247 –" Três anos depois da Operação Lava Jato, que completou aniversário nesta sexta-feira 17, o que restou da engenharia brasileira?
Praticamente, nada. A Odebrecht demitiu mais de 100 mil funcionários e foi riscada do mapa, sendo tratada como empresa radioativa na América Latina.
A OAS está em recuperação judicial. A Camargo Corrêa vendeu ativos para empresas chinesas. E construtoras menores também encolheram drasticamente.
No setor de óleo e gás, uma das principais apostas do setor, a Sete Brasil, foi à lona. Empresa que construiria as sondas para o pré-sal, ela também foi atingida pela Lava Jato, assim como toda a indústria naval brasileira.
O resultado foi um processo de destruição econômica raras vezes visto na história da humanidade.
Em comum, todas essas empresas foram abatidas por investigações policiais.
Curiosamente, no mesmo dia em que a Lava Jato completou três anos, o assunto do momento passou a ser outro: a Operação Carne Fraca, que derrubou as ações das duas maiores empresas de alimentos do Brasil: a JBS, dona da marca Friboi, e a Brasil Foods, das marcas Sadia e Perdigão.
A partir de um problema aparentemente isolado, toda uma cadeia produtiva foi jogada na lama. "Um soco", definiu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Como empresário, sendo um dos maiores exportadores de soja do mundo, Maggi sabe o quanto custa abrir mercados internacionais.
Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frangos do mundo e as exportações desse segmento representam 6,9% das vendas internacionais brasileiras. Nada menos que US$ 13,9 bilhões.
Como todo o enfoque da Operação Carne Fraca se deu na questão sanitária, uma consequência inevitável será a imposição de barreiras comerciais contra as exportações nacionais.
E o Brasil, que já vive a maior depressão econômica de todos os tempos, com um PIB que encolheu praticamente 10% em dois anos, terá uma recessão ainda mais aguda, com mais demissões na indústria.
A quem interessa destruir mais uma cadeia produtiva brasileira, depois da implosão dos setores de óleo e gás e de engenharia? Quem se beneficia? Será que não seria possível investigar eventuais desvios sem comprometer interesses nacionais?
São questões que ainda aguardam respostas.
Abaixo, a participação do setor de frigoríficos nas exportações brasileiras:
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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