TEREZA CRUVINEL
20 de Junho de 2016
"Há três anos, de repente, não mais que de repente, milhares de brasileiros foram às ruas protestar contra tudo e todos: a corrupção, a má qualidade dos serviços públicos e o descontentamento com a classe política. “Vocês não nos representam”, diziam os cartazes. No dia 20 de junho as manifestações assumiram seu caráter mais violento e político, com tentativa de invasão do Congresso e de incêndio contra o Itamaraty. O Brasil nunca mais foi o mesmo, mas hoje, com a presidente reeleita em 2014 afastada, o governo interino alvejado por denúncias de corrupção que derrubam ministros em série e alcançam o presidente interino, sem falar no derretimento moral do Congresso, com as políticas públicas, inclusive as de mobilidade urbana, sendo desmanchadas, por onde andam aqueles indignados?
O estopim, dias antes, fora o aumento de R$ 0,20 no preço do transporte coletivo em São Paulo, mas as interrogações sobre a origem daquelas manifestações nunca foram devidamente respondidas. No início foi um grupo conhecido e legítimo, o Passe Livre, que saiu às ruas contra o aumento da tarifa. A classe média conservadora, que nunca engolira o viés popular dos governos petistas, pegou carona, deixando o carro na garagem. E em seguida começaram a aparecer manifestantes exóticos e perigosos. Os blac-blocs vestidos de negro, os mascarados e os vândalos que quebravam tudo. Máscaras do Anonymous eram vendidas a R$ 50 na rua 25 de março, o gueto paulistano dos camelôs. A PM paulista, no início, parecia contemporizar com os que ultrapassavam claramente o direito à livre manifestação para instaurar o caos.
Foram as manifestações de junho que produziram o primeiro sangramento de uma presidente da República até então muito popular. O Congresso, embora também contestado, através da oposição e da banda conservadora, apreciou. A popularidade de Dilma despencou, apesar das medidas que ela tomou para acelerar obras de mobilidade urbana.
Foi também naquele mês de junho que o mundo soube, através de Eduardo Snowden, que a agência de segurança norte americana, a NSA, havia bisbilhotado governantes de alguns países. No Brasil, foram monitorados a Petrobrás, Dilma e altas autoridades do governo brasileiro.
As manifestações esfriaram mas voltaram a pipocar durante a Copa do Mundo, no ano seguinte, a pretexto do alto custo das arenas. Dilma foi vaiada em Brasília na Copa das Confederações. E depois em São Paulo, com palavrões. Um vírus novo circulava pelas veias sociais brasileiras, e ele causará surtos de intolerância, agressividade, grosseria, incivilidade.
Mas Dilma se reelegeria em 2014, num apertado segundo turno. No curso da campanha, a Operação Lava Jato ganhou músculos e começaram a ser vazadas as delações premiadas de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Até então, as revelações que vinham a público eram as que atingiam o PT. Estava inaugurada a prática do vazamento seletivo.
Menos de uma semana depois do resultado eleitoral, uns gatos pingados apareceram com cartazes de impeachment. O PSDB não engoliu a derrota, pediu recontagem, contestou o resultado no TSE. Ao acenar com um ajuste ortodoxo para o mercado, depois de escolher Levy para o ministério da Fazenda, ela perdeu também parte dos que a apoiaram na guerra do segundo turno, e que reconquistaria agora, na resistência ao golpe. Novamente os indignados vão para as ruas, agora pedir o impeachment, e agora liderados por movimentos até então desconhecidos, como MBL, Vem prá Rua e assemelhados. A direita ganhou cara e nomes.
Nesta passagem dos três anos da irrupção do vulcão, o Brasil está muito pior do que em 2013. Os indignados com a corrupção têm muito mais motivos para pedir que todos se mandem, mas estão recolhidos desde que o impeachment passou na Câmara. Afinal, o PT foi tirado do governo, embora o ministério de Temer esteja varejado por denúncias. Eduardo Cunha, depois de servir ao impeachment, foi afastado da presidência da Câmara mas não foi cassado nem preso. Ainda. E se o for, é porque já pode ser descartado.
Quem sai às ruas agora são os defensores da democracia, para combater o golpe que pode ser consumado em agosto.
Tal como o de 1964, o de agora ainda não tem suas origens, atores e ações devidamente conhecidas. Mas com certeza tudo começou em junho de 2013."
Hoje os hipócritas, me parecem estão em casa, não sei se envergonhados pelo papelão que fizeram sendo induzidos como manadas sem direção por uma mídia que fez todos eles de palhaços e quem pagou por isso hoje se constata milhares de brasileiros desempregados.
A história está ai para ser contada ainda não terminou, e não sabemos aonde vai chegar, um governo golpista está apenas a espera do desfecho do impeachment no senado, bem depois só Deus saberá.
E com todo esse cenário político e econômico o Brasil sangra a cada dia e vamos perdendo com isso nossa credibilidade internacional e a vida aqui dentro do PAÍS ficando cada vez mais difícil pois não temos mais certeza de nada no futuro, pois, hoje, nossa jovem democracia está
estuprada por assaltantes do poder.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
A história está ai para ser contada ainda não terminou, e não sabemos aonde vai chegar, um governo golpista está apenas a espera do desfecho do impeachment no senado, bem depois só Deus saberá.
E com todo esse cenário político e econômico o Brasil sangra a cada dia e vamos perdendo com isso nossa credibilidade internacional e a vida aqui dentro do PAÍS ficando cada vez mais difícil pois não temos mais certeza de nada no futuro, pois, hoje, nossa jovem democracia está
estuprada por assaltantes do poder.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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