segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SOCIEDADE PARTIDA E MÍDIA

                                                                                   Em  termos  de sociedade  como  você  define  a
nossa? Minha  definição  é que somos uma sociedade  partida, uma sociedade  que exclui  ainda  muitos
segmentos  de  pessoas  que estão  aí  no dia a dia  lutando  pra  prosperar  e  serem  melhores cidadãos.
                                                                                  Somos  uma sociedade  violenta,  uma sociedade
que em muitas  circunstâncias  olha  só para  um lado,  por exemplo,  em roubos, crimes, de toda  a ordem
o que  vale ainda  é o  carteiraço,  o nome, classe  social,  ainda  carregamos  essa  chaga  que não faz bem
a ninguém  apenas  mostra uma sociedade partida   por vários  arcoíris  multicolores  sociais.
                                                                                  Somos  violentos, em casa,  intolerantes, raivosos com os nossos semelhantes, não  aceitamos as diferenças, carregamos por certo resquícios do  quem  pode
mais é o  que prospera.
                                                                                 Tudo  é um  conjunto de situações  que envolve  a nossa  sociedade  uma sociedade  que tem que aprender  que  só  se  chega  na frente  com  cidadania é
darmos nossas  mãos, não ao  contrário.
                                                                                Eu  sou do  tempo  que tinha uma famosa  atriz americana  que fazia  um  comercial,  que dizia: "  o brasileiro  é tão  bonzinho""  será?
                                                                                Olhando   pra dentro  de nós   cada um  pode  sim fazer  essa  avaliação.
                                                                                Temos  muito  em  que  avançar  para sermos  uma
sociedade  melhor, se cada  um  melhorar como  ser humano,  como  pessoa é o primeiro  passo, e nesse
contexto,  a família  é o  principal  pilar  pra  esse  avanço.
                                                                               Temos  família  não  é  mesmo?   Mas  muitas    e
bota muita  nisso é o  que   parece  que não  se tem,  estamos dissociados daquilo  que  é o  principal,  um elo de muita coesão  familiar.
                                                                                No  Conversa  Afiada, tem um  artigo   muito  forte
e  interessante   que  ilustra  de forma cabal, essa  sociedade   partida  do  qual   eu  tentei  colocar   minha
visão,  pois o  blogueiro  Leonardo  Sakamoto,  explicita, eis,  o  teor:

                                                                                                        Publicado em 02/11/2014

O PiG lincha as minorias

Para os pobres é pelourinho e bala !


Conversa Afiada reproduz artigo do Muda Mais:

A GRANDE IMPRENSA E AS MINORIAS


Há tempos se questiona qual a suposta IMPARCIALIDADE DA GRANDE MÍDIA. Recentemente tivemos a MATÉRIA de uma revista considerada importante no cenário nacional que, para tentar prejudicar a candidatura da presidenta,chegou a publicar inverdades e suposições como se fossem verdades absolutas buscando influenciar o pleito eleitoral de maneira benéfica ao candidato de oposição. Não conseguiu e está sendo desmascarada.


Acontece que isto ocorre também em notícias que não estão ligadas à política, e se reflete inclusive  em notícias sobre crimes, violências ou agressões. Para parte dos grandes formadores de opinião, de um lado estão aqueles que recebem a denominação de “cidadãos de bem” (expressão que aliás deixa largas margens de interpretação como se fosse possível dividir as pessoas em boas e más), do outro lado estão todos aqueles que podem, a qualquer momento, ser considerados o mal a ser extirpado da sociedade. Os casos de linchamento ocorridos no início do ano são tristes ilustrações deste cenário.


O blogueiro LEONARDO SAKAMOTO escreveu sobre o assunto. Reproduzimos seu texto aqui embaixo:


AOS JOVENS RICOS, BENEVOLÊNCIA. AOS POBRES, PELOURINHO E BALA


Um grupo de jovens, em sua maioria da classe média alta carioca, foi preso, nesta quinta (30), pela Polícia Civil acusado de tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Também estariam envolvidos em roubo de automóveis, tentativas de homicídios, estupros, enfim, vida honesta.


Segundo a polícia, os jovens atuariam como justiceiros na Zona Sul do Rio de Janeiro. O rapaz negro que foi acorrentado nu e pelo pescoço a um poste, no início do ano, acusado de cometer crimes teria sido vítima desse grupo.


Antes de mais nada, este não é um texto conclamando ao linchamento desses jovens. Isso seria de uma idiotice sem tamanho. Nem é sobre eles, a bem da verdade.


Mas sobre o fato de que a classe média alta, na qual, eu, caviar, me incluo, demonstra reações diferentes dependendo dos envolvidos na história.


Vamos por partes. Os repetidos casos de violência gerados por jovens da classe média alta brasileira e a forma aviltante com a qual têm sido tratados adolescentes negros e pobres nos morros e periferias me deixam incomodado.


Sabemos que é mais fácil uma pessoa que foi acusada de roubar um xampu, um litro de leite ou meia dúzia de coxinhas ir amargar uma temporada no xilindró – como mostram diversos casos que já trouxe aqui – do que um empresário que corrompeu passar uma temporada fora de circulação.


Não que o princípio da insignificância (que pode ser aplicado quando o caso não representa riscos à sociedade e não tenha causado lesão ou ofensa grave) não seja conhecido pelo Judiciário. Insignificante mesmo é quem não tem um bom advogado, muito menos sangue azul ou imunidade política. Ou a benevolência de determinados jornalistas.


Tempos atrás, a seguinte notícia veio a público:


“A empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos, teve a bolsa roubada e foi espancada por cinco jovens moradores de condomínios de classe média da Barra da Tijuca, na madrugada de sábado. Os golpes foram todos direcionados à sua cabeça. Presos por policiais da 16ª DP (Barra), três dos rapazes (…) confessaram o crime e serão levados para a Polinter. Como justificativa para o que fizeram alegaram ter confundido a vítima com uma prostituta.”


Os rapazes não eram da ralé. Se fossem de classe social mais baixa, certamente o texto seria sutilmente diferente:


“A empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos, teve a bolsa roubada e foi espancada por cinco moradores da favela da Rocinha, na madrugada de sábado. Os golpes foram todos direcionados à sua cabeça. Presos por policiais da 16ª DP (Barra), três dos bandidos (…) confessaram o crime e estão presos. Como justificativa para o que fizeram alegaram ter confundido a vítima com uma prostituta.”


Rico é jovem, pobre é bandido. Um é criança que fez coisa errada, o outro um monstro que deve ser encarcerado, quando o tratamento deveria ser igual aos dois.


Lembro que o pai de um deles, num momento de desespero, justificou a atitude do filho como sendo perdoável. Da mesma forma, o pai de um dos jovens que agrediram homossexuais com lâmpadas fluorescentes na avenida Paulista, em São Paulo, pediu condescendência. Afinal, isso não condiz com a criação que tiveram. Bem, são pais, é direito deles.


O incrível é como a sociedade encara a situação, com uma diferenciação claramente causada pela origem social e cor de pele.


Tenho minhas dúvidas se a notícia sairia se fosse o segundo caso. Provavelmente, na hora em que o estagiário que faz a checagem das delegacias chegasse com a informação, ouviria algo assim na redação: “Pobre batendo em pobre? Ah, acontece todo dia, não é notícia. Além disso, é coisa deles com eles. Então, deixem que resolvam”.


A estrutura de uma notícia depende, infelizmente, de que classe social pertence os protagonistas. Somos lenientes com os nossos semelhantes, com aqueles que poderiam ser nossos primos e irmãos, e duros com os outros. E como somos nós que controlados a nossa democrática mídia…


Não estou pedindo o nivelamento por baixo, mas por cima. Não é juntar os mais ricos à fogueira da vingança em praça pública, mas tirar os mais pobres dela e garantir-lhes justiça.


Na prática, as pessoas envolvidas nesses casos apenas colocaram em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: que eles podem porque nasceram bem. Já putas, bichas, índios, mendigos, pessoas em situação de rua e remelentos em geral são a corja da sociedade e agem para corromper os nossos valores morais e tornar a vida dos “cidadãos de bem” um inferno. Seres descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos. E por que não incluir nesse caldo as empregadas domésticas, que existem para servir? Se eles soubessem a profissão de Sirley, teria feito diferença?


A sociedade tem uma parcela grande de culpa em atos como esse e os dos jovens que se tornam soldados do tráfico por falta de opções e na busca por dignidade, fugindo da violência do Estado e do nosso desprezo.


A diferença é que, para os da classe média alta e alta, a construção da narrativa passa por onde deveria passar: devemos reintegrá-los para que tenham uma vida adulta plena e produtiva. Afinal, são “jovens”.


Para os pobres, os “menores”, é pelourinho e bala.

PENSEM  NISSO ENQUANTO  EU  VOS DIGO ATÉ AMANHÃ.









                                                                               

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