Por mais que as mulheres tenham se esforçado para dar conta do recado na criação das crianças; o pai tem um papel muito importante na vida dos filhos.
Certo dia de manhã, escuto minha filha me chamar , com aquela "delicadeza": mamãe heee!".
Eu estava no andar de baixo, dou bom dia e peço para ela descer, para que eu pudesse dar-lhe um beijo e o café da manhã.
Nada feito. Bom..fui, dar o chamego da manhã.
Cheguei lá toda carinhosa, mas antes de conseguir dar o beijo, a criatura olha para mim, com a cara amassada de sono, e tem a coragem de dizer: "eu quero o papai, mamãe! "
Bom, contei esse pequeno "causo" apenas para ilustrar que mãe é um ser importantíssimo, porém, todavia, entretanto. ..o pai também desempenha importância ímpar na vida de seus filhotes.
Acho este um assunto de grande
Importância, ainda mais neste momento pelo qual a sociedade vem passando : cada vez mais mulheres são obrigadas ( ou escolhem) estar à frente de suas famílias tanto no quesito financeiro, quanto no emocional e físico .
Os motivos são variados e o objetivo desta reflexão não é analisar se essas mulheres estão certas ou erradas (nem acho que seja possível, uma vez que cada caso é um caso. ..então, sem generalizações )..UM casal unido, contribuindo com as especificidades próprias de seus sexos, para a formação dos filhos, vai ao infinito.
Vamos pensar aqui que o homem, ao se tornar pai,carrega em si a chance de ser um mundo para o outro ser.
Carrega autoridade, força; segurança, coragem. Sua presença na vida desse novo ser pode fazer toda a diferença e, para muitos , isso depende da escolha de efetivamente querer desempenhar esse papel e realmente crescer como ser humano.
Podem me dizer que a presença do pai não é assim tão importante. Entendo o ponto de vista.
As mulheres são tão fortes, tão batalhadora, tão ultra em tantas áreas , que realmente compreendo essa forma de pensar.
Quantas mulheres estão tendo que levar uma família inteira nos ombros e fazem isso com maestria ? Admiro. De verdade. Merecem uma verdadeira salva de palmas.
Fazem isso com tanta garra, que seus filhos simplesmente podem chegar a dizer que o pai foi uma figura inexpressiva em suas vidas e que não sentem sua falta. Isso pode ser verdade. O pai realmente foi uma nulidade,logo não existe motivo para sentir sua falta e, para alguns, isso pode levar ao pensamento de que,se um pai não fez diferença, então é possível que a presença de qualquer um possa ser posta na berlinda. Há quem diga: terei meus filhos sozinha. Não tive pai,ele não fez falta e sei que dou conta.
Porém, o fato de alguns homens, abdicarem da alegria de educar seus filhos e de fazer parte da vida e do crescimento deles não anula o que suas presenças poderiam ter feito ou o que elas poderiam ter contribuído para o desenvolvimento das crianças, futuros adultos. Sim . Nós mulheres,poderosas , damos um.jeito pra tudo.
Mas um casal, unido, contribuindo com as especificidades próprias de seus sexos , para a formação dos filhos; vai ao infinito.
Talvez nunca se chegue a saber em que um pai ausente poderia ter contribuído para a vida de um filho.
Vamos nos aprofundar só um pouco.
Segundo artigo de 2010,da Associação Americana de Psicologia , as memórias de uma relação calorosa com o pai durante a infância estão diretamente relacionadas com a capacidade para enfrentar o estresse do dia a dia.
Como mostra essa investigação, o pai desempenha um papel fundamental na saúde mental dos seus filhos, e isso é visivel na idade adulta.
Os homens que relataram ter mantido uma boa relação com o pai durante a infância tendem a ser menos impulsivos na forma como reagem aos eventos estressantes do dia a dia do que aqueles que relataram relações mais pobres.
Acredito que esse estudo pode ser um exemplo de que a influência positiva ou negativa do pai nem sempre é tão óbvia.
É claro que nem todos os impulsivos assim o são por causa de seu relacionamento com o pai. Mas é uma possibilidade.
O pai pode fazer maravilhas e também pode fazer grandes estragos.
Tanto com sua presença quanto sua ausência.
Mas isso também acontece com a figura materna. Dependerá da maneira como cada um entender e se dedicar ao seu papel.
No site Pediatria em Foco, encontrei uma análise interessante sobre o papel do pai na vida de uma criança.
O autor faz uma breve análise da importância do pai desde os primeiros meses, mesmo que nesse tempo seja a mãe que ocupe a figura protagonista do ponto de vista do bebê.
" A partir do primeiro ano de vida, o pai começa a aparecer mais. Ele representa a responsabilidade. É o contato com a realidade. O pai que ama os filhos nao é somente aquele que manda, mas aquele de quem a criança tem orgulho e com quem quer se parecer. Essa admiração é o elemento de masculinidade que o pai transmite.
Encontrar-se com o pai significará não somente poder separar-se da mãe, mas também encontrar uma fonte de identificação masculina, imprescindível tanto para a menina como para o varão.
Isso porque a condição bissexual da psique humana ( o que Jung chamava de animus Nas mulheres e anima nos homens) torna necessário o casal "pai" e "mãe " para que se consiga um desenvolvimento normal da personalidade.
" 0 ideal ? O ideal, a meu ver,é um pai consciente de suas possibilidades, de suas limitações, mas que não se esquiva de sua responsabilidade quando acha que pode não dar conta. Enfrenta o "tranco". Mostra coragem, vai a luta contra suas más inclinações, contra seus defeitos. Escorrega de vez em quando é não tem vergonha de, nessa hora, estender a mão na direção da mulher e pedir-lhe ajuda.
Age dessa maneira até sem saber que , assim, mostra uma grandeza imensa diante dos filhos que o observam.
Esses pais , existem sim,também merecem aplausos.
Pois vão contra a maré da sociedade Light. São ativos,são dotados de uma humanidade linda e, ao meu ver, são muito, mas muito mais homens.
(Por CIBELE SCANDELARI,esposa, mãe de duas meninas e de uma a caminho,professora e orientadora familiar)
Do Informativo
"No Coração Do RIo Grande "
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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