Somos uma monarquia das bananas. Jamais uma república
Após o golpe, a escalada conservadora e autoritária nos coloca uma situação surreal: somos uma monarquia de bananas. Jamais uma república.
No Brasil dominado por uma trupe de estabanados golpistas a república deu espaço a uma monarquia histriônica governada por um político sem sangue como Michel Temer. Sem sangue e sem entranhas, ele vive de bajulações do séquito no (sic) parlamento e de mentiras consolidadas na mídia. É um rei cuja coroa de bananas define a monarquia que administra.
Recentemente, ao comentar o envolvimento de Geddel Vieira Lima, Moreira Franco e Romero Jucá na Lava Jato, Temer foi taxativo: “Se a cada momento que alguém mencionar o nome de alguém isso passar a dificultar o governo, fica difícil”. Em outras palavras, aqueles que apoiaram a ascensão do seu governo utilizando-se de motes contra a corrupção, deverão engolir a seco o bando de ladravazes que ele colocou no Palácio do Planalto.
Michel Temer costuma se reunir com Gilmar Mendes, presidente do TSE e ministro do STF, que julgará as contas de sua campanha eleitoral de 2014. Isso não é mais promíscuo do que Gilmar se comportar como porta-voz do governo golpista quando demoniza o Bolsa Família e rasga a CLT ao dizer que os trabalhadores brasileiros são superprotegidos e as empresas desfavorecidas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). É uma excrescência atrás da outra.
Ainda que relutantes, os antipetistas amargam a tragédia da PEC 241. Em silêncio. Deverão se condoer quando a máquina do governo impuser mais derrotas ao povo brasileiro sob o manto hipócrita da fuga da crise. Se este país estivesse verdadeiramente com o pires na mão não emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI da Senhora Lagarde. É um período de destruição da identidade do Brasil com o seu povo para resgatar velhas concepções que ficaram para trás com o regime de 1964.
Para pressionar estudantes secundaristas a abandonar as escolas que ocupam por protesto contra a PEC do Ensino Médio, o ministro (sic) da Educação, Mendonça Filho, ameaça suspender o ENEM. E o governo convocou a AGU para cobrar estudantes por prejuízos aos cofres públicos, uma vez que as escolas ocupadas não poderão realizar o ENEM. Sabe-se que somente no Paraná são mais de 700 escolas ocupadas.
Como monarca de uma república desprestigiada pelo golpe, Temer foi aos BRICS e não se reuniu com o Putin. O presidente russo fez questão de esclarecer que entre ele e o usurpador brasileiro há incompatibilidades políticas. Foi quase como confessar que Temer é um desastre para o Brasil. Todos os chefes de Estado sabem que não fosse o Lula e a Dilma, o Brasil jamais integraria aquele bloco.
No Japão, Temer passou despercebido até pelos jornais. Não se falou sobre a sua visita e tampouco sobre os argumentos que o levaram até ali. O primeiro-ministro Shinzo Abe espinafrou o usurpador ao relatar as perdas das empresas japonesas por causa da Lava Jato. Ele choraria se soubesse da situação das empresas brasileiras. É que o modus operandi da Lava Jato era punir tanto as empreiteiras quanto os seus donos. Outra excrescência.
Numa república de verdade, o presidente não precisaria encher as burras da mídia hegemônica para comprá-la. E por trinta dinheiros, a mídia não se venderia a um governo cuja única essência é desmontar. No caminho de maldades dos golpistas há um odor miasmático de passado, de retrocesso, de antipovo. E o povo, na monarquia das bananas, continua ignorando que ele é antes de tudo o bobo da corte."
PENSEM NISSO ENQUANTO EU VOS DIGO ATÉ AMANHÃ.
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