segunda-feira, 27 de julho de 2015

EU APOSTO NA BOA POLÍTICA

                                                      Um  dos mais  conceituados jornalistas  gaúchos, Juremir Machado,  coloca  em  seu  texto  nas  páginas do  Correio  do Povo,  jornal  gaúcho,  uma visão sua  na qual eu
 a coloco aqui  nesse espaço  aos  guris e as gurias embora  discorde democraticamente de sua opinião
 penso que  devemos  buscar  sempre  a boa prática  política  e não  só  termos  esse sentido   em nós
mas  que cada  cidadão  brasileiro  esteja  certo  que o  caminho  é o respeito  a  democracia e ele o
cidadão  buscar  também  ser  protagonista.
                                                    Eis, o  texto:

Triste Brasil, o país da podridão partidária

Postado por Juremir em 27 de julho de 2015 - Uncategorized
O Brasil é um filme com poucos momentos felizes.
Getúlio Vargas se matou no poder. Depois disso, praticamente só tragédias. Jânio Quadros renunciou. Jango foi derrubado. Generais ditadores mandaram no país durante um quarto do século torturando, matando, cassando políticos, censurando, encobrindo a corrupção e atolando a nação nas trevas das suas poucas luzes intelectuais. Depois, veio José Sarney e sua mediocridade. Com ajuda de mídia, elegeu-se um imbecil, Fernando Collor, que não durou até final do mandato.
O melhor que tivemos nesse tempo todo, incrivelmente, foi Itamar Franco. No governo dele deu-se o Plano Real.
FHC consolidou a estabilização da economia, mas fechou os olhos para a compra da emenda da sua reeleição, mudando a regra do jogo, em seu benefício, com o o jogo andando e enterrou o país na “privataria tucana”. Nos oito anos do Doutor FHC, as universidades públicas foram ao fundo do poço, sucateadas, esquecidas, maltratadas e desprezadas. O Procurador-Geral da República, o famoso Geraldo Brindeiro, engavetava tudo. Como nada se investigava, não havia corrupção.
Lula e Dilma tiveram uma oportunidade histórica. Em princípio, parecia que saberiam aproveitá-la. Criaram ou ampliaram mecanismos de distribuição, ainda que parca, de renda. Recuperaram as universidades públicas, apostaram em cotas, botaram a Classe C na universidade, tiraram um continente inteiro da miséria. O Brasil levantou a cabeça e preparou-se para decolar.
Tinha um preço. A corrupção.
A esquerda deu à direita corrupta o que ela precisava: a chance de erigir-se em guardiã da moralidade.
O Brasil está encurralado: uma parte quer voltar aos tempos hediondos da ditadura por ignorar o que foi o regime militar ou por admirar o reacionarismo da época; outra parte quer, supostamente em nome dos bons costumes, recuperar as capitanias hereditárias perdidas. A esquerda no poder não saber o que dizer. Finge-se de ofendida. Tenta desconversar.
A república das empreiteiras baseou-se num esquema simples: dar para receber.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo mostra um pouco mais dos vínculos da Odebrecht com os donos do poder: “Nestes projetos, acusa o Ministério Público, a propina a dirigentes da estatal e a operadores do PT, do PMDB e do PP teria alcançado de R$ 377 milhões -parte supostamente depositada por um intricado sistema de contas secretas no exterior”.
Nada mais cômico do que ouvir deputados do PP, citados na Lava-Jato, bradando contra a corrupção.
Que fazer? Livrar-se de todos eles. Por trás dessa ideia simples, porém, esconde-se uma armadilha: jogar fora um esboço de Estado do Bem Estar Social como forma de combate à corrupção. A direita não quer acabar com a corrupção. Quer acabar com o que chama de assistencialismo eleitoreiro. A esquerda encontra nisso seu último álibi. Teria roubado pelos pobres.
O clichê mais vulgar ganha força: todos ladrões!
Todos, todos, não! Mas o sistema.
Golpe da esquerda: roubamos, mas quem não rouba.
Golpe da direita: nós não roubamos, provem isso. Não temos nem tivemos ninguém na Papuda.
Golpe da esquerda: esse moralismo favorece a direita e anula o que foi feito de bom.
Golpe da direita: nada há de bom, o país está atolado na sua maior crise econômica.
A única coisa boa para o Brasil seria saltar diretamente para 2018.
Parafraseando o poeta, nós perdemos também este crepúsculo.
Melhor, depois de alguma luz, as trevas desceram novamente sobre o país.
Pensem  nisso enquanto eu  vos digo até amanhã.

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