Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Hospital está isolado para receber paciente suspeitos de coronavírus


"Logo na entrada, um banner com um aviso sobre a Covid-19 e recepcionistas completamente cobertos por equipamentos de proteção, como máscara, luvas, avental e toucas, são um alerta para o que há pela frente: um verdadeiro front de guerra contra a pandemia de coronavírus. Desde segunda-feira, o Hospital Alcides Brum, anexo ao Hospital de Caridade, atende exclusivamente pacientes possivelmente afetados pelo vírus que está assolando o mundo nos últimos meses.


- Temos aqui um Centro de Terapia Intensiva (CTI), um bloco cirúrgico, uma unidade de internação, um setor de imagem todo pronto, e uma parte que antes era um ambulatório, e que vamos transformar em uma emergência 24 horas. Tivemos que, inclusive, contratar pessoal para isso - explica Luiz Gustavo Thomé, diretor técnico do Hospital.
Ao todo, estão disponíveis 45 leitos individuais, sendo que, desses, 22 podem ser transformados em quartos duplos para comportar 44 pacientes. O CTI tem 10 leitos, todos equipados com respiradores, com a possibilidade de ampliação, em caso de emergência, para outras 15 camas dentro do bloco cirúrgico, também equipados com respiradores, equipamento importante em casos graves da Covid-19.
Dentro do hospital, todos os funcionários, de faxineiros a médicos, circulam com equipamento de proteção completo, para evitar a contaminação pelo coronavírus: touca, máscara, avental, calça de proteção, luvas e propés (proteção que envolve o pé). O acesso também é restrito: há um elevador "normal" e outro específico para contaminados, usado para levar pacientes de um andar a outro. A entrada é pelos fundos, e todos, obrigatoriamente, passam por uma salinha onde estão disponíveis pias, sabonete, box para banho e todos os equipamentos de proteção necessários.

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Das 45 vagas para leitos individuais, apenas duas estavam ocupadas até terça-feira
O primeiro andar é reservado para a triagem dos pacientes. A cada três cadeiras da sala de recepção, duas foram interditadas para evitar o contato próximo entre possíveis contaminados. Ali, o paciente é examinado e passa por testes para descobrir se a internação é necessária ou há a possibilidade da isolamento domiciliar. No primeiro andar, há também uma sala de raio-x e outra de tomografia. O andar seguinte é reservado para os leitos individuais. As portas, dispostas nas laterais de um extenso corredor, estão em sua maioria fechadas, já que há apenas dois casos suspeitos internados no setor. O terceiro andar é voltado para o CTI e o bloco cirúrgico. Até o meio-dia de terça, eram três pacientes no pavimento. Por enquanto, o cenário é de tranquilidade e pouco movimento, o que deve mudar nos próximos dias. O pico da doença em Santa Maria é esperado entre 6 e 20 de abril. O hospital atende convênios particulares. Por enquanto, não há disponibilidade de leitos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
EXCLUSIVIDADEO hospital foi isolado para o atendimento a casos de coronavírus para desafogar a demanda do Hospital de Caridade, que agora está focado em atender pacientes dos demais casos. A ideia é manter suspeitos da Covid-19 separados dos demais para evitar a contaminação.

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
CTI conta com 10 respiradores e tem três leitos ocupados até então
- Todos que estão aqui dentro têm os mesmos equipamentos de proteção fixos. Aqui dentro, tem que estar protegido. O Caridade vai ficar para atender os outros pacientes, outros casos e doenças - comenta Thomé.
ANTES DE SAIR, LIGUEEntretanto, a orientação é não procurar o serviço logo no começo dos sintomas. Caso apresente febre, dor no corpo, mal-estar, tosse ou corrimento no nariz, procure atendimento por telefone, pelo Disque Covid, da UFSM (3220-8500), o Alô Doutor, da Unimed (3220-0535 ou 0800516600), ou o Lauduz (pelo site lauduz.com). A medida serve para não superlotar as unidades de emergência com casos leves. Caso ocorra a intensificação de sintomas respiratórios, como falta de ar ou tosse, o paciente precisa buscar atendimento.
- Vai ser feita a consulta. Caso se entenda que a pessoa não precisa permanecer hospitalizado, ela vai receber as orientações para isolamento domiciliar e medicação, e vai para a residência em quarentena. Se não, vai internar e, caso precise da terapia intensiva, também será atendido. Temos equipes treinadas e equipadas adequadamente para isso. É uma situação nova para todos nós, para o planeta inteiro - orienta Jane Costa, infectologista e diretora clínica do hospital."
Pensem nisso  enquanto eu  vos digo  até  amanhã.