Em entrevista à jornalista Bia Willcox, para o 247, o vereador eleito Eduardo Suplicy diz ficar "preocupado com o engessamento de não poder aumentar os gastos em educação, saúde, questões sociais" pelos próximos 20 anos; "Isso vai limitar muito a criatividade dos próximos governos", avalia; na entrevista, ele fala ainda sobre o PT, a prisão de Eduardo Cunha, mas também de paixão, do futuro do Brasil, recita Bob Dylan e canta Cat Stevens; assista
Por Bia Willcox, para o 247 – " Nesta entrevista exclusiva ao 247, feita por meio do Hangout, o ex-senador e vereador eleito Eduardo Suplicy (PT) passa por diversos temas, inclusive paixão e Bob Dylan – momento em que recita Blowin in The Wind. Cantar mesmo ele o faz com Father and Son, de Cat Stevens.
Ele comenta o apoio histórico que recebeu no último dia 2 de outubro, quando foi eleito o vereador mais votado da história do País, com 301.446 votos. "Sinto uma enorme responsabilidade a fazer jus a essa confiança tão grande que o povo de São Paulo me conferiu", revela.
Questionado por que continua no PT, após tantas denúncias de corrupção, Suplicy diz que, "quando algumas pessoas cometem erros, constitui nosso dever, o meu dever tomar medidas para prevenir e corrigir esses erros". Ele critica os abusos da PM do governo Geraldo Alckmin (PSDB): "Tenho o maior respeito pela Polícia Militar, mas em algumas ocasiões ela tem cometido abusos".
E sobre o tema do momento, a PEC 241, do governo de Michel Temer, diz ficar "preocupado com o engessamento de não poder aumentar os gastos em educação, saúde, questões sociais". "O engessamento pelos próximos 20 anos, isso vai limitar muito a criatividade dos próximos governos", avalia.
Quando menciona Eduardo Cunha e sua prisão, diz acreditar ser "muito possível" que ele feche um acordo de delação premiada com o Ministério Público, "para que ele diminua a pena dele e de sua esposa".
Perguntado sobre qual foi o grande pecado do PT, Suplicy lembra de uma reunião da direção nacional do partido em 2002, quando o deputado Chico Alencar (hoje no PSOL) sugeriu que a sigla divulgasse em tempo real e com total transparência todas as doações de empresas que recebia em campanha, ideia que foi rejeitada inicialmente pelo então tesoureiro da legenda, Delúbio Soares.
"Eles não acharam positivo. Eu acho que foi uma decisão inadequada. Eu gostaria muito que tivesse sido seguida aquela sugestão do Chico Alencar. E se nós tivéssemos o que passamos a ter nesse ano, a proibição de contribuição de pessoa jurídica, acho que teríamos uma situação muito mais saudável", comenta Suplicy.
O que o petista espera para o futuro do Brasil: "Tenho muito otimismo, eu espero que o Brasil novamente passe a ter um período de crescimento mais saudável. Eu espero que, depois da luta que nós tivemos pela democratização do Brasil, durante o regime militar, nós, brasileiros, merecemos viver num país com liberdades plenas, eleições livres e diretas, aperfeiçoando o sistema democrático, com uma reforma política. Quero muito que essas transformações se deem pela não violência".
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