terça-feira, 10 de outubro de 2017

A CORAGEM DE UMA DIRETORA

Diretora corajosa recusa delatar

"Sempre admirei os corajosos. Não aqueles que têm coragem para o confronto físico, ainda que em alguns casos também, mas especialmente os que ousam enfrentar os poderosos de qualquer tipo ou tamanho. O poder assusta, oprime e silencia. Sempre admirei os corajosos, detentores da coragem que eu tive em algum momento e fui perdendo acossado por meus fantasmas, inseguranças e cabelos brancos. Jovem adulto, fiquei fascinado com um verso de Vinicius de Moraes que falava de “coragem para comprometer-se sem necessidade”. Sempre admirei os que são capazes de comprometer-se contra a “necessidade”.
Sempre admirei os professores, esses heróis do cotidiano cujas lutas diárias aparentemente tão próximas e familiares são desconhecidas da maioria. Ser professor é lidar com dezenas de universos a cada sala de aula. Cada um desses universos é uma ilha de sonhos, imaginários, problemas, desejos, aflições, faltas, excessos, carências, explosões, incontinências, necessidades e expectativas. Cada professor precisa exercer a cada momento uma multiplicidade de papéis: intelectual, mestre, pai, mãe, psicólogo, conselheiro, enfermeiro, consultor, amigo, autoridade, guia, assistente social. Quem acha que ser professor é apenas ensinar conteúdo passa atestado de ignorância. Eu adoraria ver certos jornalistas e burocratas passando 25 anos em sala de aula. Seriam moídos em dois meses.
Um velho jornalista, que virou grande professor, contou que depois de duas horas na sua estreia em sala de aula foi ao diretor da instituição e pediu demissão. Diante do espantado chefe, disse:
– Já esgotei todo o meu conhecimento.
Lecionar é preparar, ministrar, atualizar-se, estudar constantemente, corrigir e sempre recomeçar. Falo disso por ter ficado sabendo, conversando com professores nas imediações do Mercado Público, de uma diretora destemida que teve coragem de responder altivamente aos poderosos da Secretaria de Educação de Porto Alegre. Telefonaram-lhe pedindo que informasse os nomes dos professores em greve na sua escola para que o ponto deles fosse cortado. Ela não atendeu. Mandou dizer que estava recebendo pais. Era verdade. Telefonaram novamente. A diretora não se intimidou. Soltou o verbo.
– Durante oito meses ninguém me telefonou para saber como eu estava fazendo para dar conta de tudo com três professores a menos e com tantas carências. Se vocês querem cortar pagamento, consultem o ponto eletrônico que nos foi imposto. Não contem comigo para fazer delação.
Sempre admirei os que não se dobram. Colocar nas costas dos professores os problemas das más gestões municipais e a incapacidade de fazer os mais aquinhoados contribuírem com mais para o bolo social é uma maldade calculada. Parabéns, diretora, cujo nome deve ser preservado para evitar represálias, pela dignidade. Dedico-lhe estes versos do Poetinha: “Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto/Esse eterno levantar-se depois de cada queda/Essa busca de equilíbrio no fio da navalha/Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo/Infantil de ter pequenas coragens”. Grande.'"

É   muito  triste  o  que  fazem  e  como  são  tratados os  nossos  mestres  de  educação  em nosso  PAÍS.
O  professor  deveria   ser  sempre  valorizado, pois  é  ele  que  nos  dá  o  caminho  para  a  luz do  saber,  que  nos abre os olhos  para  o  conhecimento.
Pobre, infeliz  povo, medíocre  povo, covarde povo,  covarde  NAÇÃO,     que  não  coloca  a  educação  em  primeiro  lugar,  para  dar  ao  seu  povo  o  saber, instruir, sair  de  sua  escuridão  do  saber.
Hoje  e  há   muito  tempo vejo os  educadores nesse  vai  e  vem  de  greves, buscando  tenazmente  a luta por  seus  direitos,  sendo  humilhados, com  depósitos vergonhosos  de  150  pila  em  suas  contas  bancárias.
Que  vergonha, que desprezo  por  esses  profissionais  que  tem  que estar  em  salas  de aula  sem  condição  alguma e  ainda por  cima aturando muitas   vezes  nossos  filhos mau  educados,  sem  limites.
Pobre  professor, que não  é  reconhecido  pela sociedade  que   vivemos, que  bradam " porra mais  greves ?  e  as nossas  férias ? com  quem  vou  deixar  as  crianças ?
São  sem  sombras  de dúvidas   um olhar  apenas para os nossos  umbigos, pois  nós enquanto  sociedade  pensamos  nos nossos interesses imediatos, deixando  de lado o  principal a educação de nossos filhos.
Vamos  enquanto  pais,  mães, avós,  avôs, vamos  enquanto enfim, responsáveis  maior  pelos   nossos  filhos,  netos, respeitar  esse  grande  e valoroso profissional.
Professores !  Estou  humildemente  ao  seu lado, apoiando e  a  certeza  que não  se  pode perder  a  fé,  a luta,  pelo  bem   maior  que  é  a educação, o  futuro  de um  povo, e  a dignidade  profissional.
Penso  que, enquanto  malas  e malas  de dinheiro em  transações  escusas, mafiosas  de ladrões ,  corruptos de toda  a  espécie  são  notícias   em  nossas  mídias, e  vendo,na maior  cara  de pau "autoridades" dizerem  que não  há  dinheiro,  com  certeza  há,  e  há muito, o  que falta  é  vergonha na cara  de autoridades que  usam  o  dinheiro  do  povo  para  se  enriquecerem   com  dinheiro  que não  é  seu.
Com  certeza, o  meu  apoio irrestrito  aos  mestres,  com  carinho!
Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo  até  amanhã.

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