A Miss Bumbum, a cunhada “não-recatada” e o rabo de palha de Cunha
"Eu não tenho nada a ver com a autoexposição alheia, mas quando isso toma conta da mídia, vale refletir.
Aliás, as famílias mais moralistas da mídia sempre ganharam muito dinheiro com a exposição feminina.
Não aquela da Leila Diniz, expondo o barrigão da gravidez num biquini, linda e valente.
Falo da mulher “formato” – formato frequentemente ajudado pelas artes do Photoshop – do exibicionismo.
Ainda assim, nada tenho a ver com isso, mas o dever obriga a não fugir de uma questão que, embora seja deprimente, é parte do mundo da notícia (ou melhor, do que vira notícia).
Portanto, não me escandalizo com a Miss Bumbum, casada com um neoministro de fim de feira.
Nem com a história da irmã da “bela, recatada e do lar” senhora Temer de ter fechado um contrato e tirado fotos para a Playboy no tempo em que era conveniente um escandalozinho com o vice de Dilma.
Ou como foi quando a mesma Editora Abril ofereceu uma “bolada” à falecida Neusinha Brizola posar para a hoje moribunda revista – sem chance de concorrer com o mundo pornô da internet – para atingir o pai que a amava (e a quem ela amava).
É tudo – fora da intimidade – uma bobagem sem o menor valor, senão o da exploração do que o dinheiro faz.
O que me estranha é que outras nudezes não merecem tanto destaque.
O Estado de Minas publica, nesta segunda-feira, as contas do Ministério Público da Suíça que indicam que Eduardo Cunha transacionou R$ 411 milhões em negociatas nas suas contas naquele país.
Não há bundas e peitos que igualem esta exposição de vergonhas, embora tenha repercutido muito menos.
E com a diferença essencial de que peitos e bundas expostos são de quem os expõem e os R$ 411 milhões – quase meio bilhão – são nossos.
Essa diferença é tudo.
Os decotes da Miss Bumbum, as poses sensuais da primeira-cunhada do golpismo são apenas o gozo irresponsável do parentesco do poder, misturado com a compulsão exibicionista destes nossos tempos.
Em matéria de despertar os “instintos mais primitivos” o strip-tease de Eduardo Cunha deveria ser mil degraus acima.
Mas não é.
As nossas moralíssimas instituições dão-lhe o direito de ser o Alexandre Frota de nossa democracia.
É possível falar que silicones, decotes, rendas e bumbuns – à parte o mau gosto de vê-los exibidos assim – possam ser páreo para a vergonha de vê-lo presidir um poder da República e atirar no lixo o voto dos brasileiros?
Francamente, a política brasileira tem muito mais do que corar do que das moças desinibidas."
Grande parte das pessoas, tanto homem ou mulher cultuam o narcisismo explícito pois vivemos numa sociedade em que a capa vale mais que o conteúdo mas como dizem, hoje são outros tempos, é a vida moderna, tudo pode.
As amostragens para sermos admirados de uma forma ou de outra é meramente fugaz, num outro olhar desaparecem porque não há conteúdo suficiente de qualidade que possa prender alguém, a continuar o olhar.
Sim, a beleza sempre deve ser admirada, o belo deve ser visto, mostrado, mas muitos não tem a noção do que fazem.
Enquanto famosos e não tão famosos mostram-se ao mundo da orgia visual, outros roubam descaradamente da nação, e estão ali e acolá desfilando com os seus, rindo de nossas caras de babacas, roubando o povo brasileiro.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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