É justo mulher ganhar menos que homem?
Postado por Juremir em 14 de maio de 2015 - Uncategorized
Anda estranho o mundo.
Tem deputado que acredita em estudos impressionantes: as pessoas já nasceriam propensas à violência e, por extensão, ao crime. Exames cerebrais permitiriam identificar essa tendência na infância. Isso não é um passo para a eugenia?
O que fazer com esses programados naturalmente para a bandidagem?
Excluí-los? Segregá-los?
Isso tem um nome? Cientificismo barato.
Tem mais.
Nestes tempos de redução de direitos trabalhistas, qualquer sintoma soa como doença grave. Ainda mais que a economia e a estatística são ciências gastronômicas e de alfaiataria: tem para todos os gostos e medidas. A Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, que já foi presidida até por certa Dilma Rousseff, publicou recentemente dois “estudos” assustadores. O primeiro, “FEE analisa a renda do trabalhador gaúcho”, justifica a desigualdade de ganhos entre homens e mulheres. Descarta que a questão seja de gênero ou de privilégio ao sexo masculino. Diz: “Em 2013, os homens ganharam, em média, 20,8% a mais do que as mulheres no Brasil, de acordo com os dados da PNAD”. Vai adiante: “A simples diferença das médias de salário entre homens e mulheres não pode ser atribuída apenas a um efeito de gênero no mercado de trabalho. Ambos os sexos apresentam distintas características relevantes para a determinação do salário”. Há pesquisadores na FEE estão revoltados com isso, mas temem se expor.
O tal estudo naturaliza o machismo: “Há diferenças no que tange a: (a) perfil do emprego – as mulheres exercem atividades e têm ocupações diferentes das dos homens –; (b) estrutura familiar – as mulheres dedicam, em geral, um maior número de horas aos afazeres domésticos do que os homens –; (c) perfil profissional – as mulheres têm maior chance de interromper a carreira do que os homens”. O mercado, sempre inteligente e justo, paga, então, menos a essas mulheres que param de trabalhar para cuidar da casa e ter filhos. A conclusão é impressionante: “Se os homens e mulheres tivessem exatamente as mesmas características em todos os perfis considerados na análise, ainda assim as mulheres ganhariam 7,0% a menos do que homens por alguma razão que não se pode observar ou alguma característica que não foi contemplada no estudo”. Por que será? Não seria rastro de alguma histórica diferença de gênero?
O “estudo” sugere que a culpa não é do sistema, mas do tipo de vida que as mulheres levam e da natureza que lhes impôs carregar os filhos que reproduzirão a força de trabalho. O segundo “estudo”, intitulado “FEE aborda evolução da mão de obra no Rio Grande do Sul”, detona mais uma invenção da maldita Era Vargas: “A taxa de formalidade poderia ser maior na ausência do salário mínimo nacional (SM) e do piso regional que vigora no Rio Grande do Sul para determinadas categorias estabelecidas em lei desde 2001”. Um pesquisador da FEE, que não quer ter seu nome citado por medo de represálias, ataca: “um conjunto de cinco pesquisadores de orientação neoliberal vem tentando dar um cunho claramente ideológico às publicações da instituição”. Outra mensagem diz: “O corpo técnico está estarrecido e envergonhado. A FEE sempre se caracterizou pela pluralidade e respeito às diferentes visões. Até o Conselho de economia se posicionou contra essa prática que pretende usar para fins privados uma fundação reconhecida nacional e internacionalmente”. Em nota, o Corecon repudiou certas atitudes.
Ideologia não era exclusividade de esquerdistas que aparelham instituições para disseminação de sua visões anacrônicas e falsas? A direção da FEE não gostaria de debater isso em praça pública? Parece que falta agenda.
Penso que o trabalho seja qual for o seu tipo, não deve ser por si só, motivo de discriminar quem quer que seja. o que define o salário não é o fato de ser o empregado um homem ou
uma mulher e sim o organograma de uma empresa, e seus planos de cargos e salários.
Penso que ainda temos no País um ranço machista que pensa que o homem é mais competente do que a mulher, nesse caso já foi provado que a competência da mulher em
vários segmentos laborais é inconteste, sem essa de o homem ganhar mais que a mulher.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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