Nas mesas moças com seus vestidos coloridos, com flores em seus cabelos, os moços com seus olhares para suas prendas preferidas.
O salão refletia o sol que ainda teimava em brilhar, contrastando com o fumaceiro dos cigarros, e o cheiro dos perfumes naquele ambiente faceiro.
Quando a gaita, sapecava um chamamé, a Neguinha Dançadeira, levantou e logo um gaúcho, bem pilchado lhe abordava pedindo a honra da dança.
Era uma Negrinha, de beleza rara, seus dentes que pareciam luzeiros numa noite pra lá de escura, seu vestido lindo de um vermelho, mesclado com branco, deslizava suave, sobre o seu corpo, evidenciando umas lindas ancas, que pareciam coxilhas num retoço nos pelegos.
Todos estavam boquiabertos vendo aquele casal dançando aquele chamamé, as botas riscavam o piso de madeira do salão, era uma sintonia bonita de ver.
Os cabelos da Neguinha, com uma fita vermelha sobressaia-se sobre aquele local alegre, cheio de gente bonita.
Cada movimento da Neguinha, com aquele sorriso lindo, aquela alegria contagiante, era compartilhado com sua elegância e seu recavém que balançava ao som da música gaúcha.
Outros casais, se misturavam naquela alegria, naquele fandango gaúcho., as algazarras nas conversas, olhares de moços e moças procurando o seu par, os cochichos .
No meio do salão, a Neguinha, contagiava a todos com sua dança e o baile atravessava a noite.
Uma pausa, pra alimentar as bichas, um café com bolo frito, salame, mortadela,ou a preferência pra comer um carreteiro numa panela de ferro.
A gaita choramingava acompanhada pelo pandeiro, já se adivinhando que o baile iria até o sol aparecer, e o salão apinhava de gaúchos e gaúchas, naquele entrevero de um baile gaúcho.
E a Neguinha ? Bah!!! A Neguinha foi a dona da noite, só foi parar quando foi convidada para ir para os pelegos , também pudera parceiro, era uma noite estrelada, e o convite para o amor já estava dado.
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