Solto das Patas
sábado, 14 de setembro de 2024
REFORMA AGRÁRIA NA VENEZUELA
CÉSAR FONSECA: Repórter de política e
economia e editor chefe do SITE , Sul Americana
FONTE: 247
Maduro e Xi Jinping iniciam reforma agrária na Venezuela com MST brasileiro
As condições políticas favoráveis na Venezuela contribuem decisivamente para dar maior rapidez à realização do projeto
14 de setembro de 2024, 10:12 h
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra(MST), hoje alvo de admiração internacional, passou o ano de 2023, na China, para desenvolver seus conhecimentos de agricultura familiar em contado com a experiência histórica chinesa de reforma agrária realizada pela revolução de 1946, comandada por Mao Tse Tung.
O objetivo do MST é transplantar a experiência para o Brasil, dispondo da infraestrutura disponível pelos chineses, em matéria de organização, planejamento, financiamento para implementar mecanização e modernização na produção agrícola brasileira.
Mas, tal proposição não está sendo possível implementar no Brasil por conta do amplo domínio político agrário comandado pela grande propriedade, radicalmente contrária à reforma agrária para modernizar o capitalismo brasileiro, com fortalecimento do mercado interno e melhor distribuição da renda nacional, como aconteceu com todos os países capitalistas desenvolvidos que passaram pela experiência histórica.
A alternativa do MST foi buscar na Venezuela a oportunidade de negociar com o governo Nicolás Maduro, de esquerda, nacionalista, interessado na experiência brasileira dos trabalhadores em terra, na expansão da agricultura familiar.
As negociações entre o presidente Maduro e o MST amadureceram rapidamente com a decisão do presidente venezuelano de dispor de 10 mil hectares de terras para iniciar a experiência, tendo como pano de fundo o exemplo histórico da reforma agrária chinesa e recursos financeiros disponíveis negociados entre Venezuela e China para disseminar amplamente no país o desenvolvimento agrário sob pequena propriedade.
A expectativa do MST e da Venezuela é grande, sabendo que o resultado da produção terá amplo mercado não apenas, interno como externo, com possibilidade de exportação para o país de Xi Jinping, maior consumidor do mundo.
As condições políticas favoráveis na Venezuela, sob poder bolivariano-chavista, apoiado pela aliança cívico-militar, contribuem decisivamente para dar maior rapidez à realização do projeto.
Sob a orientação política PSUV – Partido Socialista Unido da Venezuela –, Maduro acelera a parceria econômica e política com os chineses, que têm disponibilidade de recursos para financiar a mecanização e modernização da produção agrícola venezuelana.
A moeda de Maduro para garantir a reforma agrária na Venezuela, evidentemente, é o petróleo.
Trocar óleo pelo financiamento agrícola com experiência consagrada do MST na oferta de alimentos de qualidade tende a mudar o panorama econômico venezuelano no sentido de ampliar a base produtiva nacional, capaz de favorecer a industrialização, com a qual o governo alcançará, segundo editorial do jornal "Correo Del Orinoco, porta-voz do governo bolivariano-chavista, estabilidade monetária, fortalecendo a moeda nacional, graças à expansão industrial.
A estratégia atende tanto o mercado interno como externo com a produção barata capaz de elevar produtividade agrícola continental como fator favorável ao aumento da oferta a preços competitivos com inflação baixa.
Reforma agrária chinesa
A China oferece amplos recursos para os pequenos e médios produtores, em pequenas e médias propriedades, obterem máquinas e insumos financiados por fundos de investimentos públicos chineses a juros baratos.
É o mesmo esquema de organização e planejamento da produção agrícola em pequenas e médias propriedades existentes na China, que se desenvolveu a partir da revolução nacionalista-socialista, comandada por Mao Tse Tung.
A reforma agrária chinesa está sendo exportada para a América do Sul e, igualmente, para a África, onde a China, nas últimas semanas, anunciou contratos com governos africanos da ordem de 50 bilhões de dólares.
A África tende a ser fornecedora de alimentos à China a preços mais baratos do que os ofertados pela América do Sul devido à redução significativa no preço dos transportes.
A África fica entre a América do Sul e a China, no meio do caminho, encurtando distâncias.
Parceria geopolítica estratégica
As relações do governo da China com o MST têm sido intensas, como relata o líder do movimento agrário popular, João Pedro Stédile.
Liderando grupos de agricultores, Stedile passou temporada na China, para tomar pé da organização popular agrária existente no país, com as determinações políticas comandadas pelo Partido Comunista.
O objetivo de Xi Jinping, seguindo a orientação histórica traçada pela revolução de Mao Tse Tung, é tornar os chineses a maior potência agrícola do planeta, em parceria com os movimentos agrários que pretendem estimular para mudar o perfil econômico da agricultura mundial, dominada pelo capitalismo americano.
Pequim objetiva incrementar o projeto principalmente por meio dos países dos BRICS, no Sul Global, que já ultrapassam o G-20 pelo critério de paridade do poder de compra na conformação do PIB.
Orientação conflitante
O agronegócio brasileiro da grande propriedade, dominado, atualmente, pelos poderosos fundos de investimentos que financiam a produção e a distribuição agrícola em grande escala, está amplamente dominado pelos monopólios econômicos e financeiros internacionais.
Esse modelo entra em choque com o praticado pela China, que se espelha na revolução agrícola chinesa implementada pela reforma agrária maoista, base do capitalismo assentado na pequena e média propriedade financiada pelo crédito público, bancos estatais chineses.
Com esse suporte, Stédile diz que a agricultura familiar implementada pelo MST tem amplas condições de abastecer o mercado nacional, sul-americano e chinês.
Trata-se de organizar e planejar a produção em escala internacional.
O x do problema, no entanto, é político, como a história brasileira tem demonstrado à larga.
No Brasil, domina a agricultura o latifúndio financiado pelos fundos de investimento, para compra de máquinas, implementos agrícolas, sementes, agrotóxicos, cuja força política se faz presente no Congresso dominado pela bancada do agronegócio bolsonarista.
Portanto, o agro é dependente do capitalismo internacional em sua fase ultra financeira que mantém os agricultores sob permanente endividamento para sustentar a infraestrutura produtiva a juros altos, levando-os à instabilidade conjuntural e estrutural, tendo a propriedade territorial como garantia dos empréstimos.
Sem maioria no Congresso
O governo Lula não tem tido a força necessária para fazer a reforma agrária nos moldes da pequena propriedade como alavanca do movimento político do capitalismo no campo.
Não dispõe de número suficiente de representantes no parlamento para aprovar providências legislativas do interesse do MST e suas demandas sociais e econômicas.
Por isso, Stédile está negociando com o presidente Maduro para iniciar o movimento de expansão do MST na Venezuela.
Lá, a situação política é radicalmente diferente: o governo bolivariano-chavista nacionalista tem maioria na Assembleia Nacional para aprovar as medidas necessárias capaz de levar adiante reforma agrária no país.
O chavismo, rico em petróleo, tem condições de ampliar negociações geopolíticas com a China – e já faz esse trabalho com a Rússia –, pois realizou mudanças políticas internas que asseguram o poder político do PSUV com amplo apoio popular.
Trata-se de conjuntura oposta à que vigora no Brasil em que o governo de esquerda, não está tendo autonomia nem financeira, subordinado ao ajuste neoliberal imposto pela Faria Lima, nem econômica, amarrado por maioria congressual de direita e ultradireita, cujo interesse maior é desestabilizar o governo Lula.
O arcabouço neoliberal, sustentado pela aliança Faria Lima-Congresso, que assegura prioridade, não ao desenvolvimento sustentável, mas ao pagamento de juros e amortizações mediante Selic de 10,25%, é o garrote que impede desenvolvimento sustentável e inviabiliza reforma agrária.
Tal conjuntura, marcada pela restrição monetária pró-rentismo, antinacionalista, empurra, agora, o MST para a Venezuela, onde Nicolás Maduro abre os braços para recebê-lo, sob aplauso de Xi Jinping.
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NA LUTA SEMPRE.
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
O TEMPO
O TEMPO
MOISÉS MENDES
Para lembrar ou para esquecer no fim do ano: uma lista de fatos que parecem ter ocorrido anteontem.
11 de dezembro de 2023
Em duas semanas, completa um ano a fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos. E o 8 de janeiro em Brasília também faz um ano logo depois.
A decisão de Eduardo Cunha de abrir processo de impeachment contra Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, fez oito anos no início de dezembro.
Daqui a quatro meses completa seis anos a prisão de Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo.
No mesmo mês de abril, fará aniversário de cinco anos o primeiro inquérito do Supremo contra o que iria ser identificado mais tarde como gabinete do ódio do bolsonarismo.
Em maio, vai completar quatro anos a grande operação de busca e apreensão contra empresários e políticos, dentro do mesmo inquérito das facções das fake news e das milícias digitais.
Há dois meses, completaram-se dois anos da entrega ao Ministério Público, pela CPI da Covid, do relatório com o pedido de indiciamento de 79 civis e militares.
Há um mês, três anos atrás, o Ministério Público do Rio denunciava Flávio Bolsonaro por peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita, no caso que ficaria conhecido como o esquema das rachadinhas.
Em abril, completa quatro anos a frase-símbolo da postura de Bolsonaro diante da matança da pandemia, repetida duas vezes a um grupo de jornalistas: “Eu não sou coveiro”.
Daqui a quatro meses faz aniversário de três anos a decisão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos chefes das três armas de abandonar o governo.
Fez quatro anos em outubro a visita de Bolsonaro ao rei Salman Bin Abdulaziz Al Saud, quando o saudita presenteou o Brasil com uma caixa de joias, incluindo um Rolex.
Um mês atrás, fez quatro anos a libertação de Lula da masmorra de Curitiba, depois de 580 dias de cativeiro imposto pela perseguição lavajatista.
Daqui a dois meses relembraremos a morte de dona Marisa Letícia, há sete anos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Em seis meses completa cinco anos o primeiro vazamento, pelo Intercept, das mensagens trocadas entre Deltan Dallagnol, Sergio Moro e seus subalternos de Curitiba.
Em março, o Brasil relembrará os seis anos do assassinato de Marielle Franco, no Estácio.
Daqui a um ano poderemos estar lembrando que um ano atrás Bolsonaro passeava impune por Buenos Aires, na festa do fascismo da posse de Javier Milei.
Poderemos até dizer, daqui a um ano, que Milei caiu seis meses depois de assumir, derrubado pelos peronistas nas ruas, e que Bolsonaro continua solto e impune e com mais de R$ 10 milhões de PIX no banco.
O tempo da política e do seu entorno, o que prevalece, o que finge correr e apenas se arrasta, tem sido esse mesmo, o tempo da não reparação e da impunidade.
DO BRASIL 247
NA LUTA SEMPRE
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
É MUITA CHUVA ! DESTRUIÇÃO ! MORTES, O PLANETA PEDE SOCORRO !
Há tempos nosso clima dá mostras de mudanças vertiginosas,e isso poucos percebem ao passar do tempo.As quatro esatações do ano não tem as suas características como dantes. O ciclo das águas já mudou muito.
No verão esfria,no inverno esquenta.O aquecimento global é real,não é uma mera fantasia, é só verificarmos o noticiário no mundo, as catástrofes da natureza provocadas pelo clima.
O determinante dessas irregularidades climáticas tem haver com o tanto que não cuidamos de nosso planeta.
Os cientistas já observam e informam as autoridades mundiais de toda ordem, esse quadro há um bom tempo.
Há inúmeros encontros,congressos pelo mundo aonde as maiores potenciais mundiais
participam e assumem compromissos para diminuir a devastação de florestas, a poluição de todos os tipos,etc.etc..mas tudo fica no papel.Não há vontade política para isso ser efetivado realmente.
As chuvas torrenciais que assolam cidades, como aqui no Rio Grande do Sule em outros estados é aprova cabal que a natureza está gritando por socorro.
O que vamos fazer ? O que estamos esperando ? Precisamos salva o planeta.
Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
O ÓDIO DESCE A RAMPA
O ódio desce a rampa
São muitos os aspectos relativos ao fim do mandato de quem representa a extrema direita, mas o convite é refletir sobre o fim do ódio como discurso oficial
27 de dezembro de 2022, 15:59 h Atualizado em 27 de dezembro de 2022
BRASIL 247
Por Suzy dos Santos, professora da ECO/UFRJ e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia da Informação e da Comunicação - PEIC/UFRJ
Rosangela Fernandes, doutoranda ECO/UFRJ e coordenadora Criar Brasil
As duas desenvolvem a pesquisa “Um discurso (de ódio), muitas vozes: privilégio, prestígio e a nova economia política da comunicação em tempos de desdemocratização global”
Subir a rampa do Palácio do Planalto. O ritual no Brasil tem uma simbologia complementar à passagem da faixa presidencial. Os dois movimentos marcam o início do novo governo. Depois dos atos terroristas praticados em Brasília após a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e as tentativas de atentados recém descobertas, as expectativas recaem sobre o dia da posse. Nada impedirá a festa democrática para comemorar a nova fase do país e há a expectativa sobre o ritual de início do novo governo. Para além da definição sobre quem passará a faixa presidencial, há o debate a respeito das companhias de Lula na caminhada rumo ao Palácio. Às vésperas do 1º de janeiro, mais nos interessa quem e o que descerá a rampa, ainda que não literalmente.
Insubordinado, comandante da Marinha prepara transmissão do cargo sem continência a Lula e com "gesto forte"
São muitos os aspectos importantes relativos ao fim do mandato do político que representa a extrema direita brasileira, mas o convite aqui é refletir sobre do fim do ódio como discurso oficial. A fala intolerante, desrespeitosa, ameaçadora à dignidade da população fará sua caminhada rampa abaixo neste 1º de janeiro. Não significa que não teremos críticas ao que Lula, novo ocupante do cargo máximo do governo, vá dizer nos pronunciamentos oficiais, em coletivas à imprensa, nos discursos em eventos ou mesmo nas conversas com seus apoiadores ou críticos. Mas temos parâmetro de comparação. Os dois primeiros mandatos de Lula são uma boa referência, mas não a única. Desde a redemocratização, José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff podem ter dado muitos motivos para críticas, mas nenhum deles usou o ódio como linguagem oficial de forma permanente. E isso faz diferença.
Jair Bolsonaro se constituiu como persona política através de falas agressivas, fazendo do choque com suas opiniões seu principal capital político. As defesas da tortura, da ditadura, do preconceito fazem parte de sua trajetória e garantiram espaço em programas de televisão com o falso rótulo de parlamentar “polêmico”. Na campanha eleitoral que o levou à Presidência, em 2018, o incentivo à eliminação dos inimigos foi amplamente explorado. “Vamos fuzilar a petralhada” foi apenas uma de suas falas nesse período. Durante o mandato presidencial, foram diversos os pronunciamentos marcados pela ira. O levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre a relação com a imprensa é emblemático: Bolsonaro foi o responsável pela maioria dos ataques à categoria em 2021, com tentativa de descredibilizá-la em 129 episódios apenas em 2021. “Canalha”, “picaretas” e “idiota” foram alguns dos adjetivos escolhidos pelo presidente para se referir aos jornalistas. A misoginia, claro, também deu as caras como intersecção fundamental: “Ela queria dar o furo”, “Eu acho que você dorme pensando em mim”, “É uma quadrúpede”, são exemplos. O Superior Tribunal Federal é outro alvo preferencial do presidente: os ministros do STF também foram chamados por ele de “canalhas”.
As consequências desse lugar oficial ocupado pelas falas intolerantes não representaram apenas profundo desconforto para a população que viu seu presidente sem capacidade de diálogo com o diferente e sem empatia com seu povo. Há resultados concretos. Como a Organização das Nações Unidas (ONU) vem alertando, as palavras têm poder e consequências: levam à violência e até à morte. A Conselheira para a Prevenção do Genocídio da ONU, Wairimu Nderitu, afirma: “Não há um único genocídio – o Holocausto, qualquer crime de guerra, crime contra a humanidade – que não tenha sido precedido de discursos de ódio”.
O terror que se espalhou em Brasília no último dia 12 e o que revelaram as investigações sobre tentavas de novos ataques são mostras da reação às palavras odiosas. Mas há consequências não tão visíveis, mas ainda mais profundas. As estatísticas brasileiras provam o aumento da violência em diversas áreas no país durante o governo Bolsonaro. Em 2021, a violência contra jornalistas bateu recorde. Segundo a Fenaj, apenas em 2021, foram 430 registros. No mesmo ano, os assassinatos em conflitos no campo tiveram aumento de 75%, como revela relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Na população LGBTQIA+ o país passou a ocupar em 2021 o primeiro lugar em homicídios, um a cada 29 horas. No mesmo ano, os episódios de racismo tiveram alta de 31%. O ódio contra mulheres e meninas tem sido crescente. No primeiro semestre de 2022, o feminicídio levou uma média de 4 mulheres por dia, 62% destas mulheres eram negras, 81% dos assassinos eram maridos ou companheiros. O crescimento contínuo do feminicídio é acompanhado pelo aumento em 12% dos registros de estupros e estupros de vulneráveis, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Estudo da UniRio contabilizou 1.209 casos de violência política do início do governo Bolsonaro, janeiro de 2019, até junho de 2022. Nestes, 45 lideranças perderam a vida.
Quando a autoridade máxima do país faz de sua fala uma incitação à perseguição e agressão dos que pensam, agem ou nascem diferentes, há uma espécie de autorização à violência. Quando essa autoridade acolhe golpistas e se cala diante da barbárie, sem nenhum sinal de solidariedade às vítimas, o silêncio sinaliza a aprovação da violência. Ao ocupar esse lugar, o ódio é reverberado em múltiplos espaços. É repercutido e amplificado pela mídia com consequências profundas no imaginário popular. Autoriza comunicadores que buscam audiência através do espetáculo da violência. Se reflete e se repete também nos demais integrantes do governo e seus aliados, em cargos de poder nos estados e municípios. A onda de agressividade que parte do Planalto Central e contamina o país.
Desde o resultado da eleição, o silêncio de Bolsonaro já representou alívio para ouvidos, corações e mentes que sofreram nos últimos anos com suas falas. Seus raros pronunciamentos dissimularam o estímulo à violência em referências religiosas, mas que mantiveram a incitação ao desrespeito às regras constitucionais e ao resultado da eleição. Neste 1º de janeiro, quando teremos a sensação de que a democracia resistiu com a derrota imposta à extrema direita que estava no poder, poderemos comemorar também a descida da rampa do Palácio do Planalto, embora de forma invisível, do ódio como discurso oficial. Ele seguirá em outros espaços, mas perderá o palanque e liberará o Brasil para se reencontrar com a humanidade e o respeito perdidos nos últimos anos.
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
A POSSE DO NOVO GOVERNO, AGORA É LULA !
Estamos perto de um novo ciclo de governo presidencial,agora é LULA,no dia 1 de janeiro de 2023,que começará um novo ciclo
de governo. O governo de BOLSONARO que nunca existiu de fato, acabou e de uma forma melancólica,sem nada,deixando o País à deriva,sem uma transição democrática, civilizada, mas o que esperar de atitudes não-democráticas de um desgoverno que só "governou" pros seus compadrios?
Há em muitos,medo de irem a BRASILIA para a posse final de LULA,devido aos acontecimentos nesses últimos dias, e desde o fim da eleição com possiblidades de haver baderna por parte de bandidos e arruaceiros bolsonaristas que não querem entregar a mamata.
Digo que,esse pessoal que estavam em barracas junto aos quartéis,não são pessoas democráticas e sim gente que quer a desordem, o quanto pior melhor.
LULA,ganhou a eleição,venceu não apenas o BOLSONARO,venceu também a máquina pública e todas as maracutais feita por BOLSONARO para ganhar a eleição.
O povo disse "não" a BOLSOANRO que agora, por não ser democrático,está fugindo do BRASIL junto com os seus apaniguados. Que papelão ! Que incivilidade de um presidente que nunca existiu,se percorrermos cada dia desse desgoverno, estará explícitado as barbaridades que BOLSONARO fez em seu mandato.Um presidente que nunca teve tamanho para exercer o cargo e mostrou que muitos sabiam, um despreparado.
Agora,ele como um fujão foge para os EUA,irá para os braços de um outro fascista,como BOLSONARO,TRUMP é o medo de ser preso.Pergunto,ele pedirá licença para o Congresso Nacional para viajar? Se não pedir,estará cometendo crime, mais um de tantos outros que já cometeu.
Enquanto isso,LULA,junto com o povo,tomará posse,aos olhos do mundo,e de outros tantos que virão para assistir a cerimônia.
Que trajetória maravilhosa de vida,esse pernambucano arretado tem de vida ! De tudo o que fizeram para esse extraordinário homem,prender,mentiras tantas,tirando de uma eleição praticamente ganha,e tantas outras coisas, não foram suficientes para ele, LULA,voltar para ser pela terceira vez, o nosso presidente.
Eu sei que a tarefa desse governo não será fácil, e a razão é muito simples," o BRASIL ESTÁ DESMANTELADO".O povo deve estar consciente disso,até pelas agruras que esse povo passou no inferno desses 4 anos longos.O Brasil junto com o seu povo,empobreceu,e o Brasil terá que ir de novo para os trilhos.
Sucesso ao novo governo e que DEUS ns abençoe a todos nós.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
terça-feira, 15 de novembro de 2022
DOE UM LIVRO NESTE NATAL !
Roberto R. Martins
Autor de Liberdade para os Brasileiros – anistia ontem e hoje.
Doe um livro neste Natal!
O livro foi particularmente atingido por ser o maior depositário do saber.
BRASIL 247
Contribua usando o Google.
Estamos vivendo os últimos dias da mais longa e tenebrosa noite onde imperou o obscurantismo desde que o Brasil se tornou uma Nação independente. Nem no império apesar do monopólio do poder, agiram as autoridades centrais de forma tão odiosa contra a arte, a cultura, a educação brasileiras. Tudo foi feito pelo desgoverno federal e seus prepostos em estados e municípios, para que a arte, a cultura e a educação não tivessem vez, apoio, incentivo. A perseguição e a censura ao livro, ao teatro, ao cinema, à música, à criatividade de nosso povo nos sertões, nas periferias urbanas e nas matas amazônicas e pantaneiras, foram precedidas das campanhas de ódio, de intolerância religiosa e da difusão de todos os tipos de fobias, acompanhados da precarização das universidades e do ensino públicos.
O livro foi particularmente atingido por ser o maior depositário do saber. Abaixo a inteligência, viva a ignorância! é a palavra de ordem ainda dominante nesse tempo de ódio. A resistência popular e muitas decisões da justiça impediram algumas das mais criminosas iniciativas, como a censura homofónica do prefeito Crivella à Bienal do Livro do Rio em 2019, e a tentativa de fazer fogueiras de nossa mais expressiva literatura, pela secretaria de “Educação” do governo de Rondônia. Mas não conseguimos impedir que teatros fossem vítimas de atentados terroristas, religiões de matriz africana sofressem de intolerância, dezenas de bibliotecas públicas fossem fechadas, enquanto centenas de clubes de tiro eram abertos. E a universidade pública chegasse à beira do desaparecimento.Bem disse o presidente Lula em seu primeiro discurso após eleito: “O povo brasileiro quer livros em vez de armas”. Esta é a consigna que se coloca a partir desse ano novo e desta Nova Era que se anuncia. Precisamos recuperar o tempo perdido em que a arte, a cultura e a educação têm sido perseguidas. Precisamos deixar florir mil flores, se entre elas desabrochar alguma erva daninha, cada um saberá como combater seis efeitos maléficos, sem medo de ser feliz!
Estamos próximos ao Natal e ao fim do tempo da barbárie. Por sinal será o primeiro Natal pós-pandemia do Coronavírus que nos isolou a todos e foi tratada pelo desgoverno com descaso e zombaria das centenas de milhares de mortes. A pandemia está chegando ao fim, embora não se extinguiu de todo, mal tratada, insiste em permanecer, mas já possuímos um pouco mais de liberdade, em duplo sentido, para confraternizar a nova era.
O Natal e o Ano Novo simbolizam momentos de confraternização universal e os povos criaram o costumes de presentear seus amigos, seus entes queridos nessas datas. Então é o momento para nós, de realçar a cultura em seus múltiplos aspectos, e nada melhor que o livro, instrumento de todas as artes, ferramenta de formação, da informação e do lazer. O livro alcança a criança começando a lhe formar, ajudando a criar os primeiros sonhos. Passa pelos jovens e adultos a ensiná-los e permitir suas viagens por todo o imenso universo, permite aos que já viveram muito renovar suas esperanças e seus sonhos. O livro é universal, seja ele o físico de papel – não mais os blocos de barro da escrita cuneiforme –, seja em sua nova forma digital: é sempre um livro!
Sabemos que muitos, tristemente milhões, precisam de alimento para mitigar a fome. Essa é uma outra e bela campanha do saudoso Betinho, o irmão de Henfil, NATAL SEM FOME. Mas que nunca precisa atuar, nestes temos sombrios em que o Brasil voltou ao mapa da fome. Mas as campanhas não se excluem, se complementam.
Uma campanha DOE UM LIVRO NESTE NATAL tem um profundo significado político, é como a voz dos brasileiros ecoando: o obscurantismo dominante não obscureceu nossas mentes; continuamos a amar a educação, o saber, a ciência, a tecnologia, o livro, este depositário do saber universal.
A campanha deve abranger a todos, em especial aqueles que trabalham a cadeia produtiva da educação, da cultura, do livro. Os professores em suas cátedras, os jornalistas em seus jornais, revistas, sites, blogs. Os escritores, poetas, ensaístas, cronistas, em suas redes sociais. As academias e associações de livros e letras, incentivando seus pares à ação. As editoras em suas campanhas de marketing, e as livrarias e sites especializados nas suas prateleiras e suas páginas virtuais. Todos juntos: vamos nos armar de livros, para nos livrar das armas!
Cabe mil e uma inciativas nesta campanha, desde selos e marcas decorativas, a promoções com descontos nos preços do livro. E cada um deve indicar os livros de sua preferência, sugerir um título, ou uma lista deles. Começo por mim. Poderia indicar dezenas de livros que me formaram e me enlevaram em sonhos. Mas fico num pequena lista, apenas cinco títulos: dois livros de amor ao livro; dois que simbolizam nossa rica literatura latino-americana atual; um que relembra episódios marcantes da resistência à barbárie:
O infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo - Irene Vallejo - Intrínseca
O mercador de livros - Roberto R Martins - Archimedes Edições
Longa pétala de mar - Isabel Allende - Bertrand Brasil
Como poeira ao vento - Leonardo Padura - Boitempo
A política contra o vírus: bastidores da CPI da Covid - Randolfe Rodrigues e Humberto Costa - Companhia das Letras
NA LUTA SEMPRE !
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
UM TOTAL DESRESPEITO O DO PRESIDENTE DO BRASIL AO POVO NORDESTINO
Estamos presenciando a cada dia muitos desatinos de um presidente brasileiro,Jair Bolsonaro,a cada dia uma ofensa a um determinado segmento da sociedade.
Ataca com agressividade,desrespeito, negros, pobres ,índios,todo o tipo de cidadão que não compactua com seu modo de governar,suas posturas,sua grosseria e verborragia que agridem de modo geral todos os cidadãos. Na realJair Bolsonaro,não tem nenhum preparo,postura,tamanho,nenhuma condição para governar,é só vermos a realidade que vivemos nós povo,principalmente os mais necessitados a que chegamos nesse momento de nossas vidas.
Tudo está dificil,nesse país que até pouco tempo tinha um conceito muito bom no mundo de todas as nações que compõem a civilidade contenporânea.
Somos hoje uma republiqueta que envergonha o mundo civilizado e seus cidadãos.
Por último,esse destemperado presidente
descarrega suas contrariedades,seu ódio, ao valoroso povo nordestino que muito contribuiu e contribui para todos nós brasileiros, com sua bela e linda história,um povo aguerrido,trabalhador amigo,irmão que no solo nordestino luta por um Brasil melhor e mais justo.
Achicalhar,o povo nordestino de forma vil e preconceituosa como sempre faz,em muitas ocasiões,e momentos,"de cabeças chatas,pobres, analfabetos",e tantos e tantos outros adjetivos pára desmerecer o povo nordestino.Só porque o nordeste deu uma demonstração na eleição presidencial de puro civismo,cidadania,dando uma estrondosa chuva de votos ao ex-presidente LULA.
O presidente deveria limpar sua boca para falar mau do povo nordestino e pedir desculpas ao cidadão e cidadã do nordeste.
Um presidente que não respeita seu povo não pode receber desse povo RESPEITO!
Quero deixar aqui e hipotecar o meu repúdio a agressão que Jair Bolsonaro fez ao povo da região nordestina.
Com certeza esse povo valoroso dará o troco a esse troglodita presidente no dia 30 de outubro.
"AO POVO NORDESTINO MINHA SOLIDARIEDADE TOTAL".
Não vamos afrouxar o garrão a luta continua.
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Acredito que a ficha está caindo nas mentes de cada cidadão. Houve um mutirão da grande mídia, outras artimanhas, como o golpe que ...