexta-feira, 17 de outubro de 2014

FALANDO DE AMOR

                                                                       Falar de  amor  é muito  dificil  pois são  sentimentos  intensos   quando  se ama  que    não   encontramos muitas  vezes,  algo  que o  define  e mesmo  penso
 que  quando  achamos  que  temos uma definição,  um conceito ,  me parece  que  falta  algo  a acrescentar
 e com certeza  sempre  tem  algo a acrescer.
                                                                      Também  falar  de amor  em  tempos atuais  não  sei  se é dificil  ou  não, pois, é mais importante  amar.
                                                                       Passar uma vida  se amor,  sem amar, sem  sentir  saudade
de um  amor, do amor,  será  que  é  assim?
                                                                       Miguel  Esteves  Cardoso  com sua maestria, leveza  quando escreve  sobre  esse  tema em    " Quando  nos Apaixonamos", eis:
Quando nos ApaixonamosQuando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me. 

Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distração vivermos assim. Com tanta sorte. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)
Pensem nisso  enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.

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