Pra falar a verdade essa saudade veio de repente habitar os meus sensores de vida ainda bem que os tenho em boas condições.
Lembro dos banhos no açude que eu e primos e primas íamos correndo para brincar na água em
verões que não dá para esquecer.
As voltas a cavalo que fazíamos pelos campos acompanhado pelos cuscos da fazenda e invariavelmente começávamos uma carreira em cancha reta., eram gritos de viva..vamos lá.. era
gostoso ver o vento bater em nossos rostos com aquele ar de liberdade plena, nos achávamos os
donos do mundo...poxa e erámos pequenos, calça curta, mas os calções com elásticos era o nosso
vestuário mais comum.
No pomar, íamos comer frutas, sentados na grama, na companhia dos gansos, das galinhas, da cachorrada, e do lado da cerca o gado nos espiávamos como querendo também participar daquela comilança nossa.
Éramos guris e gurias e fazíamos sim nossas bagunças, e vovó Tutucha que pequenininha era saia nos tamancos quando a gente fazia arte, o meu avô era calmo, sempre pitando no seu banquinho de madeira o seu palheiro.
Lembro que quando estávamos no pomar, poxa éramos sapecas mesmo, a gente pedia pra nossas
primas subirem nas bergamoteiras, laranjeiras, pereiras, havia diversas qualidades de frutas no campo, e elas subiam e nós safadinhos, na nossa inocência víamos aqueles vestidos que o vento
sacudia só pra ver as pernas, coxas de nossas primas, será que eu já pecava naquele tempo?
Quando fazíamos arte, era uma tropa de guri e guria, nossa vovó, saia atrás de nós com uma maçã e colocava inteira em nossa boca, ela não gostava que disséssemos nomes feios, e hoje né
tudo é normal, me parece, o tempo mudou.
Na mangueira ajudávamos a levar as vacas pra coletar o leite, eu adorava pegar as tetas das vacas muitos coices levei de algumas vacas.
A noite, iluminado pelos lampiões, nossa janta, e os causos que nossos avós, tios e tias nos contavam, e nossas cabeças ficavam povoadas de imaginações, depois vinha aquele momento
do sono e íamos nos recolher.
Sempre gostei do cheiro do campo, do cheiro do mato, ver os bichos na invernada, sempre amei
o campo, amei as minhas coisas, e aprendi muito com os meus avós, tios e tias.
Nesse domingo, meus olhos voltam para trás, buscando esse filme que meus pensamentos revivem.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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