Sobre bardotos, muares e alfafas
"estábulos unidos do Brasil, a que ponto chegamos!
farei como no Gênesis, começarei pelo princípio.
domingo de sol, início de tarde.
tomo a minha dose diária de canabidiol, misturando Chopin com chopinho.
até que, da varanda, ouço um tropel se aproximar da orla: pocotó, pocotó, pocotó...
com mil diabos, pensei.
curioso, ergo a cabeça para fora da rede, como um suricato.
alá eles, um bando de fi d'uma égua vestido de verdeamarelo: rezando, cantando o hino e marchando.
tudo com a crina polida e o rabo tosado.
eram os mesmos analfabetos políticos de outrora: o casal com a babá e o bebê, o Batman do Leblon e outros super heróis de araque, os fascistas mirins que organizam raves cívicas e os velhacos idosos cheios de ódio a gritar palavrões.
em um carro de som, um grupo de marmanjos - todos homens - gritava contra o aborto: defendemos o feto, o embrião, a célula, o átomo, a vida...
eu pensei em chamar os amigos e promover um punhetaço na orla, pra ver esses caras chorando pelo esperma derramado."
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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