247 – Embora represente a maior tragédia moral e econômica da história do Brasil, o golpe de 2016 tem pelo menos um mérito: ele é pedagógico. Serve para demonstrar que estavam certos os que diziam que tudo não passava de uma conspiração de políticos corruptos contra uma presidente honesta.
Essa tragédia tem três grandes protagonistas: o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não aceitou sua derrota eleitoral em 2014 e decidiu incendiar o País, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acolheu um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade, e Michel Temer, que dele se beneficiou.
O que aconteceu com esses três personagens, praticamente um ano depois da tragédia, iniciada em 17 de abril de 2016, numa "assembleia de bandidos presidida por um bandido"?
Eduardo Cunha, na semana passada, foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, apenas em um de seus processos.
Aécio, que se aliou a Cunha em 2015 para sabotar o Brasil com suas pautas-bomba, conseguiu finalmente perder a blindagem da mídia. Neste fim de semana, foi capa de Veja, depois de ser citado em mais de dez delações na Lava Jato. Aécio é acusado de receber propinas da Odebrecht numa conta no exterior e é alvo de seis dos 83 inquéritos pedidos pelo procurador-geral Rodrigo Janot (leia aqui).
Bom, resta ainda Michel Temer, cuja situação também não é das melhores. Nesta semana, uma pesquisa Ipsos apontou que 90% dos brasileiros avaliam que, com ele, o Brasil segue no rumo errado. Outro levantamento, CNI/Ibope, apontou que 79% dos brasileiros não confiam em Temer (saiba mais aqui).
Nesta terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral inicia o julgamento do processo que poderá cassá-lo. Se os ministros tiverem um mínimo de sintonia com a vontade popular, Temer sairá da presidência da República para a lata de lixo da História."
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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