Eduardo Cunha, Jair Bolsonaro e a Polícia Militar também foram criticados pelos militantes durante o protesto organizado pela Frente Contra o Golpe; desta vez, não houve vidros quebrados e contêineres derrubados durante o trajeto, mas após a maioria dispersar, um grupo de cerca de 50 pessoas permaneceu trancando a esquina da avenida Loureiro da Silva com a rua Lima e Silva queimando lixeiras e sofreu forte repressão da Brigada Militar, que resultou na detenção de pelo menos três manifestantes
7 DE SETEMBRO DE 2016 ÀS 08:47 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM
Débora Fogliatto/Sul 21 -"Um novo ato contra o governo de Michel Temer (PMDB) aconteceu nesta terça-feira (6) em Porto Alegre, organizado pela Frente de Luta contra o Golpe. Puxado por militantes de partidos e movimentos sociais, o protesto foi mais curto que os da semana passada e, desta vez, não houve vidros quebrados e contêineres derrubados durante o trajeto. Após a maioria dispersar, porém, um grupo de cerca de 50 pessoas permaneceu trancando a esquina da avenida Loureiro da Silva com a rua Lima e Silva, queimando lixeiras, e sofreu forte repressão da Brigada Militar, que resultou na detenção de pelo menos três manifestantes.
O ato começou, como já é de praxe, às 18h na Esquina Democrática, e partiu em caminhada pouco depois das 19h pela Borges de Medeiros, entoando “para barrar o ajuste fiscal, é fora Temer e greve geral”. Dentre as organizações presentes estavam Movimento Mudança, MAIS, UJS, UJC, coletivo Ana Montenegro, Kizomba, UBES, UNE, MTST, Alicerce, ALE, Intersindical, AMPG e JPT, além de militantes do PT, PCdoB e PCB.
A marcha percorreu quase toda a Borges, passando por baixo do viaduto Otávio Rocha, cantando “somos o povo e o Michel Temer nós vamos derrubar”. Acompanhado por banda com instrumentos de sopro e percussão, o protesto também criticou a Rede Globo, chamada de “golpista”. Desta vez, ao contrário dos atos da semana passada, a juventude não foi a única protagonista da manifestação, que contou com a presença mais representativa de militantes e políticos mais velhos. Ao longo do trajeto, uma comissão discretamente impedia que houvesse depredações, parando os manifestantes que queriam virar lixeiras ou jogar pedras.
Eduardo Cunha, Jair Bolsonaro e a Polícia Militar, além de Temer, também foram criticados pelos militantes durante o protesto. Nas proximidades do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), o helicóptero que tem acompanhado os últimos atos apareceu no céu. Já em frente ao Tribunal de Justiça, manifestantes penduraram uma faixa com os dizeres “o golpe veste toga”. O protesto seguiu para a avenida Aureliano de Figueiredo Pinto.
Ao se aproximar da Erico Verissimo, parecia que o protesto se encaminhava para a Zero Hora, mas os manifestantes desviaram e entraram na rua João Alfredo. Possivelmente, foram informados de que havia um grande contingente da Brigada Militar no local e preferiram evitar possíveis repressões. O ato seguiu para as ruas da República e Lima e Silva, onde um morador provocou os manifestantes, jogando um ovo de seu apartamento, que foi recebido por vaias e gritos de “golpista”.
Ao chegar na Loureiro da Silva, houve uma confusão enquanto algumas pessoas queriam virar um contêiner e outros tentavam evitar. Uma militante da Ação Libertadora Estudantil (ALE) denunciou ter levado uma pedrada de um homem mascarado quando tentava impedir a ação: “Não concordamos com o pacifismo nem com a covardia. Mas uma coisa é reagir contra a truculência policial, outra coisa é deixar gratuitamente a cidade toda suja”, manifestou-se a entidade, que repudiou, ainda, a “violência inútil de grupos independentes, desequilibrados e protofascistas. Não vamos aceitar que infiltrados da direita prejudiquem as mobilizações”, afirmaram.
A intenção dos organizadores era que o ato dispersasse ainda na Loureiro, onde um jogral na esquina com a José do Patrocínio chamou para o Grito dos Excluídos nesta quarta-feira (7): “Vamos derrotar Temer e todos os golpistas e corruptos, que atacam nossos direitos, a juventude, as mulheres, negros e negras”. O ato tradicional do dia 7 de Setembro está marcado para as 9h, no Incra, e desta vez também pedirá o “fora, Temer”.
Para Cláudia Favaro, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), os atos precisam ser mantidos porque “uma gama de direitos estão sendo atacados”. “Há retrocessos anunciados em termos do contexto político geral, além da questão da moradia. O Minha Casa Minha Vida Entidades, que é o que mais conseguia atender o déficit habitacional, foi extinguido”, destaca ela, que menciona que Temer já demonstrou que “quer governar para a elite, retirando direitos dos trabalhadores”.
Perseguição da BM
Mais uma vez, o ato terminou com a Brigada Militar perseguindo manifestantes. No entanto, esta noite foi um grupo de cerca de 50 pessoas que, após a maioria dispersar, decidiu retornar para a esquina da Lima e Silva com a Loureiro e queimar dois contêineres. A tropa de choque chegou e começou a atirar bombas de gás e de efeito moral, causando correria e confronto, enquanto alguns manifestantes revidavam com pedras.
Os manifestantes correram em direção ao Centro Histórico, jogando pedras, pedaços de vidro e se protegendo com outros contêineres, enquanto um forte aparato policial reprimia as ações. Na esquina da Lima com a Fernando Machado, os manifestantes sentaram no chão e a BM foi para cima, e pelo menos três pessoas acabaram detidas de forma truculenta. Os que permaneceram no local esperaram a chegada dos bombeiros e depois dispersaram. Há informações de que os detidos foram encaminhados para a 3a Delegacia de Polícia de Porto Alegre, no bairro Navegantes."
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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