Mas eu não senti frio, a gente aqui dessa terra gaúcha, aqui no fim do BRASIL, estamos curtido por esse friozito, lógico, que usamos alguns artíficios para vamos dizer , dar uma amainada nesse frio que foi macanudo, isso eu tenho que dizer.
Uns gole de canha, curtida no butiá, na casca da bergamota, um licor de butiá, um vinho tinto seco, um camparizinho, de vez enquando, não pode faltar é o chimarrão mas confesso, matear solito, não gosto, as veze minha JULINHA, pede um chimarrão, ai eu faço, dois, um para ela outro para mim, é temos essa coisa desse CORONA, meu DEUS, até quando vai isso ?
Mas essa madrugada tive um pesadelo, mas bah! me deu um arripio, um medo, parecia coisa de outro mundo, coisa do boitatá, ou um lobisomem, tive um sonho surreal.
Passo então a lhes contar, o sonho desse gaúcho:
Eu acabara de ler um livro, é um vício que tenho, ler, e fui procurar o sono dos justos.
Meu DEUS! Eu estava na cama(no sonho) eu entrei para dentro das cobertas, sabe como é, o homem as vezes ponhe a mão, no seu "objeto de retoço" essas coisas de véio, coça aqui, ali, eu levei um susto daqueles, aonde eu apalpava não havia viva alma, dava uns cutucões, e nada, dei um tapa no companheiro de fuzarca, e o seu menino sessentão, estava quietinho que nem guri que fez arte, tentei fazer outras artimanhas, e nada do bicho que eu achava que tinha se evaporado, correu um gelo no meu corpo, não sentia minhas pernas, tudo sem função.
MEU DEUS! O que estava ocorrendo, cheguei a orar pros santos para uma ajuda, pois eu achava que o fuzarqueiro tinha já falecido.
Mas bah!!!!! Dei um grito na noite escura e friolenta de julho, que a cama tremeu, só vi o barulho do rádio que tocava uma música bem cuiuda do XIRU MISSIONEIRO, acordei,assustado, e perguntei para mim mesmo:
- o que aconteceu, ele morreu ?
- não pode ser meu DEUS !
- e agora?
Eu já muito assustado, no meio da madrugada fria, de SANTA MARIA, fui ver o vivente, o bichinho, estava lá, quietinho, dormindo, que nem cusco lagarteando, mas eu estava tão atônito, que queria uma prova, e pensava: - será que não houve algo? - ou essas coisas de COVID-19, por fim pensei.
Mas ai, veio aquele instinto de sobrevivência, dei um talagaço no meu amigo de fuzarca, que ele se bandeou pro um lado, dei outro, e ele virou pro outro.
BAH... estava assim num nervoso daqueles, quando de repente, apareceu o amigo de sempre, porque vamos convir, aqui comigo, sempre dependurado, já faz parte da família, né ?
Parecia que ele após os safanões que dei acordou mesmo, fiquei até com pena pela maldade cometida por mim , um talagaço de tapa, nesse frio,não é fácil.
Parecia até que ele dizia : - Poxa, patrão, doeu!!
Mas enfim, era um sonho, graças aos céus, e agora prontito pros retoços, mas, após essa pandemia, não é mesmo?
Pensem nisso enquanto ernquanto eu vos digo até amanhã.
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