sábado, 6 de abril de 2019

A MORTE NOSSA DE TODOS OS DIAS E A VIDA

Você já  pensou   na única,  no  momento mais  exato, real, nítido   e  certo  das nossas  vidas, de todas as nossas vidas.?
Bah...eu  já pensei e  muito. Porque eu não  sou  daqueles  que dizem,  "JC" dá azar   pensar  nisso ,  chama  a "coisa".
Eu  falo da  morte  muitas vezes   e pensei  nessa  realidade  nossa  e  de  cada  um,  não  sabemos o momento,  a hora, em  que  cada um  vai  desencarnar,  só  o dono  do  mundo  tem  esse  poder,  a hora  de  nós deixarmos essa  nossa trajetória aqui  na terra.
Eu  sonhei  com  minha morte, engraçado  que nesse  sonho, eu  vi  tudo , foi um  sonho  e tanto,  eu vendo aquela  gente,  pessoas todas, conhecidas, parentada,  amigos, uns  próximos,  outros distantes, aquele  burburinho ,família.
Nós,  é  correto  dizer   não  estamos  nunca preparados para  aceitar  o nosso desencarne  por mais que  saibamos  que  isso  é o desiderato da  vida,  nascer...morrer.
Nesse  sonho , eu  me vi  dentro  do caixão,  da maneira  real  que sempre   estava, de jeans,camisa  pólo ,cueca  box, e  tênis,  sobre meu  corpo  um  jardim  de margaridas  brancas e  amarelas.
Talvez seja um  sonho   de premonição ...
Mas após  esse  sonho  fiquei pensando   tanta  coisa,  confesso  que  sorri, e ao  mesmo  tempo  chorei  copiosamente  em  cima da cama  e  não  consegui  dormir  mais.
Passou um  filme dentro   de mim ,  meu  chip da minha  memória  abriu   e  descortinou   momentos,  passagens  eu  trilhei  nesse  meu  caminho ...nessa  estrada. Eu não  fui   mais  e nem  menos  do que eu fui apenas  eu.Minha memória  cavalgou  e  me levou  a belos  momentos  a minha infância,  vivida em  São  Gabriel ,RS e  a cidade de  Nilópolis ,RJ.
Me veio  as brincadeiras com  os meus  amigos, amigas, na  rua travessa Maria  de Lourdes, em  Nilópolis.
As  caçadas de râns, um  hábito  que aprendi  com  meus amigos cariocas, caçando e comendo  as formigas tanajuras,  caracterizadas  com  seus  bumbuns avantajados, a gente  pegava  jornal, colocava  fogo  na folha  e quando  vinha  o  bando  de tanajuras, a gente  passava  a folha  em chamas, e elas caiam crocante  no  chão,  e  pegávamos   a formiga, tirava o  bumbum delas  e saboreávamos,  uma delicia !
A  carne de rã  é uma delicia,  nesse  tempo  de  estada  no  Rio  de Janeiro,  comi  muita rã.
Depois, veio no sonho, a minha primeira  namoradinha a Maria  da Glória,  loirinha com  cabelos  longos  cacheados, magrinha, e  seus óculos maiores  que seu  rosto...e os beijos  escondidos atrás do  chevrolet  preto,  ano 1960.
Cresci e veio  o tempo  da adolescência , outros  amores,  primeiras  decepções,  veio em  meu sonho a  namorada Lizete, uma mocinha, cabelo  curtinho, moreninha, ela era  baba, trabalhava numa  casa de familia  tradional em  São  Gabriel, a  gente  se emcontrava na pracinha,  ela  vinha  com o carrinho da meninha Júlia  que ela cuidava, mas era aquele  namoro  inocente,  muito  diferente  dos que hoje  a gurizada vivencia.
Depois, o  tempo  passou   e nos perdemos , não  sei se ela  saiu  do  serviço, mas eu  sempre  ia na pracinha esperar  por ela, nunca mais soube  dela.
Ela  era de  uma familia muito  pobre.
Mas  hoje tenho  a  sensação  que ela esteja  bem.
Parece   nesses  momentos que  é um  diário   que  temos em  nós  gravado.
O  tempo  avança, passa, a memória  do sonho, e  como  hiato ela volta  a esse desfilar  de flash de nossa existência, a  memória   nos revela e nos mostra.
Hoje  adulto   digo  que  os amores   foram  vividos com todo  o meu  melhor.
Também, tive amores   que  não  vivi..talvez  não  o  fosse   para  viver nessa   encarnação .Na  outra   vida   não sei  se  terei   essa  oportunidade  para  viver.
Nisso  coloco   ma conta   do  ser  maior "DEUS".
Ainda estou  me  vendo no sonho...naquele  caixão aberto, "puxa nunca tive tanta visita  pra mim".
Acordo ..e  vejo  que era um sonho e  me percorre  no  meu  corpo uma estranha sensação.
Ah!!  a  vida..como ela   é maravilhosa   muitas  vezes  nos prega peças .!
Poxa, eu  estou  aqui   meu  corpo, vivi, me toco  nas minhas  carnes  e  o sangue corre  pelas  artérias,  tenho  tesão pela vida.
Hoje sou um  vovô daqueles bobão e quando  penso   na minha vida sei  que foi esse o  caminho que  decidi trilhar  e  a vida me levou.
Obrigado. Eu  estou  aqui  vivo.  Digo  sempre : " não  podemos afrouxar  o  garrão".

Pensem nisso  enquanto eu  vos digo  até  amanhã.

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