Moro tenta criminalizar o furo
"Isso que Sergio Moro fez com Eduardo Guimarães se chama censura, intimidação e atentado à liberdade de expressão.
A primeira coisa que os poderosos fazem quando querem instaurar um regime de força é calar a imprensa.
A explicação de que ele foi conduzido de forma coercitiva para contar quem lhe passou a informação de que Lula sofreria condução coercitiva é furada. Não tem nada a ver. Quem tem que guardar sigilo sobre operação da Polícia Federal são os policiais, não os jornalistas.
O dever do policial é guardar sigilo, o dever do jornalista é revelar segredos, é dar o furo.
Foi o que Eduardo Guimarães fez: furou toda a imprensa dando em primeira mão o que aconteceria com Lula. Os jornalões devem ter fico meio chateados com isso de serem furados por um blogueiro, como se diz hoje.
A discussão não é se ele é "jornalista"e por isso tem a prerrogativa de preservar a sua fonte. Não se trata disso. Tanto é verdade que em 2008 aconteceu um episódio semelhante, com desdobramentos diferentes.
O primeiro a saber que grandes figurões seriam presos na Operação Satiagraha foi o repórter César Tralli, da Globo.
De posse dessa informação privilegiada conseguiu filmar o ex-prefeito Celso Pitta recebendo voz de prisão ainda de pijama.
Tralli jamais foi encarado como quem quebrou o sigilo da operação. Seus celulares e seu laptop não foram apreendidos. Quem pagou o pato foi o comandante da operação, que tinha passado a informação a Tralli, punido com afastamento da Polícia Federal.
Não acredito que a legislação tenha mudado desde então.
Ao intimidar Eduardo Guimarães, Moro tenta intimidar todos os jornalistas, principalmente os que escrevem em blogs, a versão atual da imprensa alternativa dos anos de ditadura.
Não vai conseguir porque jornalista é osso duro de roer. Tem sete vidas.
Na ditadura, os jornais alternativos só foram calados porque as bancas que os vendiam passaram a receber ameaças de bomba.
Mas blogs não estão nas bancas.'"
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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