Num país que se preocupasse em, ao menos, dar aparência de legalidade ao julgamento de uma presidente da República eleita por 54 milhões de eleitores, a notícia de que o Ministério Público Federal mandou arquivar a denúncia referente às chamadas "pedaladas fiscais", diante da inexistência de crime, teria ganho as manchetes de Folha, Globo e Estado; no entanto, como os jornais fecharam seu apoio ao golpe parlamentar de 2016, assim como apoiaram o golpe militar de 1964, a notícia foi solenemente ignorada; apenas ontem, no portal G1, do grupo Globo, reconheceu-se (talvez inadvertidamente), que a decisão do MP fortalece a defesa de Dilma; agora, o Senado se vê diante de uma saia justa: como condenar a presidente Dilma por "crime de responsabilidade", se o próprio MPF, titular da ação penal, garante que não houve crime?
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