"Fui mediar uma mesa na Feira do Livro de Canoas, organizada sob a batuta de Luciano Alabarse.
É dessas belas feiras em que o prefeito, no caso, Jairo Jorge, fica na primeira fila para ouvir a palestra.
Era uma mesa com o economista Luiz Gonzaga Beluzzo e o secretário da Fazenda de Canoas, Marcos Antônio Bósio.
Beluzzo é um intelectual envolvente, contador de boas histórias, no estilo do meu falecido amigo Décio Freitas.
Foi presidente do Palmeiras, fez o contrato de construção do novo estádio do seu clube e anda feliz com a liderança do Brasileiro. Deu uma aula de economia sem levantar a voz e sem fazer qualquer esforço para achar ideias.
Beluzzo abordou o fim do ciclo econômico internacional dos anos 1980, o chamado neoliberalismo.
Mostrou o impasse que se cria quando o rentismo – dinheiro pelo dinheiro – torna-se dominante.
Perguntei a ele: qual foi o erro em política econômica da presidente Dilma no mandato atual?
Não hesitou: ter mudado a política do seu primeiro mandato. Ter prometido uma coisa na campanha e ter feito outra depois, sob pressão do mercado. O Brasil vinha de vários anos de superávit primário. Resolveu fazer um ajuste fiscal para agradar ruidosos setores do mercado e promoveu um desajuste brutal com seus tarifaços inúteis.
Beluzzo criticou fortemente setores da mídia, como a turma da GloboNews, que veneram o Estado mínimo. Lembrou que não há capitalismo sem Estado. Nem sociedade boa sem justiça social e equilíbrio na distribuição da riqueza.
Aula de economia numa sexta-feira à noite.
Pena que a mídia estava ocupada com seus golpes".
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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