Não dá para levar este Congresso a sério
247 - POE HÉLIO DOYLE
"Que o Congresso Nacional é o tipo de ambiente que não se recomenda a ninguém, todos já sabem. Ali circulam alguns dos maiores ladrões do país, práticas nefastas são encaradas com naturalidade, há muita gente trabalhando pouco ou nada e ganhando muito dinheiro. Gasta-se muito dinheiro público com inutilidades, mordomias e privilégios incabíveis, tanto para parlamentares quanto para servidores.
No Congresso Nacional, tudo se compra e se vende. Não são todos, mas senadores e deputados ficam atrás das “oportunidades de negócios”. Vendem não só as emendas em medidas provisórias, como mostra a Lava-jato. Com auxílio de “operadores” muito bem remunerados com dinheiro público, vendem projetos de lei, votos, pronunciamentos, pareceres, convocações e desconvocações em comissões, abertura e fechamento de CPIs. “Lobistas”, que não são lobistas autênticos, mas bandidos de terno e tailleur, negociam e fazem os pagamentos. Quase todos lá dentro sabem disso, mas vigora a lei do silêncio e da cumplicidade entre os poderosos e o medo entre os subordinados.
A maioria dos jornalistas também sabe o que acontece. Mas as mutretas de suas excelências só aparecem quando alguém denuncia ou faz a delação premiada. A imprensa brasileira, de modo geral, deixou a investigação de lado e se apoia em vazamentos interessados e dossiês. E há os jornalistas que, para manter suas fontes e seus empregos, fingem que nada sabem e falam do Congresso como se fosse tudo o que acontece ali fosse normal. “A política é assim”, “é preciso ter governabilidade”, “alianças são necessárias” são justificativas rasteiras e comuns para as chantagens, a corrupção, o fisiologismo e as negociatas. O governo federal acaba sendo cúmplice, por omissão e por aceitar esse jogo “parlamentar” como necessário à sua sobrevivência.
Em um ambiente assim, não estranha que o debate praticamente não exista, e quando existe seja travado por parlamentares, em sua maioria, despreparados intelectualmente, deformados politicamente e alguns mais interessados em aumentar seus patrimônios pessoais do que no bem público. A deformação política passa pela demagogia exacerbada, pela falta de compromisso com os interesses da população, pelo exibicionismo mediático e pela prevalência de critérios fisiológicos e patrimonialistas na relação com os governos, seja lá quais forem.
Nos últimos anos, muitos parlamentares, certamente cientes de suas limitações, substituíram o debate qualificado de propostas e projetos por discursos simplistas, gritos histéricos e palavras de ordem, como se estivessem nas ruas. Levam para o Congresso, inclusive, o baixo nível de algumas polêmicas travadas nas redes sociais. Por isso, não se estranha que vaiem uma chefe de Estado e levantem faixas e adereços aceitáveis em manifestações e blocos de carnaval, mas não no recinto parlamentar. A questão não é a vaia ter sido a Dilma -- a vaia é inaceitável, naquele ambiente, seja lá a quem for, especialmente se presidente da República.
O Poder Legislativo é fundamental para a democracia e precisa ser respeitado pelos demais poderes e pelo povo. Mas nosso Congresso, infelizmente, não se faz respeitar. Basta ver, a propósito, quem são os presidentes da Câmara e do Senado. E quem não respeita a si próprio, não merece o menor respeito dos outros.
O Congresso, hoje, é uma piada de péssimo gosto."
Há muito eu nesse espaço democrático venho falando da casa do povo em Brasília da falta de sintonia dos congressistas com o povo.
Me parecem que eles vivem em outro mundo,e vivem sim e
estão desconectados da realidade do povo com o País.
O que importas é o jogo das negociatas, são o jogo de cartas
marcadas dos grupos que fazem suas apostas para eles ganharem, e o povo que se lixe.
Lamentavelmente temos um Congresso Nacional contaminado
pela esperteza de seus interesses, não do povo.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
Me parecem que eles vivem em outro mundo,e vivem sim e
estão desconectados da realidade do povo com o País.
O que importas é o jogo das negociatas, são o jogo de cartas
marcadas dos grupos que fazem suas apostas para eles ganharem, e o povo que se lixe.
Lamentavelmente temos um Congresso Nacional contaminado
pela esperteza de seus interesses, não do povo.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
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