As vezes aquela sensação estranha nos chega até nós como um pressentimento de que algo está no ar, e algo vai acontecer.
Inúmeros,um sem fim de alternativas passeiam por nossos neurônios como fazendo uma viagem de aviso prévio.
Talvez essa sensação vem acompanhada de algum abandono, aquela sensação de frio na alma, e que nos fragiliza, nos amordaça, e ficamos sem pensar para aonde ir, fugir talvez.
É um labirinto de sensações, de múltiplos medos entermeados de uma tênue esperança que isso, essa sensação, seja uma bobagem, algo de momento que nos torna frágeis, nos sentindo acorrentados nesses pensamentos.
Vem lembranças povoadeiras que pipocam nesse momento de sensações que dão medo.
Lá no fundo de minhas gavetas de minhas lembranças, vejo um guri em cima de uma égua vermelha, a rainha, os raios do sol tonalizando, raios multicores, na pampa verde do campo que começa a se aproximar da noite, e o Sol não poderá mais uma vez, ele e a lua, se encontrarem é um desencontro que a natureza fez, o sol ,e a lua, nunca se encontram.
O guri altivo, um moleque, franzino se achando um guerreiro em cima do lombo do cavalo e nesse instante ele se acha, o dono daquele lugar.
Os quero -queros ensaiam seus últimos alaridos, o mugido do gado , as garças, os pássaros, cada um a seu modo vão para o descanso do dia.
Belas lembranças que me veio, na fazenda do meu tio e padrinho Peri.
Dou um sorriso que não entendo porquê mas é com certeza reviver tempos bons..a levar o gado para beberem a água do açude, as madrugadas frias de inverno, e aquele calor no verão ajudando meu tio na ordenha, tirando o leite das vacas, as plantações de batata inglesa, trigo, feijão, os legumes em geral, plantando moranguinhos, melancia, depois do almoço, subir nas árvores frutíferas, saboreando, bergamota, mangas, laranjas, pitangas, peras, uvas, e tudo que podemos imaginar que a terra cuidada, pode nos dar.
A noite, a luz de lampiões, os causos que eu ouvia, sabendo de histórias que muitas trago até hoje na memória.
Tempo bagual, macanudo, que o filme da memória não apagou, e até sorri, de uma saudade vivida que meu caminho timbrou.
De repente volto ao que vivo hoje, um suspiro, e agradeço, ao Deus da vida.
Afinal ele é o dono de tudo, sei que sou passagem, nesse caminho, até quando ele deixar eu caminhar.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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